Alerta

Adoçantes fazem mal? Estudo acende alerta sobre substitutos do açúcar

Pesquisas recentes indicam que o eritritol, presente em muitos produtos "zero", pode afetar a saúde do cérebro e do coração; entenda os riscos e veja o que faze

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Muita gente já entendeu que reduzir o açúcar faz bem e realmente faz. O excesso de açúcar refinado está associado ao aumento do risco de diabetes, inflamações crônicas, doenças cardiovasculares e ganho de peso. Porém, muitas vezes no esforço de ter uma vida mais saudável, as pessoas simplesmente substituem o açúcar por adoçantes industrializados. A escolha parece óbvia, porém nem sempre é segura.

Um novo estudo publicado pela revista científica Nature Neuroscience reacendeu o alerta sobre o uso indiscriminado de adoçantes, especialmente o eritritol, adoçante presente em vários produtos com rótulo “zero açúcar”.

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O que diz o novo estudo sobre o eritritol

O eritritol é um adoçante natural com sabor suave e quase nenhuma caloria. Ele se tornou popular em bebidas diet, chicletes, balas e produtos fitness. Mas, segundo a nova pesquisa, ele pode interferir na circulação cerebral e estar relacionado a um maior risco de AVC e coágulos.

O experimento analisou níveis elevados de eritritol no sangue de pessoas que passaram por eventos cardiovasculares e observou que, ao ser ingerido em altas quantidades, o adoçante pode afetar a viscosidade do sangue, o que aumenta a chance de formação de trombos.

Apesar disso, os especialistas não recomendam pânico ou abandono completo do eritritol, mas sim moderação e consciência sobre o consumo.

adoçante eritritol
Substituir o açúcar é um passo positivo, mas é preciso entender o que se está colocando no lugar @towfiqu

Cortar o açúcar é bom, mas cuidado com o que o substitui

Abandonar o açúcar refinado é um excelente passo para a saúde. Mas isso não significa encher o carrinho com alimentos industrializados adoçados artificialmente. O ideal é uma reeducação do paladar, com menos dependência do sabor doce, seja ele natural ou artificial.

Veja algumas orientações práticas de nutricionistas:

  • Leia os rótulos: muitos produtos “zero açúcar” contêm adoçantes como eritritol, sucralose ou aspartame; quanto menos ingredientes desconhecidos, melhor;
  • Reduza aos poucos: diminua a quantidade de açúcar e adoçante no café, suco ou chá aos poucos;
  • Use alternativas naturais com moderação: mel, açúcar de coco ou mascavo ainda são calóricos, mas podem ser melhores escolhas se usados com equilíbrio;
  • Invista em frutas: o doce natural das frutas frescas e secas pode ajudar na transição e ainda traz fibras e nutrientes.

Posicionamento da ABIAD

Após o estudo, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), que representa a indústria de adoçantes no Brasil, anunciou um novo posicionamento da indústria sobre o tema.

"Diante de recentes publicações que levantam questionamentos sobre a segurança do eritritol e o risco aumentado de eventos cardiovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC), a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD) considera essencial contribuir para o debate com base em evidências científicas consolidadas e análises regulatórias reconhecidas internacionalmente.

É fundamental que novas evidências científicas sejam sempre consideradas com responsabilidade e cautela, sobretudo quando tratam de temas com grande repercussão na saúde pública. Estudos pontuais, mesmo quando conduzidos com metodologia adequada, não devem ser interpretados de forma isolada, especialmente quando envolvem associações estatísticas que ainda não demonstram relação causal nem aplicabilidade direta à população em geral.

O eritritol é um adoçante amplamente utilizado em alimentos e bebidas em todo o mundo. Sua segurança é respaldada por órgãos de referência em saúde em todo o mundo, como o Comitê de Especialistas em Aditivos Alimentares da FAO/OMS (JECFA), a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e a FDA (EUA). Essas entidades mantêm avaliações contínuas baseadas em amplo conjunto de evidências científicas, que até o momento não identificaram riscos à saúde humana no consumo habitual da substância.

No Brasil, o consumo do eritritol está aprovado pela Anvisa, conforme atualização normativa (Instrução Normativa n° 211/2023), que permitiu seu uso em alimentos e bebidas para controle ou restrição de açúcares.

Importante destacar que as pesquisas divulgadas avaliam grupos específicos de indivíduos, muitos dos quais já convivem com condições cardiovasculares prévias, o que limita a generalização dos resultados. Além disso, as quantidades de eritritol utilizadas em alguns estudos estão acima das observadas em dietas típicas, o que reforça a necessidade de mais dados em contextos de consumo real.

Além disso, revisões sistemáticas e meta-análises apontam que os adoçantes sem ou com baixo teor calórico, como o eritritol, podem contribuir para a redução da ingestão calórica e de açúcares, sendo aliados importantes no manejo de dietas para diabetes tipo 2 e obesidade. Tais benefícios são especialmente relevantes em contextos de saúde pública que recomendam o controle do consumo de açúcares adicionados.

A ABIAD reforça seu compromisso com a disseminação de informações baseadas em evidências científicas de qualidade, e permanece à disposição para contribuir com o debate sobre alimentação, saúde e segurança dos ingredientes autorizados no Brasil."

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