O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) visitou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na prisão domiciliar na sexta-feira (21/11) e descumpriu uma medida estabelecida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de não usar celular na casa do investigado.
Um drone da TV Globo mostrou cenas dos dois conversando na área externa da casa de Bolsonaro, em um condomínio no Jardim Botânico, bairro nobre de Brasília (DF). As imagens revelaram momentos em que Nikolas usava um celular, sentado em frente ao ex-presidente.
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Conforme a decisão de Moraes que determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro em agosto, “os visitantes autorizados por esta Suprema Corte (...) ficam expressamente proibidos de utilizar celulares, tirar fotos ou gravar imagens”.
Nikolas responde
Procurado pela reportagem, o parlamentar disse que não recebeu "comunicação prévia de qualquer restrição ao uso de celular, nem por parte do Judiciário, nem pelos agentes responsáveis pela fiscalização durante a visita". "Sem comunicação oficial, não existe como alegar descumprimento", argumentou.
Ele classificou a gravação da Globo foi uma "violação grave de privacidade" e completou: "O episódio revela mais sobre a conduta invasiva da emissora do que sobre quem foi filmado clandestinamente".
Pedido de apreensão de celular de Nikolas
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A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) protocolou pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que o celular de Nikolas seja apreendido devido à violação.
Para a deputada, além do ato de Nikolas ter descumprido determinação do STF, ele instigou e auxiliou “a tentativa de fuga de Jair Messias Bolsonaro”.
"As medidas da Justiça não podem ser descumpridas por interesses politiqueiros desse projeto autoritário fantasiado de parlamentar", disse Hilton.
Prisão preventiva de Bolsonaro
Poucas horas depois da visita de Nikolas, o ex-presidente tentou violar a tornozeleira eletrônica que usava. Moraes avaliou que a ação configurou tentativa de fuga e determinou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro.
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Na audiência de custódia, Bolsonaro disse que teve uma “certa paranóia” causada pelo uso de remédios e pensou que estava sendo escutado pelo dispositivo. Assim, usou um ferro de soldar para tentar abrir a “case” da tornozeleira.
