artrose, também conhecida como osteoartrite, é a doença reumática mais prevalente no mundo. O problema está relacionado ao desgaste progressivo das articulações e tende a se intensificar com o avanço da idade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 528 milhões de pessoas convivem com a condição. No Brasil, o número estimado é de 15 milhões, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

A expectativa é de que esses números aumentem nas próximas décadas, acompanhando o envelhecimento da população. Estudos indicam que cerca de 80% das pessoas com mais de 65 anos apresentam sinais radiológicos da doença, ainda que nem todas tenham sintomas. Entre as que apresentam sintomas, cerca de 60% relatam dor, rigidez e limitação funcional.

As mulheres são mais afetadas do que os homens, especialmente após a menopausa. Elas têm o dobro de chances de desenvolver artrose, o que pode estar associado a alterações hormonais e à menor densidade óssea.

Como a doença se desenvolve?

A artrose é caracterizada pelo desgaste da cartilagem que reveste as extremidades dos ossos nas articulações. A cartilagem permite o deslizamento entre os ossos e protege contra o atrito. Com o tempo, essa estrutura se deteriora, o que pode levar à dor e à redução da mobilidade.

Além do envelhecimento, fatores como fraturas, lesões repetitivas, predisposição genética e inflamações crônicas, como a gota (excesso de ácido úrico) e a artrite reumatoide, contribuem para o surgimento da doença.

As articulações mais afetadas são aquelas que realizam grande amplitude de movimento, como joelhos, quadris, ombros e mãos. Nas mãos, o desgaste pode causar deformidades nos dedos. Na coluna cervical e lombar, a doença pode provocar fadiga muscular, formigamento e limitação dos movimentos. Em casos mais avançados, é comum a indicação de cirurgia para substituição das articulações por próteses.

Qualidade de vida

Apesar de não estar associada à mortalidade, a artrose pode comprometer significativamente a qualidade de vida dos pacientes. O desconforto é progressivo e, em alguns casos, limita atividades básicas do dia a dia.

“O aparecimento da artrose não é condição fatal, mas os desconfortos que provoca afetam diretamente a rotina”, explica Marcio Atalla, professor de Educação Física, pós-graduado em Nutrição pela USP e embaixador da marca Relaxmedic.

Prevenção e controle: peso, movimento e equilíbrio

Segundo Marcio, embora não seja possível evitar completamente a artrose, há formas de postergar seu surgimento e amenizar os sintomas. Um dos principais cuidados é manter o peso corporal dentro dos parâmetros saudáveis.

“O sobrepeso não é causa direta da artrose, mas é um fator importante não apenas para desenvolver a doença como para agravá-la. Estudos mostram que cada quilo extra aumenta em até quatro vezes a pressão nas articulações do joelho, acelerando o desgaste”, afirma o especialista.

Ele também destaca que o sedentarismo favorece a fraqueza muscular, o que sobrecarrega as articulações. Ao mesmo tempo, o excesso de exercícios – especialmente os de alto impacto e com muita carga – pode provocar inflamações nas juntas.

“Atividade física é fundamental, desde que feita com orientação. Músculos fortes dão melhor suporte às articulações. Pegar peso, na dose certa, é importante. Além disso, alongamentos, hidroginástica e pilates ajudam a preservar a mobilidade e a amplitude articular”, orienta Marcio.

Há tratamento?

A artrose não tem cura, e uma vez instalada, não regride. Por isso, é essencial adotar medidas preventivas e buscar tratamento ao perceber os primeiros sinais.

Entre as opções terapêuticas estão o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e a viscossuplementação – injeção de ácido hialurônico nas articulações. Em casos mais graves, pode ser indicada a cirurgia para colocação de próteses. Recursos como palmilhas e joelheiras também podem oferecer conforto em fases mais avançadas.

“Com relação a fazer gelo ou calor, não há comprovação científica da eficácia de nenhum dos dois, mas se promoverem alívio, não há contraindicação. A ideia é melhorar a qualidade de vida e reduzir o desconforto ao máximo”, explica o professor.

Atenção aos sinais

De acordo com o especialista, evitar fatores inflamatórios também é importante, como o consumo excessivo de álcool, que pode desencadear crises de gota. “É fundamental ter atenção aos sintomas e aos hábitos do dia a dia”, afirma.

Para ele, o envelhecimento é inevitável, mas o impacto da artrose pode ser reduzido com cuidados simples. “A artrose pode até ser uma questão de tempo, mas o tempo pode ser generoso com quem cuida do corpo com equilíbrio, movimento e atenção aos sinais.”

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