
Aprendi o truque e subia em qualquer �rvore, como qualquer moleque de rua. Truque que eu repetia aqui na capital, quando subia nos p�s de amora que cresciam em nossa casa na Rua Piau�. Descia de l� com a boca roxa e a gulodice aplacada pelo sabor da fruta. S� que a jabuticaba � a preferida. Outro dia, encontrei algumas no Mercado Central, n�o tive coragem de comprar. A medida usada n�o devia dar umas 20 frutas, mas o vendedor estava pedindo R$ 10. Achei um verdadeiro roubo, apesar de a boca encher d'�gua de vontade de provar.
N�o vai demorar muito e a jabuticabeira de minha casa vai matar minha vontade – e de quem apreciar muito a fruta. Acompanho a flora��o das frutas de que gosto, muitas delas sem a menor possibilidade de poder aproveitar da safra. Como acontece com o p� de manga ub� imenso, plantado no canteiro central da Avenida Get�lio Vargas, em frente da Escola Estadual Bar�o do Rio Branco. Ele est� recoberto de flores e j� prevejo uma bela safra, porque no ano passado ela n�o foi nada boa.
Controlo os p�s que conhe�o, como o que existe no estacionamento onde deixo meu carro, quando vou ao meu m�dico, Walter Caixeta, cujo consult�rio fica na Avenida Pasteur. Os controladores do estacionamento j� me conhecem e, quando deixo o carro l�, fazem uma boa sacola para eu comprar na volta. S�o mangas �timas, sempre acredito que as dos p�s antigos s�o melhores, porque crescem de acordo com o ciclo da natureza. As que s�o apanhadas mais verdes, para n�o estragar, perdem muito do gosto.
Quando o EM funcionava na Rua Goi�s, um p� de fruta de que gostava de acompanhar era o de jambo, que fica na Rua da Bahia, esquina com Tupis, bem atr�s da Igreja S�o Jos�. Quando estava cheio de frutos, pagava a molecada que ficava na rua para apanhar um pouco para mim. E nem s�o de jambo vermelho, que � o delicioso, vendido nas ruas de Recife. Quando coincidia de estar na cidade, na �poca da safra, comprava as frutas na rua e nem esperava chegar ao hotel para comer. Para espanto de meu marido, que acreditava que elas deviam ser bem lavadas antes. Nunca tive qualquer tipo de infec��o por comer jambo comprado na rua. E nunca encontrei jambo vermelho por aqui, o que � uma pena. Um belo p� de jamel�o cresce na Avenida do Contorno, quase em frente � Igreja Santo Ant�nio. D� frutos praticamente o ano inteiro e eles caem na rua, os carros passam por cima, ningu�m aproveita. E acredito que pouca gente saiba o que � aquilo, aquelas bolinhas pretas que caem na rua.
