Da ficção para a vida real

É muito "Black Mirror": tecnologia para 'falar' com mortos já existe

De chatbots que simulam conversas a avatares em realidade virtual; conheça as inovações que exploram o luto e a memória de entes queridos

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A série britânica "Black Mirror", disponível na Netflix, é famosa por analisar as repercussões de tecnologias inovadoras em um futuro distópico. Desde suas primeiras temporadas, a produção já antecipava tendências atuais, como realidade virtual e inteligência artificial. Em 2013, a série imaginou uma tecnologia que poderia simular interações com pessoas que já faleceram.

No episódio "Be Right Back", da segunda temporada, a personagem principal contrata um serviço que lhe permite manter comunicação com uma réplica virtual do marido falecido. A história se desenrola com uma interação que começa por mensagens de texto e avança para o envio de vídeos e fotos repletas de memórias do casal, o que alimenta a inteligência artificial e culmina na criação de um androide capaz de se relacionar fisicamente com a viúva.

Inteligência artificial

Da ficção para a vida real, empresas de inovação já desenvolvem soluções que permitem interagir com uma versão digital de pessoas que já morreram, usando inteligência artificial para simular conversas e até criar avatares em realidade virtual.

A ideia não é trazer alguém de volta, mas sim preservar memórias de uma forma interativa. Essas ferramentas analisam o vasto rastro digital que uma pessoa deixa, como postagens em redes sociais, e-mails, mensagens de texto e gravações de voz. Com base nesse material, um sistema de inteligência artificial aprende seus padrões de comunicação, seu vocabulário e até seu senso de humor.

O objetivo é criar uma personalidade digital que possa responder a perguntas e interagir de maneira muito semelhante à da pessoa real. Para as famílias, a proposta é oferecer uma nova forma de lidar com o luto, permitindo que filhos ou netos “conheçam” parentes que se foram antes de seu nascimento ou que pessoas enlutadas tenham uma última conversa.

Embora a tecnologia pareça complexa, a aplicação varia de chatbots simples a experiências imersivas. O acesso a essas ferramentas ainda é restrito e muitas vezes envolve custos elevados, mas a tendência é que se tornem mais acessíveis com o avanço da inteligência artificial.

Como a tecnologia simula essa interação

As plataformas que oferecem a chance de “falar” com quem já morreu usam diferentes níveis de tecnologia para criar uma experiência realista. Entender como cada uma funciona ajuda a visualizar o futuro da preservação de memórias.

  • Chatbots de luto: são programas de IA treinados com as conversas escritas da pessoa. Eles respondem a mensagens de texto como se fossem o indivíduo, usando seu estilo de escrita e gírias. É a forma mais comum e acessível de memorial digital interativo.

  • Clonagem de voz: sistemas mais avançados utilizam amostras de áudio e vídeo para recriar a voz da pessoa. Com isso, o chatbot não apenas escreve, mas também “fala” com o usuário, tornando a conversa mais pessoal e emotiva.

  • Avatares em realidade virtual: a tecnologia mais imersiva de todas. Usando fotos e vídeos, as empresas criam um avatar tridimensional da pessoa em um ambiente virtual. Com óculos de VR, é possível interagir com essa representação digital em cenários familiares, como a sala de casa.

  • Memoriais digitais: uma versão mais simples, onde QR codes em lápides ou memoriais online levam a uma página com fotos, vídeos e histórias. Embora não haja uma interação direta via IA, é uma forma de manter a memória viva digitalmente.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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