
O papa Francisco e o presidente Macron geraram a centelha e reacenderam os �nimos daqueles que n�o perdoam os brasileiros que os derrotaram em outubro. Do outro lado do Atl�ntico e das reda��es urbanas, a milhares de quil�metros da floresta, atearam fogo � floresta amaz�nica, para demonstrar que o vencedor de outubro � um Nero suicida; � um erro cometido pelos eleitores que ousaram derrotar os que acreditam que det�m o poder de domar neur�nios alheios. Desconhecedores da floresta, n�o sabem que para ela queimar precisa antes ser derrubada, secar por meses, e a� atear fogo. � assim que os ind�genas ensinaram e sempre fizeram na coivara, usada para criar ro�as e pastagens. O nome em ingl�s – rainforest – floresta �mida, n�o foi entendido por muitos.
A histeria pirot�cnica quase tendeu a provocar estragos nas nossas exporta��es do agroneg�cio
Os n�meros mostram que a quantidade de inc�ndios est� dentro da m�dia, mas isso n�o nos deve tranquilizar. A histeria pirot�cnica quase tendeu a provocar estragos nas nossas exporta��es do agroneg�cio. Oportunidade para entidades como as confedera��es da Ind�stria e da Agricultura tomarem iniciativas para fiscalizar e conter a grilagem e os desafios � lei, como o que aconteceu no Par�, no Dia do Fogo, 10 de agosto. Serviu tamb�m para alertar os governos estaduais e federal para o problema sazonal cr�nico da Amaz�nia; mas sobretudo serviu para confirmar como real a cobi�a que � a causa da tese de “soberania relativa” do Brasil sobre a Amaz�nia.

No caso do presidente Macron, o tiro saiu pela culatra. Num usual diversionismo, ele tentou desviar de seus problemas internos com os coletes amarelos, os imigrantes e os eleitores, para a distante Amaz�nia. Mas nada conseguiu no G7 e s� fez catalisar no Brasil a defesa da soberania sobre a nossa Amaz�nia. Chamou-nos a aten��o para as ONGs que n�o evitam fogo, os estrangeiros que fingem turismo, desconfiamos do dinheiro estrangeiro e suas inten��es de intrometer-se nas nossas quest�es e Macron nem sequer conseguiu fingir que defendia seus agricultores que n�o t�m �rea para expandir. Reagimos com altivez de quem tem no��o de que o futuro a n�s pertence. Quanto aos pirot�cnicos, s� nos ofuscaram por alguns segundos, enquanto duraram as cores de seus fogos passageiros; na excita��o da revanche, geram a autocombust�o de sua credibilidade.