(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

Inc�ndios na Amaz�nia est�o na m�dia, mas isso n�o nos deve tranquilizar

Histeria pirot�cnica serviu para alertar sobre o problema sazonal cr�nico da regi�o e confirmar a cobi�a que � a causa da tese de ''soberania relativa'' do Brasil sobre a Amaz�nia


postado em 28/08/2019 04:00 / atualizado em 28/08/2019 09:02

Macron sequer conseguiu fingir que defendia seus agricultores que não têm área para expandir(foto: Yoan VALAT/AFP)
Macron sequer conseguiu fingir que defendia seus agricultores que n�o t�m �rea para expandir (foto: Yoan VALAT/AFP)
O papa Francisco e o presidente Macron geraram a centelha e reacenderam os �nimos daqueles que n�o perdoam os brasileiros que os derrotaram em outubro. Do outro lado do Atl�ntico e das reda��es urbanas, a milhares de quil�metros da floresta, atearam fogo � floresta amaz�nica, para demonstrar que o vencedor de outubro � um Nero suicida; � um erro cometido pelos eleitores que ousaram derrotar os que acreditam que det�m o poder de domar neur�nios alheios. Desconhecedores da floresta, n�o sabem que para ela queimar precisa antes ser derrubada, secar por meses, e a� atear fogo. � assim que os ind�genas ensinaram e sempre fizeram na coivara, usada para criar ro�as e pastagens. O nome em ingl�s – rainforest – floresta �mida, n�o foi entendido por muitos.

No �pice das queimadas de mata derrubada, h� uns 15 anos, fecharam os aeroportos da regi�o, como testemunham meus amigos pilotos, que hoje voam sobre a Amaz�nia sem restri��es. E isso acontecia com frequ�ncia na primeira d�cada deste s�culo. A diferen�a � que o presidente era Lula, um santo, e hoje � o maldito Bolsonaro, que ousou derrotar os que s� aceitam a ideia �nica – sem dinheiro, sem marqueteiro, sem TV, apenas com a vontade do eleitor. Agora eles viram a chance de mostrar que o povo errou, mas precisam ser r�pidos, porque j� come�am os sinais de sucesso em todos os campos da recupera��o econ�mica e moral do pa�s.

A histeria pirot�cnica quase tendeu a provocar estragos nas nossas exporta��es do agroneg�cio

 
Os n�meros mostram que a quantidade de inc�ndios est� dentro da m�dia, mas isso n�o nos deve tranquilizar. A histeria pirot�cnica quase tendeu a provocar estragos nas nossas exporta��es do agroneg�cio. Oportunidade para entidades como as confedera��es da Ind�stria e da Agricultura tomarem iniciativas para fiscalizar e conter a grilagem e os desafios � lei, como o que aconteceu no Par�, no Dia do Fogo, 10 de agosto. Serviu tamb�m para alertar os governos estaduais e federal para o problema sazonal cr�nico da Amaz�nia; mas sobretudo serviu para confirmar como real a cobi�a que � a causa da tese de “soberania relativa” do Brasil sobre a Amaz�nia.
(foto: Joao Laet / AFP)
(foto: Joao Laet / AFP)


No caso do presidente Macron, o tiro saiu pela culatra. Num usual diversionismo, ele tentou desviar de seus problemas internos com os coletes amarelos, os imigrantes e os eleitores, para a distante Amaz�nia. Mas nada conseguiu no G7 e s� fez catalisar no Brasil a defesa da soberania sobre a nossa Amaz�nia. Chamou-nos a aten��o para as ONGs que n�o evitam fogo, os estrangeiros que fingem turismo, desconfiamos do dinheiro estrangeiro e suas inten��es de intrometer-se nas nossas quest�es e Macron nem sequer conseguiu fingir que defendia seus agricultores que n�o t�m �rea para expandir. Reagimos com altivez de quem tem no��o de que o futuro a n�s pertence. Quanto aos pirot�cnicos, s� nos ofuscaram por alguns segundos, enquanto duraram as cores de seus fogos passageiros; na excita��o da revanche, geram a autocombust�o de sua credibilidade.
 

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)