Um de meus v�rios sobrinhos foi passar f�rias em Fortaleza e por l� ficou. Como � dentista, come�ou fazendo coisas que por l� n�o eram feitas. Acabou abrindo uma cl�nica e est� firme no peda�o. N�o gosta de praia para tomar sol, mas para andar todas as manh�s. Come�ou agora a fazer um regime que exclui hidratos de carbono. Sua �ltima refei��o � �s 17h, emagreceu horrores. Vem sempre aqui, para visitar a fam�lia e participar de um clube de tiro, em Santa Luzia. Esteve em minha casa para colocar a conversa em dia e me contou dois casos curiosos e n�o muito comuns. Um de seus amigos de pescaria vivia se queixando de dor na barriga, no peito, o diabo. Foi a dois m�dicos, que nada descobriram. Numa das vezes em que estavam pescando, o amigo come�ou a sentir uma dor terr�vel. Meu sobrinho resolveu examinar a �rea dolorida e descobriu nada menos de tr�s enormes bernes, que n�o davam sossego. Resultado: levou o rapaz para o hospital para que retirassem os bernes. Ou fizessem compressas de toucinho fresco no local, bem fechadas, para que os bichinhos sa�ssem. Os m�dicos preferiram operar e extrair os bernes, para alegria do paciente.
Outra hist�ria � t�o interessante quanto. Um alem�o passou a frequentar a turma do meu sobrinho. Certo dia, cansado de caminhar, jogou-se na areia da praia para descansar e dormiu. Quando acordou, tinha mais de 100 bichos-de-p� na frente do corpo. Deitara-se sobre um ninho, dizem que �quela praia v�o muitos porcos. Resultado: outro paciente que teve de ser levado ao hospital para que os bichos fossem retirados um a um.
Lembrei-me desses casos porque recebi um e-mail sobre n�dulos fibrosos benignos que surgem com frequ�ncia na pele das pernas, principalmente nas mulheres. Quase sempre provocados por picada de inseto e ferimento causado por espinho.
Durante as esta��es mais quentes do ano, deve-se observar o corpo inteiro a fim de realizar o autoexame, como forma de preven��o ao c�ncer de pele. Algumas pintas podem ser suspeitas, mas tamb�m � comum deparar-se com o dermatofibroma, n�dulo endurecido benigno que surge com mais frequ�ncia nas pernas. “A les�o � caracterizada por um caro�o firme cheio de fluido. Como a derme da pele cont�m terminais nervosos, gl�ndulas e vasos, esse caro�o surge por conta do crescimento excessivo do tecido que est� na derme”, afirma a m�dica K�dima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Geralmente rosa acastanhados, eles s�o inofensivos e n�o est�o relacionados ao c�ncer.
A dermatologista explica que as causas s�o desconhecidas, mas j� se sabe que dermatofibromas surgem devido a les�es na pele, que podem vir de picadas de inseto, traumas ou ferimentos com espinho. “Dermatofibromas ocorrem com mais frequ�ncia nas pernas e bra�os, mas podem surgir no tronco ou em qualquer local do corpo. As pessoas podem ter uma ou at� 15 les�es. O tamanho varia de 0,5cm a 1,5cm de di�metro; a maioria tem de 7mm a 10mm de di�metro. Os n�dulos s�o firmes, presos � superf�cie da pele e m�veis sobre o tecido subcut�neo. Podem ter cor – rosa a marrom-claro na pele branca; marrom-escuro a preto na pele escura. Alguns parecem mais p�lidos no centro. Geralmente, n�o causam sintomas, mas �s vezes podem ser dolorosos ou co�ar”, diz a m�dica.
Diagnosticado pela vis�o e pelo toque, o m�dico tamb�m pode apertar a pele sobre o n�dulo. Como a les�o n�o desaparece sozinha, pode ser feita a remo��o cir�rgica, com anestesia local. “Por�m, a remo��o deixa cicatriz, pois o dermatofibroma acomete camadas mais profundas da pele. Outro m�todo � o congelamento por nitrog�nio l�quido, que congela o n�dulo e o faz ficar achatado. No lugar, fica uma marca branca e o dermatofibroma pode voltar a crescer. Mas ele n�o evolui para algum problema mais s�rio”, explica a especialista.