
A p�lula anticoncepcional � um dos m�todos contraceptivos mais populares entre as mulheres. E n�o � � toa, j� que o medicamento tem uma s�rie de benef�cios em rela��o a outros tipos de contracep��o. “Com 98% de efic�cia, a p�lula anticoncepcional � um rem�dio � base de horm�nios de uso di�rio que � capaz de inibir a ovula��o e reduzir significativamente a chance de fecunda��o. E n�o para por a�, pois o medicamento ainda oferece vantagens como regula��o da menstrua��o, combate � acne, diminui��o das c�licas e redu��o do risco de anemia causado pelas perdas de sangue durante o per�odo menstrual”, explica Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Cl�nica GRU.
Mas, infelizmente, nem tudo s�o flores, pois, em contrapartida, o uso da p�lula anticoncepcional tamb�m � acompanhado do surgimento de uma diversidade de efeitos colaterais e rea��es adversas. Por exemplo, nas primeiras semanas de utiliza��o da p�lula anticoncepcional � comum que a mulher sinta fortes dores de cabe�a, n�useas e dores abdominais devido �s grandes altera��es hormonais causadas pelo medicamento. “Outro efeito muito comum do uso das p�lulas, principalmente no in�cio, s�o sangramentos pela vagina fora do per�odo menstrual, que ocorrem devido ao aumento da fragilidade do �tero provocado pelo medicamento. O problema � especialmente comum em mulheres que ainda n�o se adaptaram ao uso correto da p�lula e acabam esquecendo de ingeri-la diariamente”, destaca a especialista.
Algumas mulheres ainda podem apresentar ganho de peso, reten��o de l�quido e redu��o do desejo sexual. “A acne tamb�m pode ser outro efeito colateral do uso da p�lula, j� que, apesar de ser utilizada no tratamento da condi��o, o medicamento pode exacerbar a produ��o de oleosidade pela pele de algumas mulheres, criando um ambiente ideal para o surgimento de cravos e espinhas”, acrescenta a ginecologista.
Al�m dos efeitos colaterais mais comuns, a p�lula tamb�m apresenta alguns riscos � sa�de, aumentando, por exemplo, as chances de trombose, condi��o caracterizada pela forma��o de co�gulos sangu�neos no interior das veias que causam uma inflama��o na parede do vaso. “Isso ocorre porque a quantidade de horm�nios presentes nas p�lulas anticoncepcionais � capaz de alterar a circula��o, aumentando o risco de forma��o de co�gulos nas veias profundas. Por isso, o uso desse m�todo n�o � recomendado por mulheres que j� t�m predisposi��o ao problema”, explica a m�dica. “P�lulas com altas doses de estrog�nio tamb�m t�m maiores chances de provocar hipertens�o arterial, principalmente em mulheres que fumam, t�m mais de 35 anos ou j� sofrem de hipertens�o.”
Como se n�o bastasse, a p�lula anticoncepcional ainda pode mascarar a presen�a de doen�as s�rias, como a endometriose. “A endometriose ocorre quando as c�lulas do endom�trio, mucosa que reveste a parede do �tero, respons�vel pela implanta��o do embri�o fecundado, n�o s�o devidamente expelidas durante a menstrua��o e se espalham no aparelho reprodutivo e at� mesmo para regi�es como intestino e bexiga”, explica a ginecologista.
“E um dos principais componentes no tratamento da condi��o � justamente a p�lula anticoncepcional, que � utilizada para o controle e al�vio dos sintomas da endometriose. Logo, mulheres que fazem uso da p�lula anticoncepcional podem n�o saber que sofrem com a doen�a, j� que o medicamento diminuir� os sintomas da endometriose, que assim pode evoluir para um quadro grave sem que a mulher perceba, causando at� mesmo infertilidade”, alerta.
A boa not�cia � que, na maioria das vezes, os efeitos colaterais surgem de maneira leve e suport�vel e tendem a desaparecer com o tempo de uso. No entanto, caso essas rea��es progridam de maneira severa, passando a atrapalhar a rotina e as tarefas no dia a dia, � fundamental a consulta ao ginecologista para verificar a possibilidade de substitui��o do m�todo contraceptivo. “Geralmente, em mulheres com problemas com o uso da p�lula anticoncepcional, optamos pela ado��o dos m�todos contraceptivos de barreira, que s�o op��es que evitam a entrada do esperma no �tero e, consequentemente, a fecunda��o, sendo assim ideais para as mulheres que n�o se adaptam ou t�m contraindica��es �s terapias hormonais”, destaca a m�dica.
Entre os m�todos de barreira, o mais popular � o preservativo, tanto feminino quanto masculino, j� que, al�m de oferecer uma prote��o f�sica contra a entrada do esperma no corpo da mulher, � o �nico m�todo contraceptivo que protege contra doen�as sexualmente transmiss�veis, devendo ent�o sempre ser combinado ao uso dos outros tipos de anticoncepcionais.
Por�m, tamb�m existe uma s�rie de outros m�todos dispon�veis para a mulher escolher, incluindo o diafragma e o DIU de cobre. “O DIU de cobre � uma estrutura em formato de T que � colocada no �tero da mulher pelo ginecologista e dificulta o encontro do �vulo e do espermatozoide, al�m de atrapalhar a implanta��o do embri�o, o que torna as chances de gravidez extremamente pequenas”, destaca a m�dica. “J� o diafragma n�o � um m�todo contraceptivo totalmente eficaz sozinho. Ent�o, recomenda-se que seja combinado com o uso de um espermicida para proporcionar maior efic�cia.”