
Aproveitando a abertura da cidade, fui a um restaurante pela primeira vez, depois de um ano e tanto dessa infeliz pandemia. Escolhi, � claro, o Dona Derna, do meu amigo Memmo Biadi, que j� se foi (desde dezembro) e com quem tinha n�o s� amizade como reconhecimento. Dentro de tantas notas divulgadas neste jornal sobre restaurantes, foi ele quem fechou as ruas em torno de sua casa para promover um almo�o em benef�cio das obras sociais do Estado de Minas. Ou seja, as creches que atendem crian�as e mais crian�as. Al�m disso, fui amiga de sua m�e desde que ela aportou aqui em BH, fazendo pizzas que pouca gente conhecia.
Acompanhei toda sua carreira, de local em local, at� que aportasse naquela bonita casa do tempo da constru��o a cidade, na Rua Tom� de Souza. Quando a m�e se foi, Memmo mudou o endere�o para a casa da esquina e passou a funcionar em dois andares. O de cima, mais sossegado, durou pouco tempo porque o clima que sempre existiu no Dona Derna foi da presen�a de amigos. Jos� Eduardo Lima Pereira que o diga, estava por l� praticamente todo fim de semana. Assim como v�rios outros amigos do propriet�rio, que tinha uma turma que mantinha aquele clima caseiro que era agrad�vel n�o s� a quem estava l� sempre, mas tamb�m aos frequentadores habituais.
Mantinha com Memmo uma boa troca de informa��es, sugerindo um ou outro prato e sobremesa, que ele na maioria das vezes atendia com muito boa vontade e que por sorte acabava agradando a todos os frequentadores. Como a sobremesa cannolli, que vi no filme “O poderoso chef�o”. � claro que o restaurante mant�m a tradi��o da cozinha italiana, o forte do card�pio. Mas que acaba influenciando os outros pratos, abrindo novas propostas de sabor para n�o se transformar em uma canseira quando todos os pratos n�o mudam nunca.
Nos �ltimos tempos, o Dona Derna recebeu uma garibada boa em suas instala��es, por obra e gra�a de Zaz�, que estava l� com Memmo todos os fins de semana e que continua aparecendo depois que ele se foi, principalmente nos meios de semana. O dedo feminino levou flores at� para o toalete feminino e as cortinas que separam o sal�o da rua s�o bem simp�ticas, mesmo quando n�o s�o usadas.
Quem comanda o Dona Derna agora � Enrico Biadi – mas a cozinha est� nas m�os do chef Concha, que n�o deixa nada a desejar. Os pratos continuam feitos com capricho e oferecem uma possibilidade de tradi��o sem t�dio. E ele vem simpaticamente ao sal�o para informar que agora est� no lugar de Memmo, que se revezava do sal�o para a cozinha com muita sabedoria.
Nos pedidos do �ltimo s�bado, o principal foi um ossobuco, que chegou � mesa da melhor qualidade. Para quem n�o sabe, trata-se daquela parte da carne que mant�m o osso no meio, com o tutano bem cozido, que � uma del�cia para quem gosta. At� onde d� para saber, a casa ocupou o lugar do Vecchio Sogno, que servia o melhor ossobuco da cidade.
Legal � que era o primeiro dia que casa abria, e estava relativamente completa, com menos clientes como a lei manda, o que garante a seguran�a dos comensais. � claro que vou voltar, uma vez que est� aberta de ter�a-feira at� s�bado, das 11h �s 16h. Tive, por causa disso, um dia de conforto e prazer, depois de tanta clausura.