O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) voltou a relatar preocupação com o estado de saúde do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso na ação penal da trama golpista. Em publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (27/11), ele afirmou que Bolsonaro teve uma nova crise de soluços na cadeia e que não teria condições de resistir ao período de detenção. Segundo o vereador, os sintomas se estenderam pela madrugada e persistiram ao longo do dia.
Carlos disse que os médicos foram acionados após episódios de soluços e refluxos e relatou que o ex-presidente tem soluçado inclusive enquanto dorme, além de apresentar episódios frequentes de vômito. “Ele não vai sobreviver frente a essa injustiça. O sistema está assassinando de forma rápida e brutal o meu pai… o que fazer, Meu Deus?”, escreveu em publicação no X.
A manifestação é mais um capítulo da pressão pública exercida pela família e pelos aliados de Bolsonaro para reforçar a tese de fragilidade da saúde desde o atentado sofrido durante a campanha eleitoral de 2018.
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A defesa de Bolsonaro sustenta que há risco à vida do ex-presidente. O advogado Paulo Cunha Bueno, que o representa, criticou a decisão de prisão, ainda no sábado (22/11), quando deixou a sede da Polícia Federal, em Brasília, onde o ex-presidente foi preso preventivamente e permanece até então.
Ele afirmou que Bolsonaro sempre colaborou com o processo e destacou o histórico de internações e cirurgias. A defesa mencionou ainda episódios de semiobstrução intestinal registrados nos últimos anos, incluindo um período de internação logo após os atos de 8 de janeiro de 2023, quando Bolsonaro ainda estava nos Estados Unidos.
Prisão definitiva de Bolsonaro
Na terça-feira (25/11), Moraes determinou a prisão definitiva de Jair Bolsonaro em regime fechado, após a condenação por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente já estava detido preventivamente em outro processo, no qual é acusado de coação à Justiça.
A medida ocorreu poucas horas depois de o STF declarar o trânsito em julgado da ação relativa à tentativa de golpe, o que encerrou a possibilidade de novos recursos e permitiu o início imediato do cumprimento da pena.
Moraes determinou a permanência de Bolsonaro na sede da Polícia Federal ao apontar risco de fuga, reforçado pela tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, episódio que levou à ordem de prisão preventiva no sábado (22/11).
No processo sobre a trama golpista, o ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por seis crimes: organização criminosa armada; tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência; grave ameaça ao patrimônio da União; e deterioração de patrimônio tombado.
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Na mesma decisão, Moraes determinou que Bolsonaro e outros seis condenados devem pagar R$ 30 milhões, individualmente, a título de indenização por “danos morais coletivos”. A obrigação atinge todos os integrantes do núcleo central da trama golpista, exceto Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração.
