(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas ANNA MARINA

Solar Teixeira da Costa, em Santa Luzia, passa por importante restaura��o

Casar�o tombado do s�culo 18 � importante para a mem�ria da cidade e para a hist�ria de Minas Gerais


12/04/2023 04:00 - atualizado 12/04/2023 01:08

Solar Santa Luzia, no Centro Histórico da cidade de Santa Luzia
Casar�o fica no Centro Hist�rico de Santa Luzia (foto: Reprodu��o)

H� um ano e meio a empresa Restaurare trabalha na restaura��o do Solar Teixeira da Costa, em Santa Luzia. Erguido por volta de 1745, o pr�dio est� no Centro Hist�rico, em frente ao Santu�rio de Santa Luzia. 

Escolhida pelo vig�rio Manoel Pires de Miranda para moradia, a constru��o fica na jun��o das ruas Direita e Serro, sinalizando para os tropeiros do s�culo 18 os caminhos para chegar ao Recolhimento de Maca�bas, Serro, Andrequic�, Taquara�u, Distrito Diamantino e ao sert�o.

Quem visita aqueles 18 c�modos percebe logo a raz�o de sua resist�ncia ao tempo. A estrutura � formada por pe�as de madeira com mais de 10 metros, pedras, paredes de madeira e adobe feito a m�o, de barro e uma ou outra pedra. Na parte baixa, ficavam os abrigos para escravos, separados da moradia pelo assoalho de madeira, que recobre todo o piso da edifica��o.

A empresa que cuida da restaura��o, financiada pela prefeitura, esmera-se na busca das t�cnicas usadas naquela �poca. A fase atual dos trabalhos come�ou pelo telhado, de quatro �guas. A remo��o do acabamento da cobertura das paredes deixa vis�vel a perfeita estrutura, feita s� com adobe, cujos tijolos t�m cerca de 20cm de largura. Isso explica a raz�o da durabilidade do im�vel, que n�o apresenta abalo ou fendas nas paredes. Os poucos encontrados s�o raridades, fruto da deteriora��o da madeira de apoio dos adobes – madeira, ali�s, substitu�da com o maior cuidado. O cuidado na retirada do acabamento externo das paredes explica a demora da restaura��o.
 
Detalhe do teto do Solar Teixeira da Costa, em Santa Luzia
Reprodu��o (foto: Detalhes da pintura do teto s�o restaurados cuidadosamente)
 

A constru��o colonial � bem caracter�stica do s�culo 18, o que a torna uma das mais importantes de Minas Gerais. Os c�modos s�o dispostos em tr�s alas, com p� direito de cerca de 3,8m. A �rea lateral foi destinada aos quartos e a servi�os. No centro est� a grande sala de jantar, que tem uma pequena capela, a cozinha e servi�os constru�dos posteriormente.

Todas as pe�as t�m p� direito alto com a mesma propor��o. No telhado de quatro �guas, a reposi��o das pe�as antigas � feita com o maior cuidado, principalmente na escolha da madeira nobre utilizada, de prefer�ncia a mesma da constru��o.

Outro cuidado minucioso: as telhas originais ainda us�veis foram lavadas, uma a uma, e completadas pelas novas, que t�m o mesmo formato, peso e curvatura. A qualidade do forro antigo garantiu a preserva��o no interior do pr�dio. H� seis forros de gamela com pintura decorativa, caracter�stica do estilo Rococ� mineiro com rocalhas, ros�ceas e douramentos, mais quatro forros de esteira e cimalhas marmorizadas.

O pr�dio d� para o p�tio central, em forma de “U”, interligado ao quintal e com acesso ao por�o por meio da escada interna. A estreita varanda tem junto � cimalha do telhado um gracioso lambrequim em madeira pintada de azul e recortada, j� totalmente instalado.

Como no pr�dio vai funcionar a Casa de Cultura e o Museu Hist�rico Aur�lio Dolabella, a curiosidade sobre as t�cnicas construtivas ser� satisfeita por meio de “janelas” abertas em alguns ambientes, recobertas por placas de vidro, deixando vis�veis as paredes erguidas com adobe e pau a pique, t�cnica delicada que est� presente, principalmente, na �rea da cozinha.

Outra curiosidade a respeito desse tipo de constru��o: ela tamb�m serve para abrigar os barbeiros que provocam a doen�a de Chagas

Em meados do s�culo 19, o solar foi adquirido pelos bar�es de Santa Luzia, passando a funcionar como Casa de S�o Jo�o de Deus, um dos fundos de financiamento do Hospital de S�o Jo�o de Deus, aberto em 1840. Em 1893, foi adquirido por Manoel Teixeira da Costa, por escritura de compra e venda, do casal Jos� Leonardo de Carvalho e Theod�zia Maria de Carvalho Wanderley e irm�os, herdeiros da baronesa de Santa Luzia.

Durante v�rios anos o solar foi usado pela fam�lia, tornando-se ponto de encontro principalmente nas datas festivas. Quando ficou vazio, foi desapropriado pelo munic�pio em 27 de maio de 1993 e cedido por comodato para a Associa��o Cultural Comunit�ria de Santa Luzia, passando a abrigar a Casa de Cultura e o Museu Hist�rico Aur�lio Dolabela.

O solar foi tombado pelo Iphan em 1950 e pelo Iepha/MG em 1998, no contexto de tombamento estadual do Centro Hist�rico de Santa Luzia. Recebeu prote��o na inst�ncia municipal em 1989 e, posteriormente, pela Lei Org�nica Municipal. O im�vel passou por interven��es em algumas ocasi�es – as mais significativas foram as reformas realizadas entre 1938/1946 e a restaura��o em 1977.

A atual restaura��o do Solar Teixeira da Costa � importante para a cidade e para a mem�ria hist�rica de Minas. Participa dos trabalhos a arquiteta Maria Cristina de Souza, que prev� que os trabalhos devem demorar cerca de seis meses. As obras s�o acompanhadas pelo Iphan e pelo Iepha, por meio do engenheiro Jo�o Pires de Miseric�rdia.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)