(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Mundo da gastronomia, h� muito associado aos homens, est� mudando

Gra�as a uma cozinha "mais emotiva do que t�cnica", chef francesa H�l�ne Darroze consegue passar de tr�s para cinco estrelas no "Michelin"


22/02/2021 04:00

Chef francesa Hêlêne Darroze conseguiu o feito de passar de três para cinco estrelas no Michelin, tornando-se a segunda mulher mais premiada pelo guia vermelho(foto: JOEL SAGET/AFP )
Chef francesa H�l�ne Darroze conseguiu o feito de passar de tr�s para cinco estrelas no Michelin, tornando-se a segunda mulher mais premiada pelo guia vermelho (foto: JOEL SAGET/AFP )

No pa�s da boa mesa, quando uma mulher consegue ser bem classificada na b�blia dos melhores cozinheiros, o feito � destacado internacionalmente. Por aqui, uma ou outra cozinheira surge dirigindo restaurantes, mas s�o poucas e nunca est�o nas primeiras posi��es. E � por causa disso que a chef francesa H�l�ne Darroze est� ganhando fama. Para quem conseguir um dia – p�s-pandemia – visitar Paris, uma boa � experimentar o card�pio de seu restaurante, Marsan.

“Apesar de um ano desastroso para o mundo da gastronomia, a chef francesa H�l�ne Darroze conseguiu um feito: passar de tr�s para cinco estrelas Michelin, tornando-se a segunda mulher mais premiada pelo guia vermelho, gra�as a uma cozinha ‘mais emotiva do que t�cnica’.”

Conhecida do p�blico por sua participa��o na vers�o francesa do programa de TV "Top chef", H�l�ne Darroze, de 53 anos, alcan�ou o auge da gastronomia mundial no in�cio de janeiro ao obter uma terceira estrela para seu restaurante londrino H�l�ne Darroze at The Connaught e uma segunda para o Marsan, seu estabelecimento parisiense.

Um feito alcan�ado at� agora apenas por outra mulher: sua compatriota Anne-Sophie Pic, oito estrelas. Outra mulher que se destacou este ano foi sua amiga brit�nica Clare Smyth, do restaurante Core, coroada com uma terceira estrela.

Um reconhecimento in�dito na hist�ria do “Guia Michelin” e tamb�m um sinal de que o mundo da gastronomia, h� muito associado aos homens, est� mudando. A este sinal, H�l�ne Darroze acrescenta uma mensagem: "Continue a viver a sua paix�o como mulher, n�o tente ser outra pessoa que n�o mulher", insiste durante entrevista concedida � AFP.

"Temos uma sensibilidade diferente, e isso se v� no prato", diz ela, que reivindica uma cozinha feminina, "mais emotiva do que t�cnica". "Quando um homem cozinha, ele quer primeiro mostrar que pode fazer isso ou aquilo, enquanto a mulher, tenho a impress�o de que s� quer agradar (...)", explica a chef, acrescentando que n�o procura criticar os homens, cujo trabalho "respeita".

Com Darroze, a cozinha � um assunto de fam�lia. Em 1895, o seu bisav� abriu o Le Relais, um restaurante familiar em Villeneuve-de-Marsan, onde ela trabalhou e o rebatizou de Chez Darroze. No entanto, foi para os estudos de neg�cios que ela se encaminhou ap�s o vestibular. Foi o famoso chef Alain Ducasse quem finalmente a convenceu a se lan�ar na cozinha quando ela trabalhou em seu restaurante, Louis XV, em Monte Carlo.

Era o in�cio de 20 anos durante os quais ela admite ter tido que fazer "escolhas". "N�o pude ser m�e at� os 40 anos, porque antes tinha decidido entregar-me plenamente a essa profiss�o", conta, referindo-se � ado��o de suas duas filhas.

Em 2001, obteve a sua primeira estrela e, dois anos depois, a segunda. Sua marca registrada? Cozinha generosa, reconhecida por suas influ�ncias da cozinha do Sudoeste e basca. Em 2015, foi a consagra��o: foi eleita "melhor chef feminina do mundo" no ranking anual 50 Best. "Tenho colegas que sofreram por ser mulheres em c�rculos mais masculinos... eu sempre encontrei meu lugar", assegura.

Nas cozinhas, ela imp�e sua vis�o da profiss�o. "Nunca quis ser chamada de chef", explica. "Mas por mais que eu explique que n�o � com um t�tulo que nos fazemos respeitar, sempre h� alguns que n�o conseguem e me dizem: 'N�o consigo'".

Outra revolu��o, ela se recusa a levantar a voz ou gritar com seus funcion�rios na cozinha. "Quando h� um problema, voc� tem que saber como conter o estresse. N�o � gritando ou jogando uma colher que voc� resolve um problema."

Apesar de um ano catastr�fico para a gastronomia, marcado pelo fechamento de restaurantes devido � pandemia de COVID-19, H�l�ne Darroze garante: "A pandemia mudou a forma de ver as coisas". A partir de agora, por exemplo, ela se recusa a usar caviar chin�s, "para apoiar os produtores franceses, que sofrem mais do que n�s".

Se a pandemia est� longe de acabar, H�l�ne Darroze j� come�ou a imaginar a gastronomia do "mundo de amanh�": "Vamos precisar de uma cozinha que tranquilize, que seja generosa", sublinha ela na entrevista � AFP. 

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)