Desde que o isolamento social come�ou a ser seguido por muitos brasileiros, o consumo de doces e guloseimas aumentou. Segundo pesquisa, o mel foi um dos itens mais procurados, j� que sua venda na quarentena cresceu 130% em rela��o a igual per�odo do ano passado. Mas ser� que podemos considerar essa uma boa op��o? “O mel � um l�quido adocicado, produzido por abelhas, composto por diferentes tipos de a��cares, com predomin�ncia de monossacar�deos, como a glicose e a frutose, e menores quantidades de dissacar�deos, como a maltose e a sacarose, que correspondem a aproximadamente 80% da sua estrutura. Portanto, o mel � sim uma forma de a��car natural, com uma concentra��o cal�rica um pouquinho menor que o a��car branco (a��car branco, 100g/394kcal ; mel, 100g/312kcal), com o �ndice glic�mico um pouco menor que o do a��car e vari�vel de acordo com a composi��o”, afirma Marcella Garcez, m�dica nutr�loga e professora da Associa��o Brasileira de Nutrologia.
Muitas pessoas acreditam que o mel tem importante a��o no sistema imunol�gico, at� ajudando a tratar gripes, resfriados, dor de garganta e infec��es virais. “Existem evid�ncias em v�rios estudos, n�o conclusivos, de que o mel, al�m das propriedades antibacterianas, pode impactar positivamente a resposta imunol�gica por causa de seu efeito antioxidante e por estimular a libera��o de citocinas (mensageiros celulares) que ativam c�lulas do sistema imune”, afirma a m�dica. “Como alimento funcional com atividade antimicrobiana e antioxidante, o mel � um alimento indicado como terapia complementar ou preventiva para doen�as do trato respirat�rio. No entanto, n�o tem a mesma efetividade e nem deve ser usado como alternativo ao uso de medicamentos, quando necess�rios”, enfatiza a nutr�loga.
Apesar de seu �ndice glic�mico m�dio (61), segundo a tabela da Harvard Medical School de janeiro de 2020, o mel vai al�m do a��car e conta com outros componentes, como �cidos org�nicos, minerais, antioxidantes e amino�cidos. “Essas propriedades s�o altamente ben�ficas � sa�de”, diz a m�dica. O emprego do mel na medicina data da mais remota antiguidade. Entre as principais propriedades com respaldo na literatura cient�fica est�o as atividades antibacteriana e antioxidante, al�m de ser boa fonte de carboidratos para praticantes de esportes e pessoas com indica��o de dietas hipercal�ricas.
Mas � necess�rio ter cuidado com o consumo exagerado. Uma boa quantidade, segundo a profissional, � aproximadamente 10 gramas (1 colher de sopa rasa ou 1 colher de sobremesa). “Como estamos falando de a��car, � ideal que o mel seja consumido numa refei��o saud�vel com frutas, cereais integrais ou iogurte, por exemplo”, diz. Esse cuidado � necess�rio, j� que o mel � um alimento contraindicado em algumas situa��es. “Crian�as menores de 1 ano n�o devem consumir mel, pois, at� o primeiro ano de vida, h� a possibilidade de intoxica��es graves com uma bact�ria encontrada comumente no mel chamada Clostridium botulinum. Diab�ticos tamb�m n�o devem utilizar esse alimento, pois ele possui muito a��car simples que eleva rapidamente a glicemia do sangue”, afirma a m�dica. Pessoas sens�veis, com tend�ncia a alergias, podem desenvolver rea��es devido aos gr�os de p�len e por sensibilidade aos a��cares presentes no mel.
Confus�o frequente � com rela��o ao melado de cana, que n�o � mel. “O mel � um produto fabricado pelas abelhas, e o melado � um xarope espesso produzido quando a cana-de-a��car � transformada em a��car refinado para consumo, que tamb�m pode trazer benef�cios � sa�de, por�m, com caracter�sticas diferentes e tamb�m � uma forma de a��car”, diz a m�dica. Consumido com modera��o, o mel � uma op��o saud�vel e, neste momento, o ideal � apostar nos alimentos in natura e em prepara��es preferencialmente caseiras para fortalecer o sistema imunol�gico.
Mel pode impactar positivamente a resposta imunol�gica por causa de seu efeito antioxidante
Reprodu��o de Internet