Incensos, difusores, aromatizantes de tomada e velas perfumadas. A oferta de produtos que prometem deixar o ambiente mais acolhedor e cheiroso só cresce. Mas apesar do apelo sensorial, esse hábito pode representar riscos à saúde, especialmente para quem sofre de doenças respiratórias como rinite. A boa notícia: dá para conciliar bem-estar e segurança, desde que se encontre a medida certa.


Segundo a otorrinolaringologista Cristiane Passos Dias Levy, especialista em alergias respiratórias, esses produtos podem sim desencadear crises em pessoas mais sensíveis. “Eles podem conter fragrâncias sintéticas, compostos voláteis orgânicos (COVs), partículas finas e aditivos químicos que irritam as vias respiratórias. Em indivíduos com predisposição, isso pode levar a inflamações, espirros, coriza, tosse e até dificuldade para respirar”, explica.


Entre os vilões mais comuns estão substâncias como formaldeído, benzeno e tolueno — muitas vezes liberadas na queima de incensos e velas convencionais. Também há o risco de inalar partículas ultrafinas, que, além de penetrar fundo nos pulmões, podem agravar quadros de asma e alergias respiratórias.

 


Existe uma "dose segura"?

Não há uma quantidade padrão de uso que seja considerada completamente segura para todos. A sensibilidade é individual, mas a otorrino orienta que moderação e ventilação são essenciais. “Evite o uso prolongado, prefira ambientes bem ventilados e use a menor quantidade possível do produto para alcançar o efeito desejado”, orienta Cristiane. Usar incensos ou aromatizantes diariamente, em locais fechados, por exemplo, aumenta muito o risco de reações adversas.


Você sente que está ficando “acostumado demais” aos cheiros da casa e já não os percebe como antes? Pode ser um alerta. “A exposição contínua a substâncias irritantes pode levar à perda de sensibilidade olfativa. Além disso, a inflamação constante da mucosa nasal pode resultar em quadros crônicos de rinite”, adverte.

Em alguns casos, a pessoa desenvolve até intolerância a certos odores, que passam a causar dor de cabeça, náusea ou mal-estar, mesmo em concentrações leves.


Mas há alternativas mais seguras? Para quem adora um ambiente cheiroso, mas não quer arriscar a saúde respiratória, a especialista indica opções mais naturais e com menor potencial irritante:

  1. Prefira óleos essenciais puros: use difusores ultrassônicos e opte por óleos como lavanda, limão ou eucalipto. Mas atenção: mesmo os naturais podem causar reações, então faça testes antes.
  2. Velas de cera de soja ou cera de abelha: evite as velas comuns, que costumam liberar toxinas ao queimar. Prefira as que são 100% naturais e sem fragrâncias artificiais.
  3. Incensos naturais: busque marcas que utilizem ervas, madeiras e resinas sem aditivos químicos. Use por pouco tempo e sempre com janelas abertas.
  4. Sprays caseiros: faça sua própria mistura com água, algumas gotas de óleo essencial e um pouco de álcool de cereais. É simples, funcional e menos agressivo.
  5. Plantas e ervas frescas: alecrim, hortelã, manjericão e lavanda não só perfumam como ajudam a purificar o ar naturalmente.
  6. Desodorização natural: vinagre, bicarbonato de sódio e carvão ativado são ótimos aliados para neutralizar maus odores sem químicos.
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