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� mesa com E�a de Queiroz traz boas receitas e lembran�as

Livro da portuguesa Maria Ant�nia Goes detalha gastronomia citada em v�rios livros do escritor, como Os Maias


postado em 08/04/2020 04:00

Livro da escritora portuguesa Maria Antônia Goes detalha citações gastronômicas na obra de Eça de Queiroz(foto: Colares Editora/Reprodução)
Livro da escritora portuguesa Maria Ant�nia Goes detalha cita��es gastron�micas na obra de E�a de Queiroz (foto: Colares Editora/Reprodu��o)

Uma das boas lembran�as que guardamos das viagens ao exterior s�o sem d�vidas os livros, que nunca saem da moda, nunca ficam velhos e s�o uma alegria quando encontrados. Sempre tive essa mania de correr livrarias em busca de novidades que n�o eram encontradas por aqui. No meu caso especifico e profissional, muita moda e gastronomia. E foi um desses livros raros, que n�o s�o encontrados por aqui, que descobri nesses dias de pris�o.

Trata-se de uma raridade, � mesa com E�a de Queiroz, da escritora portuguesa Maria Ant�nia Goes, que, at� onde eu sei, n�o deve ser muito conhecida por aqui. Na introdu��o � sua obra, a autora diz: “Leitora compulsiva de E�a de Queiroz desde a adolesc�ncia, sempre me impressionei com a quantidade de cita��es gastron�micas na obra do grande mestre. Quantas cenas se passam � mesa, em Tormes, na casa da Torre de Gon�alo Ramires, na Rua das Flores, no Ramalhete d’Os Maias, na Leiria do Padre Amaro ou em restaurantes”.

Mais adiante: “Depois de selecionados os pratos, e ap�s ter iniciado o trabalho, encontrei o livro  Era Tormes e amanhecia, do embaixador D�rio Moreira de Castro Alves, que me prestou um precioso aux�lio, a que se seguiu uma paciente e empenhada pesquisa das receitas em livros de �poca, pois era meu prop�sito respeitar os sabores daquele tempo”.

Para falar pouco, os livros de E�a de Queiroz podem ser comparados, na qualidade e excel�ncia, com os livros de mem�ria do mineiro Pedro Nava, todos eles recheados com a cozinha brasileira. Diferentemente, Nava relatava principalmente os pratos que apreciava na fam�lia, entre os amigos e at� em algumas lendas belo-horizontinas, como as empadinhas do bar Estrela, reduto cultural de sua �poca, na Rua da Bahia. Nava compara comidas mineiras com as de outros estados e uma delas � a feijoada, servida pela sua fam�lia e em outras casas. Ele entra em min�cias, relatando que couve boa, para acompanhar pratos, n�o � picada com faca, mas rasgada com as m�os.

A escritora portuguesa criou um livro que abrange todos os pratos que aparecem no texto de E�a de Queiroz, come�ando com as entradas e indo at� sorvetes e sobremesas. Nas entradas, cita pratos dif�ceis de serem copiados por aqui, como o foie-gras (que aparece em A cidade e as serras), receitas de caf�, bebidas, refrescos, sucos e at� um rebu�ado de avenca (de O primo Bas�lio), que n�o consegui descobrir o que �, porque n�o sei se a avenca, aquela folhagem linda que conhecemos, pode ser usada na cozinha.

Algumas das receitas s�o encontradas at� hoje em Portugal, como as queijadas de Sintra (Os Maias), que s�o preparadas at� hoje na bela cidade. Quem quer manter a tradi��o, encomenda os doces e espera sua vez de receb�-los tomando um bom vinho no caf� que fica um pouco abaixo, na pra�a da cidade, em frente ao castelo. A receita, curiosamente, � a mesma que conhecemos por aqui, preparada com 24 gemas de ovos, queijo fresco, a��car e 500g de farinha de trigo. Para fazer, bate-se o queijo fresco com as gemas, um pouco de farinha. Com a farinha de trigo e um pouco de sal, prepara-se uma massa que ser� transformada em forminhas assadas para conter a mistura de ovos, ou seja, a queijada. Depois, as forminhas assadas s�o recheadas com a mistura de ovos e v�o ao forno para completar o doce.

Receita de fazer goiabada (Correspond�ncia de Fradique Mendes) n�o falta. S� que, depois de pronto, o doce passa v�rios dias sendo secado ao sol – os “ladrilhos de marmelada” levam sete dias para secar. Outra receita do livro, f�cil de fazer por aqui, � o xarope de groselha (Ecos de Paris). “Debulha-se numa terrina boas groselhas vermelhas, devidamente maduras; esmaguem-se e tor�am-se num pano �mido para lhes extrair o suco numa vasilha. Para um litro de suco, deita-se 1.750 gramas de a��car esmagado; mexe-se durante alguns instantes para derreter o a��car; deita-se em seguida numa vasilha, que por� em banho-maria; fa�a-se ferver at� que o a��car esteja completamente derretido, deixa-se arrefecer e engarrafe-se.”

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