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Estado de Minas ANNA MARINA

Eu enfrentei e venci um c�ncer de mama com a cara e a coragem

Um pouco da minha hist�ria pessoal para alertar outras mulheres no Outubro Rosa, j� que dados do Inca estimam 66 mil novos casos da doen�a s� em 2021


02/10/2021 04:00 - atualizado 02/10/2021 07:49

Tratamento
c�ncer de mama (foto: Artes/EM)

 
Minha irm� costuma dizer que fui feita com um barro diferente, porque enfrento as situa��es de sa�de sem morrer de medo – ou de preocupa��o. Como estamos no m�s de outubro, dedicado ao c�ncer de mama, resolvi entrar no assunto, que acomete uma grande maioria de mulheres. J� enfrentei o problema e vale a pena aproveitar a data para contar minha hist�ria pessoal.
 
Com uma dor nova na mama, fui procurar Jos� Salvador Silva, no Mater Dei. Ele j� havia me operado de endometriose e nunca mais o abandonei. Ele examinou o local e me pediu para fazer uma mamografia, “apenas como esclarecimento do problema”. Fiz o exame e, com ele na m�o, fui procur�-lo. Quando estava esperando que me recebesse, passou por mim e entrou em sua sala seu filho Henrique Salvador, que, eu sabia, era cirurgi�o. Ent�o, matei logo a charada. Quando fui recebida pelos dois, o diagn�stico n�o chegou a ser surpresa. Eu tinha mesmo um pequeno c�ncer de mama, que seria operado por Henrique, que estava come�ando sua vencedora carreira. Como gosto de coisas r�pidas, marcamos na mesma hora a sequ�ncia dos exames e o dia da cirurgia.
 
Fui para casa numa boa e relatei o problema para meu marido, que sempre teve horror de doen�a, m�dicos e hospitais, e minha irm�. Avisei que n�o queria sofrimento, nem coment�rios, que estava tudo numa boa, j� definitivamente programado. Na v�spera da cirurgia, Jos� Salvador me avisou que eu n�o poderia fumar durante o tratamento. Pedi para fumar o �ltimo cigarro (trabalhando no jornal, era do grupo dos “chamin�s”, sempre de cigarro na m�o). Fumei o �ltimo cigarro – que foi �ltimo mesmo, acredito que, depois de tanto soro, desintoxiquei-me da nicotina.
 
Fiquei dias no hospital e, quando tive alta, voltei para casa com uma recomenda��o: fazer radioterapia, que na �poca praticamente s� existia no Hospital S�o Francisco. O m�dico est� l� at� hoje, depois de ter passado uma boa temporada no Mater Dei. Fazia a aplica��o da r�dio todos os dias e, de l�, vinha trabalhar na reda��o, sem o menor problema, numa boa. N�o fiquei com a �rea da aplica��o queimada, porque usava quilos de creme hidratante e nem perdi significativamente os cabelos – que caem mais com a qu�mio.
 
Mas a cirurgia me deixou com um problema, que era muito comum na ocasi�o: o bra�o do lado onde o c�ncer foi retirado ficou muito inchado. Como eu era magra, usava no m�ximo manequim 42, mas, como o bra�o n�o entrava, ou comprava roupas sem mangas ou de manequim 46. Fui levando o problema at� que meu primo – mais do que primo, um irm�o, que j� se foi – Marcio de Castro Silva conheceu um m�dico italiano que fazia uma cirurgia que acabava logo com o problema.
 
Resultado da informa��o: marquei a cirurgia – que seria em G�nova, na It�lia – para da� a dois meses. Tempo que passei acalmando fam�lia e amigos, s� mulher muito doida � que sai do Brasil para se operar na It�lia, e logo em G�nova, n�o era nem em Roma. L� fui eu para ser operada – e o p�s-operat�rio seria em um convento, n�o existia hospital na cidade para isso. Operada pelo m�dico Corradino Campisi, passei muito bem na cirurgia e posteriormente. Tanto que minha amiga de sempre, Angela Gutierrez, que foi para me acompanhar e me trazer de volta, n�o se arrependeu da temporada italiana. Como estava bem, n�s �amos quase todo dia almo�ar � beira mar, na costa amalfitana, era uma del�cia s�.
 
Voltando, contei aqui minha perip�cia e fui procurada por in�meras mulheres de bra�os imensos, em busca de informa��o e apoio. A opera��o liga os dois sistemas venosos circulat�rios, o que faz o bra�o diminuir de tamanho. � claro que n�o custou barato, mas n�o me arrependo nem um instante de ter enfrentado o problema com a cara e a coragem. Tempos depois, o doutor Campisi esteve aqui em BH, deu um curso sobre sua t�cnica no Mater Dei, e terminou a sua temporada mineira com um grande jantar em minha casa, que contou com todas as presen�as de m�dicos conhecidos.
Gostei de contar minha hist�ria nesta �poca dedicada ao problema, uma vez que o c�ncer de mama � uma doen�a que atinge as gl�ndulas mam�rias e pode afetar a sa�de f�sica e mental das mulheres de diversas formas. O tratamento com quimioterapia, muitas vezes, resulta em queda de cabelo, emagrecimento, fraqueza, mal-estar, preocupa��es, tristeza, e, quando necess�ria, a cirurgia de remo��o da mama atinge um ponto que mexe com a feminilidade.
 
Segundo dados do Instituto Nacional de C�ncer (Inca), a estimativa de novos casos de c�ncer de mama no Brasil, em 2021, � de mais de 66 mil. O mesmo instituto aponta que a doen�a � a primeira causa de morte por c�ncer em mulheres no pa�s, sendo a mais frequente em quase todas as regi�es brasileiras.

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