5 quilombos em Minas Gerais para uma viagem de imersão e ancestralidade
Conheça comunidades que abriram suas portas para o turismo, oferecendo experiências únicas de cultura, história, gastronomia e natureza exuberante
compartilhe
SIGA
Minas Gerais, um estado conhecido por sua rica história e paisagens deslumbrantes, guarda tesouros que vão além do ouro e das cidades coloniais. As comunidades quilombolas estão abrindo suas portas para visitantes, oferecendo uma imersão profunda na cultura afro-brasileira, cheia de ancestralidade, sabores e saberes.
Para quem busca uma viagem com mais significado, conhecer esses territórios é uma oportunidade única de se conectar com as raízes do Brasil. Separamos cinco destinos imperdíveis que combinam turismo, história e natureza de forma autêntica e respeitosa.
Leia Mais
Quilombo dos Arturos, em Contagem
A poucos quilômetros de Belo Horizonte, a comunidade dos Arturos é um verdadeiro museu vivo. Fundada por Artur Camilo Silvério, filho de pessoas escravizadas, ela mantém vivas tradições como o Congado, a Folia de Reis e o Batuque, passadas de geração em geração.
Visitar os Arturos, especialmente durante suas festas religiosas em meses como maio e outubro, é uma experiência cultural intensa. Os descendentes de Artur Camilo recebem os visitantes para compartilhar suas histórias, cantos e danças, que resistem há mais de um século.
Quilombo Quartel de Indaiá, em Diamantina
Ver essa foto no Instagram
Quartel de Indaiá é um povoado pequeno, perdido a 40 km de Diamantina, grudado na serra de São João da Chapada. Não nasceu vila de brancos nem arraial de bandeirantes. Nasceu negro.
Na região da Serra do Espinhaço, este quilombo oferece uma combinação perfeita de natureza exuberante e cultura local. A comunidade vive em harmonia com o cerrado, cercada por cachoeiras e paisagens de tirar o fôlego, em uma área de grande beleza cênica.
No final do século 18, quando o ouro já escasseava no Tejuco e o diamante começava a brilhar mais que tudo, dezenas de escravizados fugiram das lavras de Diamantina e subiram a cabeceira do rio Caeté-Mirim. Ali, onde a água nasce fria entre pedras, montaram seus quartéis: acampamentos de lona e taipa que serviam de esconderijo e de base para garimpar em segredo. Eram homens e mulheres que sabiam ler a terra melhor que os feitores, que conheciam cada veia de ouro e cada cristal escondido.
O principal destaque é o artesanato feito com o capim sempre-viva, uma tradição que garante o sustento de muitas famílias e preserva o meio ambiente. Os visitantes podem conhecer o processo de colheita e produção das peças, além de explorar trilhas ecológicas.
Quilombo de Pinhões, em Santa Luzia
Considerado um dos mais antigos da região metropolitana de Belo Horizonte, o Quilombo de Pinhões é referência em agricultura familiar e gastronomia. A comunidade preserva o modo de vida tradicional, com uma forte conexão com a terra e seus ciclos.
A experiência turística é focada nos sabores locais. É possível provar e aprender sobre a produção da farinha de mandioca artesanal, além de doces, quitandas e outros pratos típicos. A hospitalidade dos moradores torna a visita ainda mais especial e acolhedora.
Quilombo de Candeias, em Conceição do Mato Dentro
Ver essa foto no Instagram
Candeias não fica no mapa de turismo de Conceição do Mato Dentro. Fica no mapa da resistência. A 18 km da sede do município, no distrito de Itacolomi, a comunidade quilombola de Candeias se agarra à encosta da Serra do Espinhaço como quem se agarra à própria história.
São cerca de 120 famílias descendentes de africanos escravizados que, no século XVIII, fugiram das fazendas de gado e das lavras de ouro da região. Subiram a serra, abriram roças em terras altas onde o vento é forte e o solo é pobre, e ali construíram uma liberdade que ninguém lhes deu de presente.
Hoje Candeias tem energia solar, escola quilombola, associação de mulheres que produz doce de leite e mel de jataí, e uma juventude que filma tudo no celular para o mundo ver. Todo 20 de novembro o jongo desce o morro, o tambu ressoa entre as casas de adobe e as crianças dançam com os pés no chão batido que os bisavós escolheram para ser livres.
Quem passa pela MG-010 e vê só montanha destruída não imagina: ali, escondida entre os rejeitos da mineração, ainda pulsa um dos quilombos mais antigos de Minas. Candeias não é passado. É prova viva de que, mesmo quando arrancam a terra, não arrancam a raiz.
Quilombo do Ambrósio, em Ibiá
Ver essa foto no Instagram
Este é um destino para quem se interessa pela história profunda do Brasil. O Quilombo do Ambrósio foi um dos maiores e mais organizados do país no período colonial, e hoje suas ruínas são um importante sítio arqueológico a céu aberto.
A visita tem um caráter mais histórico e educativo. É possível caminhar pelo território, conhecer as ruínas das antigas moradias e estruturas de defesa e entender a importância estratégica do local na luta pela liberdade no coração de Minas Gerais.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.