Descongestionantes nasais: apesar de ser um medicamento conhecido, seu uso cont�nuo e demasiado pode ser altamente prejudicial � sa�de
Thorsten Frenzel/Pixabay
Temperaturas baixas e ar seco formam o ambiente perfeito para um sintoma que acomete e incomoda profundamente muitas pessoas: nariz entupido. E, ao primeiro sinal, � comum que elas recorram ao uso de descongestionantes nasais para desobstruir as narinas e facilitar a passagem do ar.
Apesar de ser um medicamento bastante conhecido, seu uso cont�nuo e demasiado pode ser altamente prejudicial � sa�de. Isso porque � poss�vel que o paciente desenvolva v�cio em descongestionantes nasais, expondo o organismo a quantidades excessivas da subst�ncia e correndo o risco de sofrer complica��es que, em casos graves, podem at� levar � morte.
Por isso, este tipo de rem�dio – que � vendido sem prescri��o – deve ser sempre usado sob supervis�o m�dica e com prazo determinado. A seguir, entenda os riscos e cuidados ao utiliz�-lo.
Depend�ncia
De acordo com o Centro de Assist�ncia Toxicol�gica (Ceatox) do Hospital das Cl�nicas da cidade de S�o Paulo, os desdobramentos da utiliza��o indiscriminada de descongestionantes nasais ocupam o terceiro lugar na lista de problemas causados por efeitos colaterais e uso incorreto de rem�dios, perdendo apenas para os decorrentes de anti-inflamat�rios e analg�sicos.
E a depend�ncia pode ocorrer com qualquer marca do produto, n�o s� as mais conhecidas: “� poss�vel torna-se dependente do uso de todos os descongestionantes, sem exce��o”, explica Arnaldo Tamiso, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.
O v�cio em descongestionantes nasais deve-se ao efeito imediato que o medicamento tem sobre o corpo humano: “Ao pingar o produto no nariz, em cinco minutos o paciente est� respirando bem. E todo mundo procura respirar muito bem. � uma luta da classe m�dica para haver a necessidade de prescri��o para a venda do rem�dio nas farm�cias”, diz Arnaldo Tamiso.
Rea��es no organismo
A congest�o nasal, ou o popular nariz entupido, nada mais � do que uma rea��o do organismo a condi��es inflamat�rias, infecciosas e at� anat�micas, como desvio do septo e presen�a de p�lipo, nas narinas.
Quando um agente irrita a regi�o, vasos sangu�neos se dilatam, o volume de sangue aumenta e os cornetos incham – obstruindo a passagem de ar.
Os descongestionantes nasais provocam a sensa��o de al�vio �s narinas por conterem subst�ncias vasoconstritoras, como nafazolina, fenoxazolina, oximetatazolina, fenilefrina e pseudoefredina em sua composi��o.
Consequentemente, os vasos do nariz se contraem ap�s a aplica��o do produto, o fluxo de sangue diminui, o edema da mucosa reduz, a produ��o de muco baixa e a pessoa tende a respirar melhor.
“Al�m disso, ele ainda ajuda a diminuir a carne esponjosa de tamanho. � um medicamento muito potente”, afirma o otorrinolaringologista.
Perigos do uso excessivo
A chamada rinite medicamentosa � um dos poss�veis efeitos da aplica��o excessiva de descongestionantes nasais. Esta categoria de rinite � um efeito rebote do uso do medicamento, isto �, acaba potencializando a irrita��o no nariz.
Depois de algum tempo de uso, o efeito do produto tende a diminuir no corpo, e o nariz volta a ficar entupindo, o que obriga que a pessoa tenha que diminuir o intervalo das aplica��es do descongestionante nas narinas: “O nariz passa a funcionar s� com o medicamento, podendo evoluir para um quadro que � revertido apenas com cirurgia”, alerta o m�dico.
Outros efeitos do descongestionante no organismo s�o a taquicard�aca e hipertens�o. Em casos mais graves, existe at� o risco de morte causada pela arritmia card�aca e pelos picos de press�o arterial.
Justamente por este risco, o descongestionante nasal � contraindicado para pessoas hipertensas e com hist�rico de problemas no cora��o.
Como curar o v�cio
Apesar dos riscos, o m�dico avisa que os efeitos do uso excessivo de descongestionantes nasais podem ser revertidos, assim como a depend�ncia do medicamento. Mas como se livrar do v�cio de descongestionante nasal?
“O corpo consegue eliminar o descongestionante se o uso do medicamento n�o for extenso [o limite s�o 5 dias de aplica��o]. Se for muito longo, os problemas podem se tornar cr�nicos. Dificilmente o paciente consegue deixar de usar a medica��o sem realizar um tratamento junto ao otorrinolaringologista. Mas, uma dica para livrar-se da depend�ncia � diluir o descongestionante em soro fisiol�gico, gradativamente, at� a total elimina��o da droga.”
Alternativas menos danosas
O otorrinolaringologista avisa que a melhor alternativa para cada paciente depende do tipo de obstru��o que a pessoa carrega consigo.
Se for cr�nica, causada por desvios e les�es no septo, por exemplo, o m�dico recomenda avalia��o cl�nica, laboratorial e, em seguida, cirurgia.
Para casos de obstru��o nasais pontuais, como resfriados e sinusites agudas, o soro fisiol�gico aparece como solu��o para o problema. "Ele ajuda muito porque hidrata o nariz", enfatiza o otorrinolaringologista.
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