Filha de Júnior Lima é diagnosticada com síndrome nefrótica; entenda doença
Lara, de 3 anos, está em tratamento e apresenta boa resposta, segundo os pais; nefrologista explica os sinais da síndrome
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Siga noO cantor Júnior Lima e a designer Monica Benini revelaram nesta terça-feira (22/7) que a filha caçula do casal, Lara, de apenas 3 anos, foi diagnosticada com síndrome nefrótica, uma condição que afeta o funcionamento dos rins. A notícia foi compartilhada nas redes sociais dos dois, com um alerta sobre a importância da atenção aos sintomas e do diagnóstico precoce.
“Essa notícia nos pegou de surpresa, mas estamos encarando com muito amor e força. Ela já está em tratamento e está respondendo superbem, sendo acompanhada por médicos incríveis, com um progresso positivo!”, relataram.
Em meio ao relato, o casal também aproveitou para fazer um apelo.“Queremos aproveitar para alertar todas as famílias sobre as síndromes raras e a importância do diagnóstico precoce. Se você notar algo fora do comum com a saúde do seu filho, não hesite em buscar orientação médica. A identificação rápida faz toda a diferença! Pedimos que enviem boas vibrações e orações para a Larinha.”
O que é síndrome nefrótica?
A síndrome nefrótica é uma condição caracterizada pela perda excessiva de proteínas na urina. Segundo o nefrologista Henrique Carrascosi, professor de medicina da Universidade de Araraquara e coordenador do Instituto do Rim Carrascossi, a doença afeta principalmente os glomérulos, estruturas microscópicas responsáveis pela filtragem do sangue nos rins.
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"Quando esses filtros estão danificados, eles passam a permitir a passagem de grandes quantidades de proteínas para a urina. Isso compromete o equilíbrio de líquidos no corpo, levando a inchaços e podendo, em casos não tratados, evoluir para insuficiência renal", explica o especialista.
Sintomas e diagnóstico
Em crianças, os sintomas mais comuns incluem inchaço nas pálpebras ao acordar, tornozelos ao longo do dia, urina espumosa, ganho de peso sem causa aparente, cansaço, dor abdominal e perda de apetite. O inchaço (ou edema) costuma ser o primeiro sinal percebido pelos pais.
A síndrome nefrótica tem uma incidência de três novos casos por 100.000 a cada ano em adultos. É uma doença relativamente rara. Sua incidência é estimada entre 2 e 7 casos para cada 100 mil crianças por ano, sendo mais comum entre os 2 e 6 anos de idade. Segundo Henrique, a condição é tratável, mas exige atenção contínua.
"O diagnóstico é feito por exames laboratoriais, que mostram a presença de proteinúria (proteína na urina), baixos níveis de albumina no sangue e colesterol elevado. É importante diferenciar de outras causas de edema, como doenças hepáticas ou alergias, o que exige avaliação especializada", afirma.
O que causa a síndrome?
As causas podem variar. Em crianças, a forma mais comum é idiopática, ou seja, sem uma causa identificada. Mas a síndrome também pode ter origem genética, autoimune, infecciosa ou ser induzida por medicamentos. Até o momento, não há relação comprovada com alimentação ou estilo de vida infantil.
Tratamento e acompanhamento
O tratamento padrão é feito com o uso de corticoides, como a prednisona, que reduzem a inflamação nos rins e a perda de proteínas. Em casos mais resistentes, podem ser indicados imunossupressores. "Esses medicamentos costumam funcionar bem, mas exigem monitoramento rigoroso. Podem causar efeitos colaterais, como alterações no crescimento ou comportamento, por isso o acompanhamento com equipe multidisciplinar é essencial", alerta Henrique.
A síndrome nefrótica não tem cura definitiva em todos os casos, mas muitas crianças entram em remissão total e vivem normalmente. No entanto, o acompanhamento deve ser contínuo, já que a doença pode apresentar recorrência. "A frequência e a gravidade das crises variam. Há crianças que têm apenas um episódio na vida, outras que apresentam múltiplas recidivas. Com um bom manejo, é possível manter a qualidade de vida da criança", destaca.