5 dicas para nunca mais errar ao escolher carne no supermercado
Aprender a identificar a qualidade da carne é essencial para a saúde; confira os sinais de cor, cheiro e textura que garantem uma boa compra.

A recente apreensão de 27 toneladas de carne imprópria para consumo em Belo Horizonte trouxe de volta uma preocupação constante para muitas famílias: como saber se o produto que levamos para casa é seguro? A escolha no supermercado vai além do preço ou do corte e se torna uma questão de saúde pública e bem-estar.
Pequenos detalhes na cor, no cheiro e na textura podem revelar muito sobre o estado de conservação do produto. Aprender a fazer essa análise rápida na gôndola é um conhecimento essencial para garantir refeições seguras e saborosas.
1. A cor é o primeiro sinal de alerta
A aparência visual é o primeiro contato que temos com a carne e, muitas vezes, o indicativo mais claro de sua qualidade. Cada tipo de carne possui uma coloração característica quando está fresca, e qualquer desvio desse padrão merece atenção. É um erro comum acreditar que toda carne vermelha deve ser extremamente viva.
Para a carne bovina, a cor ideal é um vermelho-brilhante. Se ela apresentar um tom mais escuro, quase púrpura, pode ser apenas resultado da falta de contato com o oxigênio, algo comum em embalagens a vácuo. No entanto, tons acinzentados ou esverdeados são um sinal claro de deterioração e devem ser evitados a todo custo.
A carne de porco fresca deve ter uma tonalidade rosada e clara. Carnes suínas muito pálidas ou escuras podem indicar problemas na qualidade ou no manejo do animal.
Já o frango precisa ter uma cor uniforme, que varia entre o branco e o amarelado-claro, dependendo da alimentação da ave. Fique longe de peças com manchas escuras, esverdeadas ou com as pontas das asas escurecidas.
2. O olfato nunca engana
O cheiro é um dos indicadores mais confiáveis sobre o estado da carne. Produtos frescos, sejam de boi, porco ou frango, possuem um odor muito sutil, quase neutro. Qualquer cheiro forte ou desagradável é um motivo para descartar a compra imediatamente. O hábito de sentir o cheiro dos alimentos, mesmo embalados, pode evitar grandes problemas.
O principal sinal de alerta é um odor azedo ou que lembre amônia. Esse cheiro indica um processo de decomposição já em andamento, causado pela proliferação de bactérias. Carnes que apresentam um cheiro estranhamente adocicado também são um mau sinal, pois podem indicar a presença de certos tipos de microrganismos.
3. Textura firme e sem excesso de líquido
O toque também revela informações importantes sobre a qualidade da carne. Uma peça fresca deve ser firme e elástica. Ao pressioná-la levemente com o dedo, a carne deve ceder um pouco e depois voltar rapidamente à sua forma original. Essa elasticidade é um sinal de que as fibras musculares estão intactas e bem conservadas.
Desconfie de carnes que parecem flácidas ou que não retornam ao formato inicial após a pressão. A superfície deve ser ligeiramente úmida, mas nunca pegajosa ou viscosa. Uma textura melada é um indicativo forte de crescimento bacteriano na superfície do produto, tornando-o impróprio para o consumo.
Observe também a quantidade de líquido dentro da embalagem. Um pouco de suco avermelhado, chamado de mioglobina, é normal. No entanto, o excesso de líquido pode ser um sinal de que a carne foi congelada e descongelada várias vezes ou que não está fresca. Esse ciclo de temperatura compromete a textura e a segurança do alimento.
4. Analise a gordura e a embalagem
A gordura presente na carne também serve como um termômetro de qualidade. Em cortes bovinos e suínos, a gordura deve ter uma cor branca ou levemente amarelada. Gordura com tons acinzentados, muito amarelados ou com manchas escuras indica que a carne pode ser de um animal mais velho ou que o produto não foi armazenado corretamente.
A embalagem é outra barreira de proteção que precisa ser inspecionada. Verifique se não há furos, rasgos ou qualquer tipo de dano que possa permitir a entrada de ar e contaminantes. Embalagens estufadas são um péssimo sinal, pois indicam a produção de gases por bactérias em atividade dentro do pacote.
Para carnes embaladas a vácuo, o plástico deve estar firmemente aderido ao produto, sem bolhas de ar. A ausência de oxigênio nesse tipo de embalagem ajuda a preservar a carne por mais tempo, mas qualquer falha no selo compromete totalmente essa proteção.
5. Data de validade e armazenamento no ponto de venda
Pode parecer óbvio, mas conferir a data de validade é um passo que nunca deve ser esquecido. Dê preferência aos produtos com a data de embalagem mais recente e um prazo de validade mais longo. Evite comprar carne que esteja muito próxima do vencimento, a menos que o consumo seja imediato.
Além da data, observe as condições de armazenamento no supermercado. Os balcões refrigerados e freezers devem estar limpos e organizados. A temperatura indicada nos termômetros precisa estar adequada para a conservação de carnes, geralmente abaixo de 4°C para produtos resfriados e em -18°C ou menos para congelados.
Um freezer com grossas camadas de gelo nas paredes ou sobre os produtos pode indicar problemas de funcionamento ou ciclos de degelo inadequados. Essas variações de temperatura prejudicam a qualidade e a segurança da carne. Um estabelecimento que cuida bem de seus equipamentos de refrigeração demonstra um maior compromisso com a qualidade do que vende.