
Desde que recebi o diagn�stico do especialista Walter Caixeta Braga de que tinha diabetes tipo 2, aprendi que � bom me alimentar pelo menos de tr�s em tr�s horas, para evitar a hipoglicemia. Ent�o, uma das minhas manias � levantar no meio da noite – l� pelas 3h – para comer uma banana e enfrentar o resto do tempo com o est�mago cheio. Com a idade, passei a me alimentar cada vez menos de uma s� vez, meu “minist�rio do trabalho dom�stico” comenta que n�o como nada.
Com essa danada da pandemia, que pelo andar da carruagem est� longe de acabar, a tend�ncia da maioria � buscar alternativas para manter a sa�de f�sica e mental em dia. Nem sempre � f�cil. Em meio � crise, ao passar por situa��es que levam ao estresse, decep��o, apatia ou momentos de grandes incertezas, as pessoas tiveram dificuldade em discernir onde acaba o apetite e come�a a ansiedade. De acordo com pesquisa divulgada pelo Minist�rio da Sa�de neste m�s, com 19.826 entrevistados, 74% apresentaram sintomas de ansiedade durante a pandemia do novo coronav�rus.
A consultora em nutri��o Maria Julia Coto explica que em situa��es de nervosismo e ansiedade liberamos um horm�nio chamado cortisol, produzido pela parte superior da gl�ndula suprarrenal, que est� diretamente envolvido na resposta ao estresse.
“Ao aumentar o n�vel de cortisol, o corpo tende a mobilizar rapidamente as reservas de energia, ocasionando mudan�as no metabolismo e fluxo de sangue. Em consequ�ncia, algumas pessoas acabam comendo exageradamente como um mecanismo de fuga”, alerta a especialista.
� importante ficar atento � alimenta��o nos momentos de nervosismo e ansiedade. “Mesmo na correria cotidiana, � poss�vel encaixar um plano alimentar que seja prazeroso, nutritivo e saboroso”, destaca Maria Julia. Para permitir que todos esses benef�cios sejam desfrutados, � preciso entender os sinais do corpo seguindo alguns passos simples. Veja a seguir:
Sem neuras. Saia de perto das dietas da moda e restritivas. A priva��o causada por elas, al�m de aumentar o estresse, pode gerar defici�ncia de alguns nutrientes. Procure um profissional de sa�de capacitado que possa ajudar voc� com uma reeduca��o alimentar espec�fica para suas necessidades.
Entenda os sinais de fome e saciedade. Muitas vezes, estamos t�o focados na rotina que n�o paramos para pensar se estamos nos alimentando da forma correta. Antes de come�ar a comer, pare e pense: quanto de fome tenho hoje?. Durante a refei��o, coma sem pressa, sentindo o sabor do alimento e a saciedade que ele vai trazer aos poucos – assim, voc� saber� quando estiver sa- tisfeito. Isso evita o consumo em excesso ou em pouca quantidade, o que muitas vezes acaba causando desconforto durante o dia e descontentamento com o corpo.
N�o desconte seus sentimentos na comida. Em dias estressantes, muitas vezes acabamos comendo sem pensar na quantidade. No fim, estamos passando mal e nos sentindo para baixo, preocupados com o efeito que os exageros v�o causar no peso e na est�tica. Acabamos colocando alguns grupos ou alimentos, por exemplo os carboidratos, como vil�es, mas, na verdade, a quest�o est� em nossos h�bitos.
Identifique se o que est� sentindo � fome f�sica ou uma tentativa de fuga emocional. A ansiedade � manifestada de muitas formas, e, por vezes, por meio da vontade exacerbada de comer, conhecida como fome emocional. A fome emocional ocorre quando nos alimentamos a partir de emo��es como tristeza e ansiedade, � uma tentativa de fugir dos sentimentos que n�o conseguimos encarar. Assim, descontamos nossas insatisfa��es emocionais na comida, buscando um atalho f�cil e prazeroso de forma inconsciente.
Pratique exerc�cios f�sicos e durma bem. Caminhar ao ar livre diariamente e fazer atividades de relaxamento, como ioga e medita��o, al�m de uma boa noite de sono, ajudam a aliviar o estresse e a reduzir a produ��o do excesso de cortisol do organismo.
Por fim, coloque como prioridades a sa�de e a alimenta��o. Busque formas diferentes de eliminar o estresse. Use o tempo livre para fazer as coisas de que gosta e evite levar trabalho para os momentos pessoais.