
Contudo, na �poca, a capital imperial era Constantinopla, onde, at� o s�culo 5, a Igreja do Oriente celebrou em 6 de janeiro o nascimento e batismo do Filho de Deus. O nome da festa vem do substantivo latino nativitas (nascimento, gera��o) e este do adjetivo nativus (o que nasce). Ao longo dos s�culos, as dioceses orientais foram adotando o 25 de dezembro como data oficial e deixando o 6 de janeiro para celebrar o batismo de Cristo, com exce��o da Igreja Arm�nia, que at� hoje comemora o Natal no primeiro m�s do ano.
Sobre as raz�es para adotar o dia 25 de dezembro como data do Natal, pouco se sabe, mas considera-se prov�vel que os crist�os quisessem na �poca substituir com o nascimento de Cristo a festa pag� conhecida como natalis solis invicti (festa do nascimento do Sol Vitorioso), que correspondia ao solst�cio de inverno no hemisf�rio norte. Esta efem�ride astron�mica coincide com o dia mais curto do ano ao norte do Equador, por volta de 21 de dezembro, in�cio do aumento da dura��o dos dias e do encurtamento das noites, ou seja, a �poca em que o Sol passa pela sua maior declina��o boreal ou austral.
Uma vez que a Igreja Oriental adotou a data de 25 de dezembro como Natal, o batismo de Jesus Cristo come�ou a ser festejado no Oriente em 6 de janeiro, mas em Roma essa data passou a ser usada para lembrar chegada a Bel�m dos reis magos, com presentes de ouro, incensos e mirra, que em alguns pa�ses cat�licos � celebrada com a distribui��o de presentes para as crian�as.
No Brasil, a tradi��o de trocar presentes ocorre na noite de Natal, ap�s a meia-noite da madrugada de 24 para 25 de dezembro. Ao longo dos s�culos, os costumes tradicionais vinculados ao Natal se desenvolveram a partir de m�ltiplas fontes. H� uma consider�vel influ�ncia nestas tradi��es o fato de a celebra��o coincidir com as datas de antiqu�ssimos ritos pag�os com origem agr�cola, que aconteciam no come�o do inverno. Sendo assim, o Natal recebeu elementos da tradi��o latina de Saturn�lia, uma festa alegre e de trocas de presentes que os romanos costumavam celebrar em 17 de dezembro, em homenagem a Saturno.
O dia 25 de dezembro tamb�m era a festa do deus persa da luz, Mitra, respeitado por Diocleciano e que inspirou gregos e romanos a adorar Febo e Apolo. O certo � que o dia de Natal foi fixado oficialmente no ano de 345, quando as inst�ncias de S�o Jo�o Cris�stomo e S�o Greg�rio Nacianceno estabeleceram o 25 de dezembro como dada de nascimento de Jesus Cristo. Cumpria-se assim uma vez mais o costume da Igreja primitiva de absorver e dar nova forma aos rituais pag�os, em vez de rejeit�-los ou proibi-los para poder angariar mais seguidores para sua nova cren�a.
No ano-novo, os romanos decoravam suas casas com luzes e folhas de plantas, dando presentes �s crian�as e aos pobres, em um clima que hoje seria chamado de natalino, e apesar de o ano romano come�ar em mar�o, essas tradi��es tamb�m foram incorporadas � festividade crist�. Por outro lado, com a chegada dos invasores teut�nicos � G�lia, � Inglaterra e � Europa Central, ritos germ�nicos se mesclaram com costumes celtas e foram adotados por parte dos crist�os, tornando o Natal praticamente desde o come�o uma celebra��o regada a muita bebida e comida, com chamas, luzes e �rvores decoradas. Na Idade M�dia, a Igreja introduziu as can��es tem�ticas. O Natal que celebramos hoje �, por isso, fruto de um mil�nio crist�o em que as tradi��es gregas e romanas se conjugaram com rituais celtas, germ�nicos e com liturgias de antigas religi�es orientais.