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Estado de Minas ANNA MARINA

Mercado Central virou oferta para turista

Infelizmente a modernidade e os sacol�es da cidade est�o acabando com a parte de verduras e legumes no Mercado Central


postado em 18/06/2019 04:00 / atualizado em 02/07/2019 12:22

Sou frequentadora do Mercado Central desde os tempos em que a constru��o antiga nos colocava debaixo de chuva, mas em compensa��o as barracas de abacaxi ficavam do lado de fora, era poss�vel atacar um peda�o antes de come�ar a lida dom�stica. Sempre gostei de l� e como era frequente, consegui fazer algumas amizades, como por exemplo com uma verdureira que me fornecia brotos de samambaia, uma especialidade da gastronomia mineira sufocada pelos projetos de prote��o � natureza. Em Diamantina, era meu banquete no Bar Confian�a, del�cia pura que n�o se encontra mais, est� proibida. Conhecia tamb�m um produtor de carne de sol que era del�cia pura, e que n�o se encontra mais.

O Mercado Central era o local que fornecia tudo de que uma casa precisava em mat�ria de carnes, frutas, legumes, tinha at� o Armaz�m Medeiros, onde era poss�vel conseguir alguns itens que estavam sumidos. Mas o progresso acaba mesmo com velhas tradi��es e a instala��o de sacol�es em todos os bairros est�, aos poucos, acabando com o mercado no seu papel principal. A mudan�a come�ou no segundo andar, que se transformou em local de venda de artesanato e pe�as para cozinha, panelas e outros utens�lios dom�sticos. A novidade come�ou quebrando o galho de dona de casa em busca de panela de ferro ou pedra (voc� sabia que tem panela de press�o de pedra-sab�o?) , divis�rias de cip� ou bambu e mil e uma miudezas que eram encontradas s� em locais diferentes e afastados do Centro.

� claro que o local ficou mais do que colorido, variado, as lojas de bijuterias, de santos, de algumas bonitas pe�as com pedras mineiras foram ganhando cada vez mais pontos de venda – e tornaram-se atra��o tur�stica. Sem falar nos bares que conquistaram clientes fi�is, aos s�bados fica dif�cil passar por eles, ocupam todo o espa�o de circula��o. Aumentaram tamb�m as bancas de queijos, de balas, de roupas do Nordeste, de mais isso e mais aquilo. O local continua, � claro, sendo atra��o at� para quem n�o quer comprar nada, s� descobrir novidades. Mas... o ponto principal, de barracas de hortifrutigranjeiros, est� simplesmente acabando. Raras s�o as barracas antigas que sobrevivem, est�o sendo transformadas, aos poucos, em locais de venda de produtos que raramente s�o encontrados em sacol�es.

Ser� que vale a pena? Semana passada, estive l� em busca de uma ab�bora-moranga, daquelas bem grandes e amarelinhas, perfeitas para serem usadas para um doce luziense que poucos conhecem e s� consegui achar a banca que as vende com muito trabalho. E assim mesmo o vendedor contou que o local � alugado, o propriet�rio pediu de volta e ele n�o sabe o que ser� montado no lugar. Realmente, sinto falta daquela possibilidade de escolha que o antigo mercado nos proporcionava e que atualmente foi sufocada pelos sacol�es. Ou voc� compra o que existe ou sai em busca de produto melhor. Na realidade, essa tend�ncia que est� funcionando no Mercado Central � a mesma que existe em outros locais do Nordeste do pa�s. S� tor�o para que a proposta inicial n�o seja sufocada pelo artesanato – acabando com um local onde a pesquisa de qualidade era bem interessante.

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