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Estado de Minas ALEXANDRE GARCIA

A comunica��o digital em quest�o

Os tutores esperam que o povo se acomode com o que est� escrito. Assim, se esgota no papel o poder popular e n�o � exercido


17/05/2023 04:00 - atualizado 17/05/2023 07:57
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Comunica��o digital virou tema pol�mico (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 22/12/16)

O presidente do Conselho da Renner afirmou, no “Estad�o”, que somos o pa�s do futuro que n�o chega. Tenho demonstrado isso em palestras. Jogamos fora as oportunidades postas � nossa porta. Parecemos masoquistas, sofrer � o nosso prazer. Ganhamos, de gra�a, o que para os outros pa�ses � um sonho inalcan��vel: aus�ncia de cat�strofes naturais, de guerras com vizinhos; clima ideal: chuva e sol nas doses certas; �gua abundante, por cima e por baixo; minerais de toda sorte no subsolo; amplid�o territorial, grandeza em rios e florestas; solo onde tudo d�. Talvez querendo nos punir por n�o termos conquistado o direito de ter tudo isso, tratamos de provocar para que d� errado, para que a natureza n�o cometa a injusti�a de privilegiar-nos sem m�rito.

Nossas escolhas nas urnas contribuem para isso. Nossa passividade infla os fracassos. Meu colega Luiz Edgar de Andrade enganou-se, quando reportou que De Gaulle dissera que o Brasil n�o � um pa�s s�rio. Mas se n�o tivesse sido um engano de informa��o, seria bene trovato. Para compensar – e anular – tudo o que ganhamos no G�nese, provocamos um apocalipse no territ�rio nacional.
Nem No� conseguiria nos salvar nesse dil�vio de passividade – ou sem-vergonhice? Agora vivemos um regime de exce��o e nossa indiferen�a � como se estiv�ssemos em pleno estado de direito.

A comunica��o digital deu voz a todos – e os totalit�rios reagiram porque a democracia que propagam � a deles; s� eles podem ter voz, o povo n�o. Povo, para eles, s� � uma an�nima audi�ncia.
Os tutores tradicionais do pensamento, incomodados, procuram calar a voz do povo. Afinal, est� na Constitui��o que todo poder emana do povo. Os tutores esperam que o povo se acomode com o que est� escrito. Assim, se esgota no papel o poder popular e n�o � exercido. Mas, mesmo quando tenta exercer, o povo tem sido enrolado.

Por exemplo, os brasileiros elegeram seus representantes no Congresso. Mas quem manda � quem n�o tem voto. Os representantes no Congresso t�m o poder nominal de fazer leis, mas nas verdadeiras liberdades democr�ticas, esse poder � apenas literal. Quem baixa regras, mesmo, � o topo do Judici�rio. Derroga at� aquilo que, cheios de esperan�a, consider�vamos direitos e garantias fundamentais e p�treas, inquebrant�veis.
 
E l� vamos n�s, jogando nosso potencial no lixo, nosso futuro no passado, nossos filhos e netos num beco sem sa�da. Posso falar nisso, pois desde 1940 acompanho esse espet�culo de pa�s alegre e sem rumo, na penit�ncia de pecador por ter recebido um para�so e n�o ter conseguido convert�-lo em terra prometida, ao contr�rio do que fizeram os israelenses com um deserto. Talvez um Sinai esteja dentro de n�s, e habitamos o deserto submissos a ele e a falsos Mois�s. Talvez apenas n�o tenhamos �nimo e coragem para separar as �guas e atravessar o mar vermelho.

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