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Estado de Minas SA�DE

Entenda o que est� por tr�s da tontura, pouco compreendida at� por m�dicos

Saulo Nader, especialista em vertigens, zumbidos e desequil�brios, explica as v�rias causas do problema, advertindo que pacientes s�o alvo de preconceito


18/02/2022 04:00 - atualizado 18/02/2022 01:45

ilustração mostra mulher de braços abertos, parecendo estar tonta

�s vezes, tenho a impress�o de que s� fico em p� porque Deus quer. Meu equil�brio natural � prec�rio – o principal sintoma � a labirintite. Quando estou na base do cai n�o cai, tenho de ir correndo ao doutor Humberto Guimar�es, que, com manobras precisas, coloca o labirinto no lugar.

Por�m, com o aumento da idade, o equil�brio est� cada vez mais inst�vel. � noite, para levantar, cuidados devem ser redobrados, n�o posso entender como minhas pernas est�o no fim. Meu neurologista, Francisco Cardoso, receitou um rem�dio que serve para a s�ndrome de M�ni�re. Estou tomando e esperando o efeito, que ainda n�o chegou.

A curiosidade � que o desequil�brio � significativamente para o lado direito, o meu lado errado. � o lado em que tive dois c�nceres, quebrei uma v�rtebra do pesco�o, onde o ouvido � mais surdo e por a� vai. Precisa mais? Tem.

O fato � que tontura n�o � frescura, mas sintoma pouco compreendido at� por alguns m�dicos e est� por tr�s de mais de 40 doen�as. Ela tem m�ltiplas interpreta��es, inclusive foi apelidada erroneamente de labirintite. A� vira bola de neve: o paciente sai do consult�rio com diagn�stico errado, toma rem�dio errado e n�o melhora nunca, inclusive h� piora na sa�de em geral.

Afinal, o que est� por tr�s da tontura? A consulta deve ser muito bem dirigida, com escuta, paci�ncia e empatia com o paciente. � bom saber que o tratamento deve ocorrer tanto da parte do profissional quanto do paciente, que costuma n�o ser compreendido por familiares, amigos e colegas de trabalho.

Muitas pessoas acabam desenvolvendo preconceito com rela��o � tontura, pois ela ainda � pouco debatida, o que torna mais dif�cil a compreens�o e o diagn�stico preciso. Essa avalia��o vem do neurologista Saulo Nader, especialista em vertigens, zumbidos e desequil�brios. Ele � o “Doutor Tontura”, como foi apelidado por pacientes e internautas.

Saulo Nader explica que o primeiro subtipo de tontura, o mais famoso, � a vertigem – altera��o da percep��o do movimento. A pessoa olha para cima e percebe que as coisas ou ela mesma est� girando. Ou come�a a perceber que as coisas est�o balan�ando, como se ela estivesse no navio ou naquele balan�o do parque. Isso pode durar alguns minutos, horas ou dias.

“Se � vertigem, � enorme a chance de o problema estar no labirinto, no nervo do labirinto ou nas �reas do c�rebro de controle do equil�brio, tendo como exemplos a VPPB, a doen�a de M�ni�re, a neurite vestibular, paroxismia, a migr�nea vestibular e AVC cerebelar”, diz o neurologista.

O segundo tipo � a tontura de origem cl�nica sist�mica. A sensa��o � de peso na cabe�a, com algum atordoamento, fraqueza em todo o corpo, sensa��o de corpo cansado e de mal-estar generalizado. As causas podem ser o corpo combatendo infec��es graves, intoxica��es (ressaca por �lcool ou outra droga), anemia, car�ncia de ferro ou vitamina B12, problemas hormonais como o hipotireoidismo, diabetes muito descompensada.

O terceiro tipo � a tontura de origem cl�nica cardiol�gica. Aqui, o problema est� no sistema cardiovascular, no cora��o ou nos vasos do corpo. A sensa��o � de quase desmaio, com vista escurecendo e, �s vezes, palidez e sudorese ocasionadas por queda de press�o maior que a normal por uma fra��o de tempo, levando � diminui��o de oxig�nio no c�rebro.

O quarto tipo � o desequil�brio. Nesse grupo entram as pessoas cuja tontura est� mais focada nas pernas, e n�o na cabe�a. O principal sintoma � o desequil�brio, mais percept�vel ao caminhar. H� a sensa��o de n�o sentir o ch�o muito bem, n�o ter firmeza nas pernas, pernas bobas ou desordenadas, inseguran�a ao andar, dificuldades de caminhar em alguns locais, como na areia da praia e cal�adas. Pode indicar da doen�a de Parkinson a problemas ortop�dicos.

O quinto tipo � chamado de sensa��es cef�licas inespec�ficas. Desafiante, seu relato � vago por natureza. Por exemplo: cabe�a oca, cabe�a vazia, cabe�a estranha, cabe�a flutuando, pisar em ovos. � comum a pessoa n�o encontrar palavras para verbalizar o que sente. Os motivos podem ser v�rios: TPPP, vertigem f�bica ou mal de D�barquement, al�m de doen�as psiqui�tricas como depress�o, ansiedade e p�nico.

“Em alguns casos, problemas psicol�gicos podem causar tontura, mas muitas vezes vejo o contr�rio, ela desafia e fragiliza o indiv�duo, levando a um momento de ansiedade ou at� mesmo de depress�o. Ou seja, a quest�o psiqui�trica � consequ�ncia, e n�o a causa. E h� preconceito e desvaloriza��o da queixa de tontura. Atualmente, consideramos a frequ�ncia e as caracter�sticas de sintomas associados para um poss�vel diagn�stico, al�m do exame neurol�gico para ver se tudo est� de fato funcionando”, finaliza Saulo Nader.

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