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Estado de Minas ANNA MARINA

Moda tenta se adequar aos novos tempos e ficar relevante

Edi��o da SP Fashion Week, que terminou no domingo (8), mostrou cole��es antenadas com os problemas da atualidade e adotou pol�ticas inclusivas


09/11/2020 04:00 - atualizado 09/11/2020 07:36

Num dos anos mais dram�ticos da hist�ria, falar sobre roupas poderia soar esdr�xulo. Mas, para as grifes da S�o Paulo Fashion Week, que come�ou na �ltima quarta-feira e foi at� ontem, domingo (8), � a hora de mostrar como a moda pode se desgarrar dos r�tulos de ser um setor ac�falo, racista e consumista.

Produzir os v�deos exibidos on-line pelo evento e em proje��es pela cidade foi um desafio sem precedentes. Uma das estreias deste ano, a Aluf, da estilista Ana Luisa Fernandes, usou a mat�ria-prima da cole��o que havia desenvolvido no in�cio do ano – a marca � conhecida por defender atitudes sustent�veis.

"Muitas marcas estavam desenvolvendo cole��es para um outro momento do mundo. Conseguimos remanejar o que t�nhamos, em vez de fingir que nada daquilo havia sido criado", afirma Fernandes.

Mesma ideia teve Juliana Jabour, que voltou � SPFW com 40 looks com estampas de esportes como beisebol, basquete e futebol americano. Os temas t�m a ver com a parceria com a marca de bon�s New Era.

"Quando paralisamos tudo, as pessoas que colaboram comigo ficaram sem trabalho. Ent�o, mais do que nunca, o desfile foi necess�rio", diz Jabour. Ela adaptou parte das pe�as que estavam prontas, retirou as mais pesadas, para o desfile ter uma cara de ver�o, e manteve os tra�os do punk vinculados � pr�pria hist�ria. Olhar para o sistema, repensar formatos e reafirmar os c�digos est�ticos da moda foi o lado mais vis�vel desta SPFW.

Look da Misci, grife do estilista mato-grossense Airon Martin, que estreou neste ano na semana de moda paulista com uma coleção que resumiu a nova atitude da moda(foto: Misci/Divulgação)
Look da Misci, grife do estilista mato-grossense Airon Martin, que estreou neste ano na semana de moda paulista com uma cole��o que resumiu a nova atitude da moda (foto: Misci/Divulga��o)

O estilista Isaac Silva, da nova gera��o de designers que investigam a cultura brasileira sob o prisma da diversidade racial, chamou a pr�pria equipe para vestir as pe�as no v�deo que mostrou no domingo.

As cria��es s�o uma homenagem ao orix� Iemanj� e tamb�m � av�, Jacira, que morreu neste ano e o ajudou a entender mais sobre a moda.

"� uma cole��o de agradecimento por tudo que passei nesses meses de isolamento, quando n�o sab�amos o que esperar, e a marca estava no amarelo, sem caixa", disse ele.

Sua homenagem, repleta de alfaiataria suntuosa, malharia e flores, se destacou em colabora��es com a artista Jacqueline Paes e a designer Neon Cunha, ativista da luta por reconhecimento dos transexuais.

Assim como em diversas semanas de moda, como as de Mil�o e Paris, que passaram a p�r em primeiro plano a sustentabilidade e a inclus�o racial e de g�nero, a SPFW se preparou para uma nova fase.

Ela � orquestrada pela organiza��o junto ao coletivo Pretos na Moda e procurou fazer com que os desfiles se tornassem multirraciais e respeitassem mais os profissionais dos bastidores.

Metade dos modelos no evento agora deve ser negra, ind�gena ou afrodescendente, sob pena de exclus�o pelo descumprimento da regra. A medida foi a primeira oficializada de um projeto mais amplo de inclus�o e reconhecimento desses segmentos antes apagados nas passarelas.

Talvez uma das estreias desta S�o Paulo Fashion Week, que prometeu resumir todas essas mudan�as no sistema da moda numa �nica apresenta��o, foi a Misci, do estilista mato-grossense Airon Martin.

O designer estreou na semana de moda com a cole��o Brasil Imp�bere, com um v�deo gravado no distrito de Atafona, em S�o Jo�o da Barra, no Rio de Janeiro, uma �rea que vem sendo engolida pelo mar e virou met�fora do descaso com o meio ambiente.

Nas cenas, protagonizadas pela modelo de ascend�ncia ind�gena Emilly Nunes, as roupas foram feitas com mat�ria-prima brasileira. Uma delas foi de seda r�stica produzida no Paran�, de onde v�m alguns dos fios desse tecido, considerado dos melhores do mundo.

"O papel da moda hoje � trazer o usu�rio para a reflex�o sobre este pa�s, que precisa de amadurecimento, de se reconhecer e, a partir disso, evoluir", afirmou o estilista. 

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