O �rg�o de controle Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, aprovou a colagenase clostridium histolyticum-aaes, uma subst�ncia injet�vel para o tratamento de celulite moderada a grave nas n�degas de mulheres adultas. “Desde o ano passado, na fase 3 dos testes com a subst�ncia, esse tratamento era considerado extremamente promissor.”
Ele � o primeiro tratamento de celulite injet�vel aprovado pela FDA. A subst�ncia conta com duas enzimas purificadas produzidas por uma bact�ria. A celulite � multifatorial, e uma de suas causas � a presen�a de septos fibrosos que ligam a pele � f�scia do m�sculo (que fica perpendicular � pele, embaixo dela). O resultado � que esses septos puxam a pele para baixo, deixando um aspecto ondulado, como se fosse um “colch�o”.
“Ao ser injetada, a subst�ncia degrada col�geno dos tipos I e II que formam esses septos fibrosos da celulite, o que leva a uma melhora na apar�ncia e textura da pele”, afirma a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “At� agora, rompemos essas traves ou septos fibrosos por m�todos mec�nicos, ou seja, a subcis�o, t�cnica em que romp�amos essas traves por movimentos de vaiv�m. Nesse estudo, uma enzima que degrada o col�geno, material que comp�e essas traves, foi usada para dissolv�-los, melhorando o aspecto da celulite. H� l�gica nesse m�todo e os resultados podem ser promissores”, detalha a m�dica.
O injet�vel combina duas colagenases, AUX-I e AUX-II, que s�o enzimas purificadas produzidas naturalmente pela bact�ria Clostridium histolyticum. Em tese, a subst�ncia “degrada” os septos fibrosos, que puxam a pele para a f�scia muscular e causam a apar�ncia caracter�stica de ondula��o da celulite. Nos Estados Unidos, o tratamento vem sendo considerado um divisor de �guas para muitas mulheres com celulite. “A empolga��o se d� pela atua��o, na causa raiz da celulite. E de uma maneira n�o invasiva, ou seja, sem o corte”, diz a m�dica.
A subst�ncia s� foi testada e aprovada nos gl�teos. Cada n�dega pode receber at� 12 inje��es por sess�o. As visitas de tratamento devem ser repetidas a cada 21 dias, por at� tr�s vezes. As rea��es adversas mais comuns (menores que 1%) foram relacionadas ao local da inje��o (hematomas, dor, n�dulo, prurido, eritema, descolora��o, incha�o e calor). A previs�o � que a t�cnica chegue ao mercado no ano que vem.
Hoje em dia, o melhor resultado para tratamento de celulite continua sendo a associa��o de diversos tratamentos. “O que tem trazido os melhores resultados s�o os bioestimuladores de col�geno injet�veis (�cido-L-polil�ctico ou hidroxiapatita de c�lcio). Isso porque a celulite � uma altera��o do tecido adiposo (tecido de gordura, formado por adip�citos = "c�lulas de gordura"). Esse tecido de gordura � fl�cido e requer a presen�a de septos de tecido fibroso (fibras de col�geno) para a sua sustenta��o. Quando esse tecido fibroso � competente, e sustenta o tecido adiposo, n�o h� celulite. Do contr�rio, quando essa sustenta��o est� ausente, h� uma irregularidade caracter�stica do tecido adiposo, causando na pele o aspecto de ‘casca de laranja’ da celulite”, explica a m�dica.
Ap�s o est�mulo do col�geno atrav�s de inje��es com esses bioestimuladores, h� uma reorganiza��o desses septos fibrosos, com sustenta��o adequada do tecido adiposo e melhora da celulite e do aspecto da pele, segundo a dermatologista. “Esse tratamento � realizado em consult�rio dermatol�gico. S�o realizadas em m�dia duas ou tr�s sess�es, com intervalo m�nimo de 30 dias entre elas. No consult�rio dermatol�gico, tamb�m h� aparelhos de radiofrequ�ncia e ultrassom que produzem efeitos t�rmico e mec�nico que podem diminuir a gordura localizada e a flacidez, melhorando o t�nus da pele e consequentemente a celulite. Para resultados com esses aparelhos s�o necess�rias de oito a 10 sess�es semanais (dura��o de 30 a 40 minutos)”, explica.
Para celulite acentuada, a subcis�o � t�cnica at� ent�o mais indicada: nesse m�todo, as traves fibrosas que repuxam a pele s�o rompidas com um bisturi, ap�s anestesia local. “Mas, al�m dos tratamentos, � muito importante que o paciente melhore alguns h�bitos de vida, como abandonar o cigarro, refrigerantes e bebidas alco�licas, fa�a atividade f�sica e tenha uma dieta mais saud�vel”, finaliza Paola Pomerantzeff .