Quando se trata da beleza facial, um pequeno detalhe pode fazer muita diferença. Nesse sentido, muitas pessoas se incomodam com a ponta do nariz, que pode ser mais caída, larga ou sem definição. “Características genéticas, étnicas e a própria idade podem estar relacionadas com essas questões. E é possível operar apenas a ponta do nariz para solucionar isso, embora, em muitos casos, mesmo que a queixa principal seja sobre a ponta, o melhor resultado vai ser alcançado alterando-se também outras partes do nariz”, explica o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Paolo Rubez.

“Mas é importante deixar claro que uma área do nariz pode impactar na percepção das outras partes. Por exemplo, uma pessoa que tenha um dorso elevado ou uma giba dorsal tende a ter a impressão de que a ponta é mais caída. Nestes casos, a cirurgia deve tratar tanto o dorso quanto a ponta para que o resultado fique harmônico. Caso não se tratem todas as alterações, o paciente pode passar a se queixar da área não tratada que passou a ser mais perceptível”, acrescenta o especialista.



O médico explica que a cirurgia de ponta nasal é indicada quando se deseja melhorar a estética da ponta, por exemplo para afiná-la, levantá-la, deixá-la mais delicada, ou diminuí-la. “Há casos também em que a cirurgia da ponta beneficia a respiração, pois trata-se de uma área importante para a passagem de ar, chamada de válvula nasal. Pacientes que tenham insuficiência de válvula nasal externa se beneficiam de alterações na estrutura da ponta que melhora a entrada de ar para o nariz”, comenta o médico.

Um detalhe importante nesse tipo de cirurgia é que nem sempre a ponta do nariz precisa ser arrebitada. “O ângulo da ponta nasal é variável de acordo com o gênero e de acordo com o gosto pessoal de cada paciente. Através das técnicas cirúrgicas modernas, é possível ter um controle deste ângulo durante a cirurgia. Por exemplo, em homens a ponta geralmente é feita menos ‘arrebitada’, pois isto é uma característica mais feminina. E, mesmo dentro do mesmo gênero, há pessoas que preferem que ela seja mais ou menos ‘arrebitada’, ou rodada (mais larga e arredondada)”, diz o médico.

De acordo com o cirurgião plástico, o formato de uma ponta nasal é diretamente relacionado ao formato das cartilagens da ponta, chamadas de alares.

“A cirurgia envolve sobretudo a alteração desta anatomia para que o resultado fique mais delicado e belo. Cirurgias no nariz em geral são muito detalhistas, pois cada milímetro impacta no resultado e pelo fato de o nariz ocupar uma posição central no rosto. Por isto, é considerada uma das cirurgias mais difíceis em cirurgia plástica. Um fator que torna a cirurgia ainda mais complexa é o fato de o paciente já ter tido manipulações prévias do nariz, sobretudo rinoplastias prévias”, comenta Paolo Rubez.

“Existe uma infinidade de técnicas e manobras aplicadas para se alterar a ponta nasal que envolvem o uso de enxertos de cartilagem, suturas e pontos para fixar e para modificar o formato das estruturas. Os enxertos de cartilagem são muito usados em rinoplastias, pois auxiliam na manutenção do novo formato alcançado na cirurgia. Eles são mais comumente provenientes da cartilagem do próprio septo nasal, ou de costela ou orelha”, acrescenta.

O médico diz que o tempo de duração de uma rinoplastia varia conforme o que é necessário modificar na cirurgia, de acordo com a técnica empregada, a dificuldade de cada caso e  experiência do cirurgião. Em geral, ela varia de duas a cinco horas, em casos mais complexos.

“O pós-operatório não envolve dor. É comum que haja inchaço no nariz e no rosto, e um pouco de roxo, sobretudo na área das pálpebras inferiores. O paciente faz uso de antibióticos, anti-inflamatórios e é fundamental a higiene do nariz com soro fisiológico. Em caso de dores leves, pode usar analgésicos. O pós-operatório não é muito diferente no caso de se tratar apenas a ponta ou o nariz como um todo. Pode haver uma variação no inchaço apenas. Porém, os cuidados são os mesmos. Deve-se ficar afastado de atividades físicas por no mínimo três semanas e afastado de sol por 60 dias. Normalmente, após duas semanas o paciente consegue retomar normalmente sua rotina de trabalho e estudo presencialmente”, diz Paolo.

Mas, o médico alerta que uma cirurgia mal realizada pode comprometer - e muito - esta passagem de ar. “Ao mesmo tempo em que, quando bem realizada, ela pode melhorar muito a respiração, quando mal realizada pode interferir, pois entrada de ar no nariz é na região que envolve a ponta nasal, chamada de válvula nasal externa. Portanto, é fundamental buscar um cirurgião plástico e achar referências na hora de escolher o médico”, reforça.

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