INOVAÇÃO

Terapias-alvo mudam tratamento do câncer de mama

Neste Outubro Rosa, oncologista comenta sobre os avanços na ciência serem uma "virada de chave", saindo do "tamanho do tumor" para o perfil biológico do tumor

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Outubro Rosa: terapias-alvo mudam o tratamento do câncer de mama — e expõem o desafio do acesso no SUS

O apelo do Outubro Rosa continua sendo o diagnóstico precoce — e traz também boas notícias sobre tratamento. As terapias-alvo são medicamentos desenvolvidos para agir em alvos moleculares específicos (proteínas, receptores ou mutações) que “alimentam” o crescimento do tumor. Recebem esse nome porque miram no tumor, ao contrário da quimioterapia tradicional, que atua de forma mais ampla sobre células de rápida divisão.

Quando indicadas para o perfil certo de paciente, tendem a oferecer respostas mais duradouras e menos efeitos colaterais. No Brasil, o INCA estima 73.610 novos casos de câncer de mama por ano no triênio 2023–2025, reforçando a urgência de alinhar prevenção, detecção e acesso à inovação.

“Estamos vivendo uma virada de chave: saímos do ‘tamanho do tumor’ para o perfil biológico do tumor. Isso permite oferecer tratamentos mais precisos e com melhor qualidade de vida, especialmente em doença inicial e em parte dos casos metastáticos”, afirma a oncologista Graziella Piló. “O recado do Outubro Rosa permanece: diagnosticar cedo salva vidas — a diferença é que agora temos mais ferramentas para personalizar o cuidado.”

Entre as frentes que já mudam a prática, destacam-se os anti-HER2 para tumores HER2-positivos (como trastuzumabe, pertuzumabe e trastuzumabe-deruxtecano) e os inibidores de CDK4/6 para tumores hormônio-positivos/HER2-negativos (palbociclibe, ribociclibe e abemaciclibe), em geral combinados à terapia endócrina.

“É ciência aplicada ao dia a dia: menos internações desnecessárias, mais tempo de controle e uma experiência de tratamento mais humana”, resume a oncologista Mariana Cunha.

SUS: inovação que ainda não chega para todas

Apesar dos avanços, o acesso às terapias-alvo e aos testes que identificam quem realmente se beneficia ainda é desigual. Parte dessas estratégias está mais disponível apenas pelos planos de saúde, enquanto a rede pública incorpora de forma lenta e desigual tanto no tratamento quando no diagnóstico, pois enfrenta gargalos na testagem molecular, nas biópsias minimamente invasivas e na oferta fora dos grandes centros.

“Não basta celebrar a inovação: é preciso transformá-la em política pública, com critérios claros de custo-efetividade, testes acessíveis e linhas de cuidado que garantam a mesma chance para quem está no interior e nas capitais”, aponta Graziella.

Para Mariana Cunha, o Outubro Rosa é um convite à ação: informação confiável, exame certo na hora certa e incorporação responsável de terapias-alvo. Quando essas peças se conectam, entregamos o que realmente importa: vida com qualidade.

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