O diabetes é uma das doenças crônicas mais prevalentes no Brasil e no mundo, com impactos que vão muito além do controle glicêmico. De acordo com dados recentes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 16,8 milhões de brasileiros vivem com a doença – número que deve ultrapassar os 23 milhões até 2045, segundo projeções da International Diabetes Federation (IDF).

Esse cenário reforça a importância de esclarecer dúvidas e orientar adequadamente os pacientes sobre procedimentos cirúrgicos como os implantes. Uma dúvida comum entre os portadores da condição é: quem tem diabetes pode fazer implantes dentários?

“A resposta é sim, desde que os parâmetros do diabetes estejam controlados”, afirma o cirurgião-dentista Fabio Azevedo, especialista LATAM do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da S.I.N.

Segundo o especialista, quando a glicemia está descompensada, o risco de complicações aumenta consideravelmente. “Altos níveis de açúcar no sangue prejudicam a circulação, elevam o risco de sangramento durante a cirurgia e dificultam o processo de cicatrização”, explica. “Além disso, pacientes diabéticos têm maior risco à doença peri-implantar, que se caracteriza principalmente pela perda óssea ao redor dos implantes.”

Para garantir a segurança do procedimento, Fabio destaca a importância de um preparo clínico detalhado, especialmente em pacientes com doenças crônicas, como o diabetes. “Solicitar exames como hemograma, glicemia, hemoglobina glicada, coagulograma completo, sódio, potássio e cálcio ajuda o cirurgião-dentista a traçar um panorama da saúde geral do paciente”, explica o especialista. “Se houver alterações significativas, o ideal é encaminhar o paciente ao médico antes de prosseguir com a cirurgia.”

O que diabéticos precisam saber antes de fazer implantes?

  • As taxas de sucesso são altas. “Pacientes com diabetes controlada podem realizar implantes dentários com uma taxa de sucesso comparável à de pessoas sem a doença”, afirma o dentista.
  • Implantes de superfície nanoativadas de última geração são ainda mais favoráveis a estes pacientes.
  • O controle glicêmico é a chave para evitar complicações.
  • O apoio de um endocrinologista durante o processo é essencial. “Com esse suporte, o procedimento torna-se mais seguro e previsível”, diz Fabio.
  • A possibilidade de utilizar a cirurgia guiada por computador pode ser uma aliada, considerada a técnica mais moderna e segura na implantodontia. “Ela é minimamente invasiva, evita cortes e pontos e reduz significativamente os riscos de sangramento, inchaço e inflamação, o que é especialmente vantajoso para quem tem diabetes”, destaca.
  • Após a colocação dos implantes, o acompanhamento odontológico regular é fundamental — ainda mais para pacientes diabéticos. “Pesquisas mostram que esses pacientes podem necessitar de um cuidado adicional para prevenir inflamações na cavidade bucal”, reforça o especialista.

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