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Incid�ncia de olho seco aumentou na pandemia do coronav�rus

Estudo realizado na China com 54 pessoas afetadas pela COVID-19 mostra que a infec��o aumentou em 35% a disfun��o lacrimal


postado em 20/06/2020 06:00 / atualizado em 20/06/2020 07:55

No Brasil, 12,8% da população %u2013 três mulheres para cada homem %u2013 têm olho seco, e uso de colírio exige cuidados especiais(foto: Reprodução da internet)
No Brasil, 12,8% da popula��o %u2013 tr�s mulheres para cada homem %u2013 t�m olho seco, e uso de col�rio exige cuidados especiais (foto: Reprodu��o da internet)


Falar de olho seco � comigo mesma. Sofro com o drama de n�o poder nem chorar, meu canal lagrimal n�o solta uma gota, nem diante do maior sofrimento. Ou do truque de picar cebola para ver se a l�grima sai. Quer dizer que com isso sofro uma nova preocupa��o com a danada dessa epidemia. Uma vez que a l�grima protege nossos olhos de todo tipo de pat�geno, inclusive do novo coronav�rus. De acordo com o oftalmologista Le�ncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, sete em cada 10 portadores de olho seco convivem com a doen�a e nem imaginam. Isso porque s�o assintom�ticos e s� descobrem que t�m a defici�ncia durante exame oftalmol�gico de rotina. Nos outros 30%, os sintomas s�o vermelhid�o, ard�ncia, vis�o emba�ada, coceira e maior sensibilidade � luz. O Dews II (Dry Eye Workshop Society), relat�rio desenvolvido por 150 oftalmologistas do mundo todo, revela que a preval�ncia global varia de 5% a 50%, sendo mais frequente em pa�ses asi�ticos.

o Brasil, a estimativa � de que 12,8% da popula��o, na propor��o de tr�s mulheres para cada homem, t�m olho seco, salienta. Queiroz Neto afirma que entre os pacientes sintom�ticos, 20% pensam que olho seco � um mal menor, fazem tratamento por conta pr�pria e chegam ao consult�rio com um saco de col�rios que n�o funcionam. “No exame oftalmol�gico, conseguimos diferenciar o tipo de olho seco para tratar com o col�rio correto, e hoje, gra�as � intelig�ncia artificial, temos conseguido melhores resultados”, afirma.´

O especialista alerta que as altera��es na l�grima podem causar redu��o permanente da vis�o. “� uma doen�a multifatorial, causada pelo desequil�brio em uma das camadas do filme lacrimal”, esclarece. A externa, explica, � a lip�dica produzida pelas gl�ndulas de Meib�mio, localizadas na borda das p�lpebras. A camada lip�dica, explica, tem duas fun��es: manter a l�grima suspensa na superf�cie do olho e evitar a evapora��o da camada intermedi�ria, que � a aquosa. Esta responde pelo controle de pat�genos e oxigena��o da c�rnea. A interna � a proteica, que permite a distribui��o uniforme do filme lacrimal na superf�cie do olho. “Os col�rios cont�m subst�ncias com efeitos dife- renciados. Deixar de usar um lubrificante impr�prio pode ser melhor que hidratar os olhos com col�rios que aumentam a irrita��o e tornam os olhos mais vulner�veis”, comenta.

O pior � que um estudo realizado na China durante a pandemia, com 54 participantes afetados pela COVID-19, mostra que a infec��o aumentou em 35% a incid�ncia de olho seco. O estudo mostra que antes da contamina��o 20% tinham a disfun��o lacrimal e depois de infectados esse �ndice saltou para 27%. Os pesquisadores afirmam que embora o estudo n�o seja conclusivo, identificou o receptor ACE2 do novo coronav�rus na c�rnea, lente externa do olho, e na conjuntiva, membrana que recobre a parte branca do olho. O n�vel de ACE2 na superf�cie do olho � menor que o encontrado no pulm�o e cora��o, mas foi suficiente para aumentar o olho seco. Os cientistas tamb�m destacam que s� um paciente que j� tinha passado por cirurgia de pter�gio desenvolveu conjuntivite, sinalizando que olhos �ntegros t�m menor chance de inflamar durante a pandemia.

Queiroz Neto afirma que o olho saud�vel tem as tr�s camadas da l�grima em equil�brio. A defici�ncia em qualquer uma delas facilita a contamina��o por Sars-Cov-2 e outros v�rus que podem causar conjuntivite. O especialista conta que hoje o diagn�stico � feito por imagens que facilitam a ades�o ao tratamento, inclusive de pacientes assintom�ticos. Para se ter ideia, a plataforma permite ao paciente acompanhar com o oftalmologista tanto as altera��es do filme lacrimal quanto das p�lpebras e gl�ndulas de Meib�mio. O oftalmologista ressalta que 86% dos portadores de olho seco t�m desconforto ocular cr�nico provocado por disfun��o das gl�ndulas de Meib�mio, 14% por defici�ncia aquosa do filme lacrimal, e menos de 1% por defici�ncia da camada proteica. O especialista esclarece que o tratamento � modulado de acordo com a fase da doen�a. Em casos leves, pontua, a prescri��o pode incluir l�grima artificial, medica��o sist�mica, adi��o na dieta de fontes de �mega 3, encontrado na sardinha, bacalhau ou salm�o, massagem e higieniza��o das p�lpebras com xampu infantil de pH neutro. Diz ainda que as recomenda��es terap�uticas da DEWS para casos moderados s�o oclus�o dos pontos lacrimais com plugs, �culos de c�mera �mida, anti-inflamat�rio e �mega 3.

A terapia mais indicada para olho seco severo � a luz pulsada, que deve ser aplicada na p�lpebra superior e inferior visando ativar a produ��o da camada lip�dica da l�grima pelas gl�ndulas de Meib�mio. Queiroz Neto afirma que a terapia tamb�m melhora a alimenta��o das gl�ndulas mediante est�mulo da inerva��o do nervo trig�meo nos ramos oft�lmicos e maxilar. Um terceiro benef�cio � a desobstru��o glandular atrav�s da remodela��o do tecido conjuntivo.  

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