Precisa de mais sal?
Organizações mundiais lançam campanha sobre o consumo em excesso
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Até esta sexta-feira (10/10) acontece a Semana Mundial de Conscientização sobre o Sal. O objetivo é estimular a implementação de intervenções, baseadas em evidências, para que se consiga reduzir o consumo de sal, considerando a importância desta atitude para proteger a saúde cardiovascular e contribuir na prevenção de várias doenças.
A campanha deste ano traz como tema É hora de dar destaque ao sal, focando no sal “escondido” (sódio) em diversos produtos, em sua maioria processados e ultraprocessados. Em muitos países, cerca de três quartos do sódio na dieta são provenientes destes alimentos como pão, molhos e temperos, biscoitos, salgadinhos (snacks), macarrão instantâneo, enlatados, refeições prontas, embutidos e queijos.
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Esta mobilização tem agregado importantes órgãos como a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), num esforço global para compartilhar ferramentas técnicas para desenvolver e implementar políticas abrangentes para a redução do sal, nos produtos, no consumo, e apostado no marketing social, para promover práticas saudáveis tanto em casa, como nas escolas e locais de trabalho.
“O sal não é 100% um vilão para saúde e apenas um agente causador de doenças. É necessário para manter, principalmente, o equilíbrio líquido dentro e fora de nossas células. O que se alerta é para seu consumo em excesso. Se ingerido em quantidade adequada auxilia em várias funções do nosso corpo, como regular o ritmo cardíaco, o volume sanguíneo, a transmissão dos impulsos nervosos, a contração muscular e ainda ajuda a garantir o equilíbrio dos fluídos corporais. Por isso, não deve ser excluído, completamente, de qualquer dieta. Os malefícios que o sal pode causar são a partir de uma dose acima das nossas necessidades fisiológicas”, explica o médico nutrólogo, fellow da Obesity Society FTOS - USA e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Durval Ribas Filho.
Segundo o especialista, equilíbrio e moderação são as palavras-chaves, quando se pensa em sal. Confira os riscos e benefícios:
- O consumo excessivo de sal/sódio afeta no aumento da pressão arterial, causando cerca de 30% da prevalência de hipertensão. Este quadro clínico contribui com pelo menos 40% das doençass cardiovasculares e acidente vascular cerebral (AVC), que representam 45% de todas as doenças não transmissíveis (DNTs)
- A ingestão, em excesso, também tem sido associada ao câncer de estômago, agravamento dos sintomas de asma, osteoporose, cálculos e outras doenças renais e obesidade, pois os alimentos salgados causam sede, que geralmente é saciada com bebidas açucaradas
- Em dose adequada, o sal pode contribuir na digestão, no funcionamento renal e facilitar a produção de energia, além de auxiliar para repor o sódio eliminado pelo suor, principalmente para quem pratica atividade física
Durval ressalta que não é simples mudar hábitos alimentares, mas dá algumas dicas para equilibrar o consumo de sal:
- É importante lembrar que o sal que consumimos já começa desde a preparação do alimento, em casa. A simples exclusão do sal na mesa, pode ser um primeiro passo na redução do consumo. Isso pode ocorrer de forma gradativa e o paladar irá se reeducando devagar.
- Substituir o sal por temperos naturais e frescos, como alho, salsinha, cebola, folhas de louro, coentro e pimenta também contribui neste processo, trazendo novos sabores para os alimentos, sem que se perceba a falta do sal.
- No supermercado, muita atenção ao teor de sódio nos rótulos: alguns alimentos podem ser aparentemente saudáveis e darem a impressão de que não são “salgados”, mas podem incluir alto teor de sal, como alguns cereais matinais, por exemplo.
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