O partido Missão teve sua criação aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na última terça-feira, 4, e agora, como estratégia de crescimento, pretende lançar o máximo possível de candidaturas majoritárias nas eleições de 2026, incluindo nesse rol nomes à Presidência da República e aos governos dos estados.

O novo partido deriva do MBL (Movimento Brasil Livre), grupo que ganhou relevância nas jornadas de 2013 contra o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). Dentro da estratégia de focar nas candidaturas majoritárias, o presidente da legenda, Renan Santos (SP), já se diz pré-candidato ao Palácio do Planalto, em uma chapa que ainda não tem forma e nem sinalização de composição com outras siglas.

A legenda nasce como a 33ª dentro do atual espectro partidário brasileiro e aguarda agora a janela que se abrirá entre março e abril de 2026, quando parlamentares poderão trocar de partido sem perder o mandato. O número de identificação da legenda será o 14.

Hoje no União Brasil, o deputado Kim Kataguiri (SP) já confirmou a migração. Ele é fundador do MBL e também do Missão e quer concorrer à reeleição para a Câmara. Renan Santos, no entanto, ainda tenta convencer Kataguiri, maior expoente do movimento até o momento, a disputar o governo de São Paulo pelo Missão. Além dele, o partido espera a chegada de outros políticos do União Brasil, como o deputado estadual por São Paulo Guto Zacarias, vice-líder do governo de Tarcísio de Freiras na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), e da vereadora de São Paulo Amanda Vettorazzo.

Também há a promessa de filiação do influenciador católico Miguel Casan, que rivalizou com o padre Júlio Lancellotti, além do cientista político Renato Batistta, suplente de deputado estadual em São Paulo.

Nesta terça, Kim confirmou a pré-candidatura de Renan Santos à Presidência da República em discurso no plenário da Câmara. “Com muito orgulho farei campanha no ano que vem para um amigo, um companheiro do Movimento Brasil Livre”, disse. “Esse é só começo do nosso projeto. No ano que vem teremos candidato a presidente, ao governo do estado, ao Senado da República e para essa Câmara dos Deputados ter uma bancada do partido Missão que eu espero liderar”, afirmou ainda.

Segundo Renan Santos, as coligações com outras legendas não estão nos planos e a ideia do Missão é se colocar como contrário às forças que hoje predominam no cenário político brasileiro. “A gente, em nenhum momento, vai compor com outro partido. O nosso projeto é majoritário e se não for para enfrentar os grandes projetos nacionais, a gente encerra o partido”, disse ao PlatôBR. 

Do contra

Na estratégia de ser “contra todos”, tanto à direita quanto à esquerda, Santos aponta que umas das vocações do partido é ocupar o lugar político da direita, diante de um bolsonarismo “em frangalhos” – expressão usada por ele para definir a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) e de seu seguidores, combalidos após as condenações no STF (Supremo Tribunal Federal).

“Já existe um espaço nosso que é junto aos eleitores mais jovens que não são de esquerda. O bolsonarismo sempre foi fraco com pessoas mais jovens. Eu acho que o bolsonarismo está em frangalhos porque ele é composto basicamente por políticos picaretas”, atacou o presidente do novo partido, mostrando-se refratário a qualquer aproximação com siglas de direita, como o PL. “A última coisa que a gente vai ser na vida é puxadinho de um projeto do Valdemar”, disparou, referindo-se do presidente da legenda de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto.

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Há petardos também na direção do governo Lula. “É um governo que não deveria estar acontecendo por se trata de um governo corrupto, fora do tempo e que só está no poder porque Bolsonaro é um incompetente, inútil. (Um governo) na mão de um líder absolutamente corrompido que é o Lula”, atacou.

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