O mês de agosto é dedicado à conscientização sobre o câncer de pulmão, doença que no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) atinge 32 mil brasileiros por ano, sendo o segundo mais comum entre os homens e o terceiro entre as mulheres. De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM, em 2020, foram registradas 28.620 mortes por câncer de pulmão no Brasil. No mundo, são 1,8 milhão de mortes anuais, segundo o levantamento Globocan, da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), tornando-o o câncer mais letal de todos, respondendo por 18,4% de todas as mortes pela doença.
De acordo com as diretrizes da ASTRO e ASCO, as respectivas sociedades americanas de radioterapia e oncologia clínica, os pacientes com câncer de pulmão localmente avançado (estágios II–III) não operáveis devem receber radioquimioterapia concomitante com dose de 60 Gy. Já nos casos iniciais inoperáveis (estágio I), a modalidade de radioterapia estereotáxica fracionada corpórea oferece controle local de 90 a 96% em até 3 anos, o que reforça que aproximadamente 60% desses pacientes se beneficiam expressivamente da radioterapia, isolada ou combinada.
O radio-oncologista Erick Rauber, diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), aponta que a radioterapia tem indicação em boa parte dos casos “A radioterapia é indicada especialmente quando a cirurgia não é possível, o que ocorre com frequência em estágios mais avançados ou em pacientes com outras comorbidades. Nesses casos, a modalidade pode ser usada isoladamente ou combinada com a quimioterapia, com o objetivo de controlar o tumor, aliviar sintomas e, muitas vezes, prolongar a sobrevida do paciente. Os avanços tecnológicos nos equipamentos e nas técnicas de tratamento, como a radioterapia de intensidade modulada (IMRT) e a radioterapia estereotáxica (SBRT), têm possibilitado resultados mais eficazes e com menos efeitos colaterais, mesmo em casos complexos”, explica.
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O tema está sendo discutido no 27º Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), evento nacional organizado pela Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT). Com sede em Vitória, no Espírito Santo, o Congresso, com outros cinco eventos simultâneos de especialidades, acontece entre os dias 30 de julho e 2 de agosto. No último dia, o evento contará com uma mesa de especialistas nacionais e internacionais que vão discutir os avanços mais relevantes no tratamento do câncer de pulmão, com destaque para o papel da radioterapia em diferentes estágios da doença. A programação reforça a importância da personalização do tratamento e da integração multidisciplinar no tratamento do câncer de pulmão.
“Essa troca de experiências com especialistas nacionais e internacionais é fundamental para atualizarmos a prática clínica e ampliarmos o acesso às terapias mais modernas, como a radioterapia estereotáxica (SBRT), que tem mudado o prognóstico de muitos pacientes com câncer de pulmão. A programação reforça o papel da radioterapia como um dos pilares do tratamento oncológico e mostra como a integração com terapias sistêmicas e novas tecnologias pode transformar a jornada do paciente”, explica Erick.
Fatores de risco
O câncer de pulmão tem no tabagismo seu principal fator de risco. Além do cigarro tradicional, o uso de cigarros eletrônicos, a exposição prolongada à poluição do ar, substâncias químicas tóxicas (como o amianto) e o histórico familiar da doença também estão entre os fatores que aumentam significativamente o risco.
A prevenção passa pela adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física, alimentação balanceada, evitar o tabaco e o consumo excessivo de álcool. “Além disso, é fundamental a implementação de políticas públicas de controle e o apoio das empresas no enfrentamento da doença. O combate ao câncer de pulmão começa muito antes do diagnóstico. Prevenir a exposição aos fatores de risco e conscientizar a população são estratégias essenciais para salvar vidas”, finaliza o radio-oncologista Erick Rauber, diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT).
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