OnlyFans e Privacy: como funcionam as plataformas de conteúdo adulto
Sites de assinatura se popularizaram entre criadores e fãs; entenda o modelo de negócio, as regras e os debates sobre segurança e vazamentos de dados
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O faturamento total do OnlyFans em 2024 foi de US$ 7,22 bilhões, enquanto o Privacy não divulga um faturamento total da empresa, mas estima-se que criadores na plataforma possam faturar entre R$ 1.000 e R$ 50.000 ou mais por mês. Essas plataformas funcionam com base em um sistema de assinatura mensal.
O criador estabelece um valor e seus seguidores pagam para ter acesso a fotos, vídeos e outros materiais que não são disponibilizados em redes sociais abertas. O modelo permite uma monetização direta, sem depender exclusivamente de publicidade ou patrocínios, com parte do valor sendo destinado para a plataforma.
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Como funcionam as plataformas de assinatura?
O conceito por trás do OnlyFans e do Privacy é simples. Um criador de conteúdo abre um perfil e define um preço para a assinatura mensal. Os valores podem variar de poucos reais a dezenas de dólares, dependendo da popularidade e do tipo de material oferecido. A plataforma retém uma comissão sobre cada transação, que geralmente fica em torno de 20%, e repassa o restante ao criador.
O conteúdo publicado é variado e vai muito além do entretenimento adulto, embora este seja o nicho mais associado aos serviços. Chefs de cozinha compartilham receitas exclusivas, preparadores físicos oferecem planos de treino personalizados e músicos mostram os bastidores de suas produções. A exclusividade é a chave do negócio.
Além da assinatura básica, os criadores podem obter receita extra com a venda de conteúdo avulso, conhecido como "pay-per-view" (pague para ver), ou por meio de mensagens diretas pagas. Essa interação personalizada fortalece o vínculo com os fãs e aumenta o potencial de ganhos, transformando a produção de conteúdo em uma carreira viável para muitas pessoas.
Vazamentos: o grande risco do negócio
O principal desafio para quem produz conteúdo para essas plataformas é o risco de vazamentos. Mesmo com os termos de serviço proibindo a distribuição do material, um assinante mal-intencionado pode facilmente gravar a tela ou salvar os arquivos e compartilhá-los ilegalmente em outras redes sociais, grupos de mensagens ou sites piratas.
Quando isso acontece, o criador perde o controle sobre sua própria imagem e seu trabalho. O prejuízo não é apenas financeiro, com a perda de potenciais assinantes, mas também moral e psicológico. A exposição indevida pode causar danos irreparáveis à reputação e à vida pessoal de quem teve seu conteúdo vazado.
As plataformas tentam implementar medidas de segurança, como o bloqueio de capturas de tela em seus aplicativos, mas essas barreiras são facilmente contornáveis, especialmente na versão para navegadores de computador. A batalha contra a pirataria digital é complexa e exige que os criadores também adotem uma postura proativa para se proteger.
Guia prático: como aumentar a segurança no OnlyFans e Privacy
Embora não seja possível eliminar completamente o risco de vazamentos, algumas práticas podem ajudar criadores a proteger seu conteúdo e dificultar a ação de quem tenta distribuí-lo ilegalmente. Confira algumas dicas importantes:
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Use marcas d'água: aplique marcas d'água visíveis, mas que não atrapalhem a visualização, em suas fotos e vídeos. Inclua seu nome de usuário da plataforma. Isso não impede o download, mas facilita a identificação da origem do vazamento.
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Conheça seus assinantes: interaja com seu público para construir uma comunidade baseada em confiança. Perfis suspeitos ou com comportamento estranho podem ser bloqueados preventivamente como medida de segurança.
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Monitore a internet: configure alertas on-line com seu nome ou nome de usuário. Ferramentas de monitoramento podem avisá-lo caso seu conteúdo comece a aparecer em outros sites, permitindo uma ação rápida para solicitar a remoção.
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Não mostre tudo: evite publicar conteúdos que possam revelar informações pessoais sensíveis, como documentos, o endereço de sua casa ou detalhes que permitam sua localização. A segurança pessoal vem sempre em primeiro lugar.
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Tenha assessoria jurídica: em caso de vazamento, o primeiro passo é contatar um advogado especializado em direito digital. Ele orientará sobre como registrar um boletim de ocorrência e quais medidas tomar para identificar os responsáveis e solicitar a remoção do conteúdo.
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Fortaleça sua conta: para todos os usuários, tanto criadores quanto assinantes, é fundamental usar uma senha forte e ativar a autenticação de dois fatores (2FA). Isso impede que sua conta seja invadida e utilizada de forma indevida.
Qual a principal diferença entre OnlyFans e Privacy?
A principal diferença está na origem e no foco de mercado. O OnlyFans é uma plataforma britânica, de alcance global, com pagamentos processados em dólar.
Já o Privacy é uma empresa brasileira, voltada para o público nacional. Ela oferece a vantagem de pagamentos em real e aceita métodos locais, como o Pix.
É legal produzir conteúdo adulto nessas plataformas no Brasil?
Sim, a produção e a comercialização de conteúdo adulto são legais no Brasil, desde que todas as pessoas envolvidas sejam maiores de idade e consintam com a gravação e divulgação.
O que é crime é a distribuição não autorizada desse material por terceiros, prática que pode ser enquadrada em violação de direitos autorais e de imagem.
Quanto um criador pode ganhar no OnlyFans ou Privacy?
Os ganhos são extremamente variáveis. Dependem de fatores como o número de assinantes, o preço da assinatura e a venda de conteúdos extras.
Alguns criadores usam as plataformas para obter uma renda complementar, enquanto outros, com uma base de fãs grande e engajada, chegam a faturar milhões.
As plataformas são seguras para os dados dos assinantes?
Em relação aos dados de pagamento, as plataformas utilizam sistemas de criptografia e segurança similares aos de outros serviços on-line, sendo consideradas seguras.
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O risco maior não está nos dados financeiros, mas na possibilidade de vazamento de informações pessoais caso a conta seja invadida por falta de senhas seguras.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.