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Estado de Minas ALEXANDRE GARCIA

O voto e o crime nas elei��es presidenciais brasileiras de 2022

N�o foi o caso de um tiroteio em que o candidato decidiu intrometer-se. O fato � que se o ve�culo n�o fosse blindado, Tarc�sio poderia estar ferido ou morto


19/10/2022 04:00 - atualizado 19/10/2022 07:10

O candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi alvo de tiros em Paraisópolis, na capital paulista
O candidato ao governo de S�o Paulo, Tarc�sio de Freitas (Republicanos) foi alvo de tiros em Parais�polis, na capital paulista (foto: Miguel Schincariol/AFP)

ALEXANDRE GARCIA

Desde a antiga Gr�cia – se atribui a �squilo – diz-se que, na guerra, a primeira v�tima � a verdade. Pois � o que estamos vendo, cada vez mais, � medida que se aproxima o dia decisivo, na guerra eleitoral. A verdade � vitimada todos os dias. No debate na Band, foi uma enxurrada de mentiras. A mitomania est� em seu ponto alto. Pior que a mentira deslavada, que todos percebem, � a mentira disfar�ada de informa��o, camuflada como se fato fosse. C�sar Maia criou o verbete factoide: tem forma de fato, mas n�o � fato; � o fato deformado, adulterado, para enganar quem simplesmente o engole passivamente, sem verificar se est� engolindo informa��o envenenada.

O TSE fez campanhas contra isso, mas, como estamos vendo, n�o tiveram efeito desejado. J� participei de 24 elei��es e vi muitas outras, desde 1945 – a primeira depois da ditadura. Mas nunca encontrei tanto baixo n�vel como agora. Portanto, as campanhas da Justi�a Eleitoral n�o deram resultado, anuladas pela alta temperatura emocional da campanha. Al�m disso, o TSE vem sendo mobilizado pelos partidos todos os dias, n�o apenas contra cal�nias, inj�rias e difama��es, mas contra fatos do passado e do presente. E a Justi�a apressada acaba fazendo censura, o que � proibido pela Constitui��o, no art. 220. Por exemplo, na informa��o jornal�stica dos cumprimentos do ditador Ortega a Lula, que � not�cia e n�o fake news; ou o caso de um document�rio da Brasil Paralelo.

Agora o baixo n�vel desceu mais, com os tiros contra o ve�culo do candidato Tarc�sio em Parais�polis, S�o Paulo. Se foi atentado planejado – e j� estavam prevenidos para isso, ante ind�cios – ou bloqueio para n�o entrar, n�o importa; acaso � que n�o foi. N�o foi o caso de um tiroteio em que o candidato decidiu intrometer-se entre dois fogos. O fato � que se o ve�culo n�o fosse blindado, Tarc�sio poderia estar ferido ou morto. O epis�dio faz lembrar do 6 de setembro de 2018, quando Ad�lio Bispo enfiou uma faca na barriga do candidato Bolsonaro, que s� sobreviveu porque foi atendido imediatamente por cirurgi�es competentes da Santa Casa.

O triste � que o fato de Parais�polis, que impediu a entrada do candidato ao governo de S�o Paulo, se junta ao do Complexo do Alem�o, visitado pelo candidato � Presid�ncia Lula, dias antes. Revela a exist�ncia de territ�rios dominados pelo crime, em que a lei brasileira n�o entra. O ministro Fachin e o Supremo contribu�ram para agravar isso, ao impedir a entrada da pol�cia em tempos de pandemia. S�o santu�rios do crime, territ�rios “liberados”, em que o poder criminoso permite a entrada de um candidato e bloqueia a entrada de outro. Quer dizer, � o crime participando ativamente da campanha eleitoral. Isso levanta uma terr�vel pergunta: tem a Justi�a Eleitoral o poder de garantir voto livre aos eleitores que moram nessas comunidades dominadas pelo crime? Ou lhes ser� imposto o candidato que interessa �s organiza��es criminosas?


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