Conitec abre consulta pública sobre tratamento da leucemia promielocítica
Interessados podem contribuir até o dia 19 de agosto; doença representa até 20% dos casos de leucemia mieloide aguda no Brasil
compartilhe
Siga noA Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), órgão do Ministério da Saúde responsável por avaliar a incorporação, exclusão ou alteração de tecnologias em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), acaba de abrir uma consulta pública para avaliar a inclusão do medicamento intravenoso trióxido de arsênio - indicado para o tratamento da leucemia promielocítica aguda (LPA), subtipo da leucemia mieloide aguda (LMA).
Profissionais de saúde, pacientes, associações e instituições podem incluir sua contribuição até o dia 19 de agosto. A doença hematológica, que compromete a produção dos componentes do sangue, representa entre 10% e 20% de todos os casos de leucemia mieloide aguda (LMA) no Brasil. No mundo, a doença representa de 5% a 30% dos casos.
Leia Mais
O que é leucemia promielocítica aguda?
A LPA é um tipo raro e agressivo de câncer hematológico, pertencente ao grupo das LMA’s. A doença é provocada por uma alteração genética que compromete o funcionamento da medula óssea ao bloquear a formação adequada das células sanguíneas, como leucócitos, hemácias e plaquetas. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 11.540 novos casos de leucemias no país, no triênio de 2023 a 2025.
A LPA atinge adultos entre 20 e 59 anos, com idade média de diagnóstico em torno dos 47 anos. O quadro clínico costuma surgir de forma abrupta, com risco de hemorragias graves. Por sua evolução acelerada e potencial de provocar sangramentos fatais, a LPA é considerada uma emergência que demanda diagnóstico rápido e início imediato do tratamento.
Como funciona o medicamento?
O trióxido de arsênio atua diretamente nas células leucêmicas, induzindo a diferenciação celular e a morte programada das células cancerígenas, e representa uma alternativa para pacientes que não respondem adequadamente aos tratamentos convencionais.
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) reconhece que a abertura de uma consulta pública representa um passo importante na ampliação do acesso dos pacientes a mais um tratamento em benefício dos pacientes com LPA.
“Esperamos contar com a colaboração de profissionais da saúde, sociedades médicas, associações de pacientes e da sociedade geral, participando da consulta pública, para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes”, reforçou o presidente da ABHH, Angelo Maiolino.
Para acessar a consulta pública: https://www.gov.br/participamaisbrasil/consulta-publica-conitec-sectics-n-67-2025-trioxido-de-arsenio