As cirurgias plásticas têm evoluído de tal forma que mesmo aquelas mais associadas a exageros na aparência, como o famoso lifting facial, hoje são capazes de conferir resultados extremamente naturais, passando despercebidas. Esse cenário, inclusive, gera muita especulação quando celebridades e personalidades da mídia surgem com uma aparência renovada, mas não revelam se passaram por algum procedimento ou o que fizeram.
Recentemente, por exemplo, a atriz Anne Hathaway foi alvo dessas especulações quando surgiu com a pele com um aspecto mais liso e um olhar mais levantado. Enquanto alguns atribuíram o visual ao rabo de cavalo, outros afirmaram que a atriz passou por uma cirurgia de lifting do terço superior da face. Então, é realmente possível realizar uma cirurgia plástica com resultados tão naturais que chegam a confundir?
Segundo o cirurgião plástico Wellerson Mattioli, diretor da Clínica Moderna Sculpt e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), sim. “Com técnicas avançadas e menos invasivas combinadas a decisões bem orientadas, conseguimos promover resultados muito naturais e fica praticamente imperceptível a realização da cirurgia. É o que a maior parte das pacientes procura. E o segredo está na precisão cirúrgica, no profundo conhecimento médico e no respeito à identidade de cada paciente”, destaca.
E essa questão vale até mesmo para os procedimentos estéticos minimamente invasivos, que também são capazes de conferir um resultado extremamente natural, passando muitas vezes despercebidas, desde que realizadas da maneira correta por um profissional especializado.
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“O que define um resultado natural não é a tecnologia ou a técnica utilizada, mas sim a forma como são realizadas. O resultado natural depende do profissional que executa a técnica ou a tecnologia, ou melhor, depende do profissional que faz um diagnóstico correto e associa as melhores técnicas e tecnologias para entregar um resultado natural para cada paciente. A falta de diagnóstico, ou um diagnóstico errado, leva a escolha de técnicas erradas ou associações erradas que levarão a um resultado ‘artificial’, ‘exagerado’, ‘detectável’, a uma falta de resultado”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Em casos em que a intervenção cirúrgica é a melhor opção, Wellerson explica que o lifting do terço superior da face é feito a partir de incisões no couro cabeludo. “Dessa forma, conseguimos reposicionar os músculos e o tecido cutâneo para reduzir rugas, tornar a pele da testa mais lisa e levantar o olhar”, explica o cirurgião plástico. As cicatrizes ficam completamente escondidas, sendo praticamente impossível detectar a realização de uma cirurgia dessa forma.
“O resultado é uma aparência mais jovem e harmoniosa e um olhar mais leve e vibrante, sem aspecto de cansaço. Além disso, os efeitos mantêm-se a longo prazo, sendo muito mais duradouros do que com a realização de tecnologias e outros procedimentos não invasivos”, ressalta o cirurgião, que acrescenta que, por ser menos invasiva, a técnica cirúrgica de lifting do terço superior também é menos traumática.
“Então, geralmente, o paciente já pode voltar para a casa logo após o procedimento e retornar as suas atividades rotineiras em cerca de uma semana. Inchaço e hematomas são esperados, mas desaparecem em algumas semanas, quando é possível enxergar os resultados finais.”
O especialista reforça que, para garantir um resultado realmente natural e pouco perceptível, é muitas vezes necessário que o lifting do terço superior da face seja combinado a outros procedimentos, como a blefaroplastia, para combater a flacidez da região dos olhos, ou o lifting dos terços médio e inferior da face, para proporcionar um rejuvenescimento global do rosto.
“Se tratarmos apenas a queda das sobrancelhas e os sinais de envelhecimento na testa, mas ignorarmos a flacidez da região inferior do rosto, o resultado pode ficar desarmonioso. O procedimento no terço superior acabará se destacando de forma negativa, comprometendo a naturalidade. Por isso, é essencial avaliar o rosto como um todo e definir a melhor abordagem para cada paciente”, afirma Wellerson.