
Com COVID-19 ou sem COVID-19, o calend�rio marca que na pr�xima segunda-feira (21) o ver�o chega. N�o se sabe se ser� mais quente do que a primavera que vivemos. S� se sabe que com calor ou sem calor, quem anda sofrendo mais s�o mesmo as crian�as, presas em casa, sem poder ir � escola, sem poder brincar com amigos. De qualquer forma, existem as fam�lias corajosas que n�o fogem da realidade e querem ajudar os filhos – nesses meses que sempre foram de praia, piscina, f�rias. A coluna traz hoje algumas recomenda��es da pneumologista pedi�trica Brunna Santana sobre como as m�es ter�o que encarar um ver�o um pouco mais dif�cil do que nos �ltimos anos, envolvendo dengue, viroses, brotoejas, insola��o e, claro, a pandemia global.
"Infelizmente, o n�mero de casos de COVID-19 voltou a aumentar. Mais do que nunca, devemos manter as medidas j� preconizadas pelo Minist�rio da Sa�de. Como praias e parques costumam estar cheios nesta �poca do ano, � prudente evit�-los neste momento com as crian�as", afirma Brunna. Algumas doen�as s�o consideradas sazonais. No ver�o, os dias mais quentes podem ser vil�es e representar riscos. Entre os problemas mais relatados pelos pacientes nessa esta��o est�o a diarreia, o v�mito e mal-estar geral. Para que isso n�o aconte�a, Brunna Santana destaca a import�ncia de hidratar as crian�as, dar banhos em temperaturas ambientes e usar roupas leves.
"O aumento da temperatura no ver�o leva a uma maior perda de �gua pelo organismo, inclusive pelo suor. Ent�o, para repor essas perdas, a ingest�o de l�quidos, principalmente �gua, deve ser estimulada frequentemente, sen�o aumenta o risco de desidrata��o", pontua a m�dica. Devemos ficar de olho em alguns sinais que indicam desidrata��o, como aus�ncia de l�grimas e olhos fundos, boca seca e saliva ausente ou espessa, fontanela anterior (a famosa moleira) deprimida nos beb�s, pele mais seca e com menos elasticidade, e muitas horas sem urinar ou apresentar urina mais escura que o normal.
�gua � a melhor bebida para repor as perdas comuns no ver�o, pois rep�e os nutrientes perdidos pelo suor, pela urina e eventuais v�mitos ou diarreias na quantidade adequada, sem sobrecarregar o rim e outros �rg�os. A oferta deve ser de acordo com a aceita��o da crian�a, sem for�ar. Caso ela n�o aceite �gua, deve-se preferir sucos naturais, � base de frutas, e �gua de coco. Deve-se evitar bebidas ricas em a��car ou s�dio, como sucos industrializados e refrigerantes, que podem contribuir para o aumento de peso.
A virose mais comum no ver�o � a gastroenterite, uma infec��o do trato gastrointestinal causada por diversos v�rus, sendo o principal o rotav�rus. V�mitos, diarreia, dor abdominal e febre s�o sintomas comuns. Como a transmiss�o pode ser por m�os e alimentos contaminados, orienta-se a higiene adequada, dando prefer�ncia aos alimentos cozidos e evitando ao m�ximo o consumo de �gua e comidas de proced�ncia desconhecida.
Nas crian�as pequenas, deve-se estimular e manter o aleitamento materno. V�mitos frequentes, diarreia em grande volume, crian�a mais irritada ou prostrada e os sinais de desidrata��o, principalmente se persistentes, indicam necessidade de atendimento m�dico. Como a infec��o pelo Sars-CoV2 tamb�m pode causar diarreia, v�mitos, n�useas, dor abdominal e febre, � dif�cil diferenciar pelo quadro cl�nico a gastroenterite comum da COVID-19.
J� a insola��o – aumento da temperatura corporal causada pela exposi��o excessiva ao sol ou calor – pode causar n�useas, tontura, dor de cabe�a, vermelhid�o na pele, v�mitos, vis�o turva e desidrata��o. Para preveni-la, evite ficar por tempo prolongado exposto ao sol e calor, principalmente entre as 10h e as 16h, quando a temperatura � mais elevada. Al�m disso, al�m da hidrata��o, utilizar protetor solar e barreiras f�sicas, como chap�us de abas largas, guarda-sol e roupas com prote��o contra os raios ultravioleta.
A brotoeja ou mili�ria � uma dermatite inflamat�ria causada pela obstru��o mec�nica das gl�ndulas sudor�paras, o que impede a elimina��o de suor pelo corpo. Pode ser causada por suor excessivo, pela perman�ncia em ambientes �midos e quentes e pelo uso de bronzeadores, �leos ou cremes gordurosos. Geralmente, ocorre no tronco, pesco�o, axilas e em �reas de dobras. Nas regi�es superficiais da epiderme, costumam ser com pequenas bolhas de �gua (ves�culas) transparentes, sem sinais de inflama��o associados. Nas camadas intermedi�rias, caracterizam-se por "bolinhas" (p�pulas) avermelhadas e inflamadas, a forma mais comum de brotoeja.
J� quando acomete a camada mais profunda da epiderme, ocorrem tanto as ves�culas quanto as p�pulas. Para preveni-las, deve-se manter o ambiente fresco e arejado, preferir roupas de algod�o e fibra natural, que ret�m menos calor e suor. Quanto ao tratamento, muitas vezes, a brotoeja desaparece sozinha. O uso de lo��o de calamina pode ser indicado, mas sob orienta��o do pediatra.
A assadura ou dermatite de fralda � comum nos beb�s e pode ser causada pela umidade e pelo contato prolongado com fezes e urina. Deve-se trocar a fralda com frequ�ncia, fazer higiene com �gua e algod�o e evitar o uso de len�os umedecidos, que podem irritar ainda mais a pele. Para tratar, indica-se o uso de pomadas � base de �xido de zinco a cada troca de fraldas.”