A recente declaração de Carlos Bolsonaro de que “jamais o viu como está”, referindo-se ao pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, acendeu um alerta entre apoiadores e analistas políticos. A manifestação, feita enquanto o ex-presidente cumpre prisão domiciliar após condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, é vista não apenas como um desabafo, mas como um possível movimento calculado dentro de uma conhecida estratégia de comunicação.

Essa não é a primeira vez que a saúde de Bolsonaro se torna um tema central. Desde o atentado sofrido em 2018, cujas sequelas persistem até hoje, episódios relacionados à sua condição física são frequentemente utilizados para gerar empatia, humanizar sua imagem e mobilizar a base de eleitores. A tática se mostra eficaz para desviar o foco de pautas negativas e criar uma narrativa de perseguição.

O comentário de Carlos ganha força por ter sido feito nas redes sociais, o principal canal de comunicação da família. Essa escolha permite contornar a imprensa tradicional e falar diretamente com o núcleo fiel de seguidores, sem filtros ou questionamentos. A mensagem é cuidadosamente construída para ressoar com quem já apoia o ex-presidente.

Estratégia nas redes sociais

A comunicação da família Bolsonaro explora o apelo emocional como ferramenta política. Ao expor uma suposta vulnerabilidade, a figura do líder se fortalece perante seus apoiadores, que passam a vê-lo como alguém que resiste a ataques constantes. Declarações como a de Carlos funcionam como um chamado à união e defesa. 

Na prática, a estratégia busca influenciar a opinião pública e o ambiente político. Com a atenção voltada para a saúde de Bolsonaro, temas como sua condenação pelo STF a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e sua prisão domiciliar perdem espaço no debate diário. A narrativa de vítima se sobrepõe à de investigado.

Esse método de gestão de crises se tornou uma marca registrada. O fator saúde funciona como um escudo, capaz de suavizar a imagem pública e reagrupar as forças políticas em torno do ex-presidente. Enquanto Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e enfrenta a condenação, é provável que esse tipo de comunicação se torne ainda mais frequente para manter a base mobilizada.

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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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