(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas coluna

Doen�as infecciosas e a preven��o do c�ncer

Les�es e infec��es causadas por v�rus, bact�rias e parasitas podem se malignizar e evoluir para alguns tipos de tumor


14/03/2021 04:00 - atualizado 14/03/2021 07:50

Recentemente, vi em um grupo de pacientes no Facebook o seguinte questionamento: “� poss�vel prevenir o c�ncer ?”. Para minha surpresa a maior parte das pessoas defendia que “n�o”. Diziam conhecer pessoas que faziam atividades f�sicas e tinham alimenta��o saud�vel e mesmo assim desenvolveram a doen�a. Embora isso realmente possa acontecer (pois h� outros fatores causais), n�o deve ser usado para chegar � conclus�o de que n�o h� preven��o .

Pelo contr�rio, deve-se entender que, por existirem in�meras causas para o c�ncer, combater o sedentarismo, a obesidade e manter uma alimenta��o saud�vel s�o ferramentas b�sicas e fundamentais para evitar um processo de carcinog�nese. Somado a isso, devemos entender as outras causas para a correta preven��o.

Dos casos de c�ncer no mundo, 15% a 20% s�o causados por predisposi��o gen�tica; 65% surgem devido a agentes ambientais – h�bitos de vida como alimenta��o desequilibrada, o tabagismo, o sedentarismo, a exposi��o exagerada ao sol, subst�ncias qu�micas, entre outros. Cerca de 15% s�o relacionados a fatores diversos, como muta��es espont�neas ou agentes virais.

Desses, uma pesquisa divulgada na revista Lancet Glob Health, pelo Grupo de Estudos em Infec��o e Epidemiologia do C�ncer da Ag�ncia Internacional de Pesquisa em C�ncer (Iarc), da Fran�a, conseguiu estabelecer a rela��o direta do aparecimento do c�ncer a agentes infecciosos (v�rus, bact�rias e parasitas) em 13% dos casos de c�ncer no mundo.

Essa informa��o ajuda a entender a import�ncia das a��es preventivas contra v�rus, bact�rias e parasitas, uma vez que as les�es e infec��es causadas por alguns desses agentes podem se malignizar e evoluir para um tumor.

Entre esses agentes virais e bacterianos est�o: a Helicobacter pylori (bact�ria causadora de inflama��o do est�mago e c�ncer g�strico), o papilomav�rus humano – HPV (v�rus associado, principalmente, ao c�ncer de colo do �tero)– e os v�rus da hepatite B (HBV) e da C (HCV), ambos causadores, maiormente, do carcinoma hepatocelular.

Somente a Helicobacter pylori foi respons�vel por 810 mil novos casos de c�ncer em 2018, sobretudo, o adenocarcinoma g�strico. J� o HPV foi respons�vel por 690 mil novos casos, provocando, na maior parte das vezes, o carcinoma colo-uterino. Sobre a preven��o, lembro que a vacina��o p�blica contra o HPV, implantada no pa�s nos �ltimos anos, est� abaixo da cobertura esperada, segundo dados do pr�prio Minist�rio da Sa�de. Em 2015, por exemplo, apenas 44,3% das meninas de 9 a 11 anos tomaram a segunda dose.

O HBV contribuiu para 360 mil novos casos e o HCV para 160 mil. Ambos causam principalmente carcinoma hepatocelular. Outros agentes infecciosos, como os v�rus Epstein-Barr (mononucleose ou doen�a do beijo), linfotr�pico de c�lulas T humanas tipo 1, o herpesv�rus humano tipo 8 (tamb�m conhecido como herpes v�rus do sarcoma de Kaposi) e infec��es parasit�rias contribu�ram para os 210 mil casos restantes.

Para o HPV e o v�rus B da hepatite existe a vacina��o, uma forma eficaz de preven��o em massa. Atualmente, tamb�m tem sido preconizado o uso de antibioticoterapia para a erradica��o do H. pylori para portadores de alto risco de c�ncer de est�mago. Uma pesquisa publicada no Journal Gastroenterology, por exemplo, demonstrou que o tratamento e a erradica��o do Helicobacter pylori podem contribuir para que les�es pr�-cancerosas n�o evoluam para tumores de est�mago.

As campanhas nacionais de conscientiza��o sobre as formas de preven��o v�rus, bact�rias e parasitas etc. devem ser intensificadas, pois, afinal, est� provado: trata-se de prevenir e evitar tamb�m milhares de casos de c�ncer. Al�m disso, cada indiv�duo deve estar atento � pr�pria prote��o, mantendo as medidas profil�ticas e, em especial, n�o realizando rela��es sexuais desprotegidas, pois muitos desses v�rus s�o sexualmente transmiss�veis.

Ressalto que o c�ncer tem, sim, preven��o: a pr�tica de uma vida saud�vel em seu sentido amplo, al�m das a��es personalizadas voltadas para pessoas com predisposi��o heredit�ria.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)