Para muitas pessoas, o medo das cicatrizes é um dos maiores obstáculos para decidir fazer uma cirurgia plástica. Embora a técnica cirúrgica e os cuidados médicos sejam essenciais, o resultado final da cicatriz depende, em grande parte, da pele e da genética do paciente. O cirurgião plástico Marcos Henrique Crisci Filho reforça que, independentemente do capricho do cirurgião, “sempre haverá uma cicatriz”, e que a pele do paciente representa cerca de 80% desse resultado.

Apesar disso, o medo das cicatrizes faz com que menos de 10% dos pacientes desistam da cirurgia, segundo o médico. Para quem se preocupa, existem tratamentos como placas de silicone, infiltrações e betaterapia que auxiliam na melhora do aspecto das cicatrizes. Porém, mesmo com todos os recursos, “nenhuma cicatriz fica como gostaríamos, porque pode ficar hipercrômica, hipocrômica ou alargada”, explica Marcos.

É neste cenário que a tatuagem paramédica surge como uma opção para quem deseja camuflar essas marcas e recuperar a autoestima. Especialista na técnica, Liana Nunes destaca que a tatuagem paramédica pode atuar em vários tipos de cicatrizes, desde que estejam completamente cicatrizadas, trazendo resultados progressivos e permanentes ao longo de sessões. 

“A tatuagem paramédica atua para equilibrar as diferenças de cor da cicatriz — sejam manchas mais escuras ou mais claras em relação ao tom da pele — devolvendo ao paciente a confiança perdida”, afirma Liana. Ela ressalta ainda que, em casos de cicatrizes com queloides, o procedimento pode melhorar a textura e o nivelamento da pele, embora pacientes com fototipo 1 (pele muito clara) não sejam indicados para o tratamento.

A relação entre cirurgia plástica e tatuagem paramédica é complementar. Enquanto o médico atua para minimizar a formação da cicatriz e garantir a melhor cicatrização, a tatuadora intervém para “finalizar o processo de reabilitação estética”, corrigindo imperfeições e restaurando a harmonia visual da pele. “É quando o paciente percebe que a sua autoestima pode realmente ser recuperada”, diz.

O momento certo para iniciar o procedimento de tatuagem paramédica é fundamental para garantir segurança e eficácia. De acordo com Liana, recomenda-se aguardar entre um ano e um ano e oito meses após a cirurgia, dependendo da profundidade do corte e do tipo de intervenção, até que a cicatrização esteja estabilizada.

Marcos concorda que, com profissionais competentes, a tatuagem paramédica representa uma alternativa para pacientes insatisfeitos com cicatrizes. Além da questão estética, o impacto emocional é enorme. Muitos pacientes chegam às clínicas de tatuagem paramédica depois de tentativas frustradas de amenizar cicatrizes e saem com a confiança restaurada. “Quando você reconquista a autoestima, as portas para o amor, para a vida profissional e para o bem-estar se abrem novamente”, destaca a especialista.
 

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