Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 80% dos casos de cegueira poderiam ser prevenidos ou tratados. No Brasil, a realidade não é diferente: doenças como catarata, glaucoma e retinopatia diabética continuam sendo responsáveis por grande parte das perdas visuais. O problema é que muitas dessas condições se desenvolvem silenciosamente, tornando a prevenção e o diagnóstico precoce decisivos.

“O mais preocupante é que o paciente acredita que enxerga bem e, quando percebe, já perdeu parte significativa da capacidade de enxergar. A prevenção, por meio de consultas regulares ao oftalmologista, é a chave para evitar esses desfechos”, alerta Victor Massote, oftalmologista e vice-diretor clínico do OCULARE Hospital de Oftalmologia.

Como posso evitar a cegueira?

Entre as doenças mais frequentes, a catarata continua sendo a principal causa de cegueira reversível no país, de acordo com o Ministério da Saúde. “Com o avanço da doença, a visão vai ficando turva, mas a cirurgia é simples e devolve a qualidade visual”, explica o oftalmologista.

Já o glaucoma, que atinge cerca de 2 milhões de brasileiros segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), danifica o nervo óptico de forma silenciosa e pode levar à perda irreversível da visão se não for detectado a tempo, por isso o diagnóstico precoce é fundamental para manutenção da visão.

Outra condição silenciosa e de alto risco é a retinopatia diabética, que afeta diretamente pacientes com diabetes. De acordo com o Ministério da Saúde, até 90% dos portadores de diabetes tipo 1 e 60% dos do tipo 2 podem desenvolver a doença ao longo da vida.

Apesar disso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado são capazes de evitar a progressão para cegueira. Atualmente, existem diversas opções de diagnóstico e tratamento adequadas a cada fase da retinopatia, o que torna o controle muito mais eficaz quando iniciado no momento certo.

Degeneração macular tem cura?

Apesar de não ser totalmente evitável, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma condição que merece atenção especial, principalmente entre os idosos. Trata-se de uma das principais causas de perda da visão central em pessoas com mais de 60 anos, afetando significativamente a qualidade de vida.

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 3 milhões de brasileiros acima dos 65 anos convivem com a doença, que pode dificultar tarefas cotidianas como ler, reconhecer rostos e acompanhar movimentos.

Embora ainda não exista cura, há tratamentos que ajudam a retardar a progressão da doença, principalmente quando ela é diagnosticada precocemente. Por isso, o acompanhamento oftalmológico regular é essencial, mesmo na ausência de sintomas visuais.

Victor alerta que exames simples — como medição da pressão ocular, avaliação do fundo de olho e acompanhamento anual— podem fazer toda a diferença. “Cuidar da saúde ocular é cuidar da qualidade de vida. A perda da visão não deve ser vista como algo inevitável do envelhecimento. Com informação, prevenção e acompanhamento médico, é possível preservar a visão”, diz o médico.

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