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Estado de Minas ALEXANDRE GARCIA

As pesquisas eleitorais e as ruas

''O mais dif�cil � acreditar que pol�ticos estejam usando as pesquisas como r�guas da sua programa��o de campanha. S� os ing�nuos ou ne�fitos''


03/08/2022 04:00 - atualizado 03/08/2022 09:29

Urna eletrônica
Urna eletr�nica, onde as inten��es dos eleitores se transformam em voto (foto: Elza Fiuza/Ag�ncia Brasil - 16/9/14)

O jornalista �, antes de tudo, um c�tico. Come�o parafraseando a conhecida frase de Euclides da Cunha sobre o sertanejo. Na natureza do jornalista est� o ceticismo, a incredulidade, tal como S�o Tom�. A ingenuidade, a credulidade, s�o pecados no jornalismo. A priori, d�vida. N�o pode aceitar um fato � primeira vista, como se fosse uma quest�o de f�. Corre o risco de ser usado. Digo isso para me justificar: n�o � m�-vontade com as pesquisas; � uma quest�o de racionalidade, em que a d�vida � o melhor aliado. Tudo isso para dizer que n�o consigo me basear em pesquisas. Primeiro, porque elas j� me enganaram, h� menos de quatro anos. Se eu permitir que me enganem de novo, a culpa � minha.

Estamos em agosto. No agosto de 2018, a pesquisa mais conhecida mostrava que Bolsonaro tinha a maior rejei��o entre os candidatos; Witzel no Rio, Ibaneis no DF, Zema em Minas, eram azar�es; Dilma estava eleita senadora pelos mineiros. N�o sei por que milagre, o mais rejeitado dos candidatos acabou presidente da Rep�blica. Agora vejo pesquisas que entrevistam 2 mil, num universo de 156 milh�es de eleitores. Quer dizer, a ag�ncia de pesquisa tem que descobrir 2 mil entrevistados em que cada um deles represente 78 mil eleitores. Explicam que � por um crit�rio de amostragem. Para mim, � um milagre da ci�ncia estat�stica. A prop�sito, aconselho ler o “Como mentir com estat�stica”, de Darrell Huff, lan�ado em 1954 e ainda hoje recomendado – por Bill Gates.

Vejo investidores, banqueiros, empres�rios, fazendo planejamento para o ano que vem com base em pesquisas eleitorais. Pergunto se as pesquisas de mercado t�m fornecido a eles caminhos seguros para apostarem no futuro. As pesquisas falam em margem de erro. N�o consigo entender a matem�tica que d� um desconto de 5% ou 2% na psiqu� do entrevistado. N�o imagino que as ag�ncias estejam movidas pela inten��o de apresentar um resultado de sua prefer�ncia ou interesse. Apenas imagino como o m�todo � carente de certezas. Para antecipar resultado eleitoral. Prefiro o boca de urna. Tampouco consigo me convencer que algu�m que era do PT dois meses antes da elei��o, tenha votado em Bolsonaro na hora de acionar o teclado da urna.

O mais dif�cil � acreditar que pol�ticos estejam usando as pesquisas como r�guas da sua programa��o de campanha. S� os ing�nuos ou ne�fitos. N�o o veterano pol�tico dotado, por natureza, de um instinto para povo, de um sexto sentido que lhe faz sentir o que o povo quer. Seria um populista, um demagogo? Provavelmente n�o. Pode ser um democrata, que sabe que o poder emana do povo e ausculta o que o povo quer, nos gritos, nas falas, nos gestos, nas vaias, nas ruas. No ceticismo jornal�stico, vale o que vejo e n�o o que est� escrito.




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