O presidente do Congresso j� convidou os parlamentares para a posse dos novos presidente e vice, �s 15h do pr�ximo dia 1º. Faltam 11 dias, a� inclu�das as festas de Natal, para Lula ter o minist�rio de 37 nomes decidido e anunciado, e apenas esta semana para aprovar em definitivo a PEC da gastan�a, que s� vai valer para o ano que vem. E o eleitor de Lula ainda n�o foi informado exatamente qual � o programa de governo. Quando se alerta para o desequil�brio fiscal, ele n�o fala em cortes. Mais de 900 pessoas aparecem como integrantes do governo de transi��o e de olho em cargos. Lula vai ter que acomodar ministros e cargos de confian�a, na bacia das almas da partilha.
Cada vez que sai um an�ncio, aparece um problema, como com a ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes, que dizem ter se anunciado. Segundo o TCU, irregularidades num contrato com o pr�prio Minist�rio da Cultura, ao tempo de Lula presidente, e deve para a Receita Federal e Previd�ncia. Mercadante, j� anunciado presidente do BNDES, � presidente da Funda��o Perseu Abramo. Precisa de um fura Lei das Estatais, para ter que esperar s� 30 dias, em vez de tr�s anos exigidos por lei. S� que a lei, aprovada �s pressas na C�mara, parece que vai ser derrubada pelo calend�rio no Senado, perdendo a chance de quadruplicar a verba de propaganda das estatais. Ali�s, fala-se num minist�rio para a propaganda do governo. Simone Tebet deve estar amuada porque o minist�rio que queria vai para o ex-governador do Piau�, Wellington Dias. Calheiros e Barbalho se esfor�am para p�r Renanzinho no Planejamento. Lula dissera que n�o iria trazer de volta o passado, mas Luiz Marinho, Alexandre Padilha, Mercante, Haddad, Jos� M�cio e Mauro Vieira desmentem isso. A Petrobras est� entre Dilma e a ex-presidente da Ag�ncia Nacional do Petr�leo no governo de Dilma. Parece n�o haver novos talentos a revelar na equipe.
Vai ter Minist�rio dos Povos Origin�rios para o Psol, no pa�s de um �ndio preso por liberdade de express�o; minist�rio de Portos e Aeroportos – sem explicar porque n�o vai haver um minist�rio para as rodovi�rias, que s�o bem mais populares; voltam os minist�rios da pesca, dos esportes, das cidades, das mulheres e aparece o da igualdade racial. O que Paulo Guedes fazia, na Economia, vai ser feito por quatro ministros: Fazenda, Planejamento, Gest�o e Desenvolvimento. Josu�, o filho do ex-vice de Lula, Jos� Alencar, foi convidado para Ind�stria e Com�rcio recriado, mas j� pensou e ficou fora da partilha; o segundo convidado, do Grupo Ultra, n�o aceitou. Educa��o deve ir para o ex-governador do Cear�, Camilo Santana, que � agr�nomo, tendo sido secret�rio de agricultura de Cid Gomes. Cada Minist�rio tem sua estrutura de Secretaria-executiva, Chefia de Gabinete, Assessoria Parlamentar, Controladoria, com toda a burocracia correspondente. Vai ficar bem caro para o contribuinte.
O PT olha desconfiado para os partidos que v�o avan�ando sobre o novo governo; com a decis�o do Supremo sobre emendas, Lula perde poder de baganha para libera��o de verbas, com um congresso majoritariamente centro-direita; a esquerda raiz olha desconfiada para as concess�es que v�o ser feitas ao centr�o; as centrais sindicais e o MST est�o com esperan�as em risco; os economistas que apoiaram Lula est�o com medo da gastan�a, desequil�brio fiscal, infla��o, juros mais altos e d�vida p�blica em eleva��o; o agro, carro-chefe da economia, est� parado em planos e investimentos, � espera de defini��es. O Ministro da Agricultura � dos que ainda n�o foram escolhidos. O mundo hoje � de escassez, diferente da �poca de abund�ncia no primeiro governo Lula. O resultado eleitoral foi quase empate, mas o discurso de Lula � de vencedor com ampla maioria. Lula tem um vice ligad�ssimo ao ministro Moraes, que se sente transbordante de poder. Imagino que Lula percebe que foi usado para impedir a reelei��o de Bolsonaro. Agora est� com essa gigantesca esfinge pela frente, a dizer-lhe: “Decifra-me ou devoro-te”.