
N�o demorou muito e passei a evitar ao m�ximo me colocar em situa��es onde precisava interagir socialmente dessa forma. Parei de dan�ar quadrilha porque sabia o que iria escutar e o quanto isso iria me doer. Mas isso n�o deveria ser assim. Como qualquer crian�a, eu s� queria me divertir.
Al�m de rir muito de n�s, ele disse que nosso cabelo era ruim, que nossas tran�as eram rid�culas e que aquilo (se apresentar em um palco), n�o era para a gente como n�s. Lembro que minha irm� estava com um conjuntinho, toda bonita, e, de tristeza, ela agachou e chorou muito. Era pequeno, mas aquilo me doeu na alma.
Para algumas pessoas essas palavras s�o "inofensivas", mas, na realidade, elas geram um verdadeiro turbilh�o de sentimentos depreciativos, de tristeza e sentimento de inadequa��o na crian�a negra.
Al�m disso, essas organiza��es tamb�m trabalham o sentimento de pertencimento, de autoconhecimento nas crian�as negras e tamb�m investem em a��es culturais e sociais que fortalecem a autoestima delas. Se voc� � m�e, pai ou respons�vel por uma crian�a negra e deseja conhecer alguns desses projetos, pode me procurar nas redes sociais. Vamos juntes encontrar caminhos para fortalecer a autoestima das nossas crian�as negras!
Na inf�ncia, por v�rias vezes fui discriminado na vizinhan�a por pessoas adultas e era s� uma quest�o de tempo para os seus filhos e filhas replicarem esse comportamento racista comigo e com outros coleguinhas negros. N�o existe melhor ensinamento que o exemplo.
Se voc� precisa de indica��o de profissionais da psicologia para atender seus pequenos com o valor mais acess�vel, pode me procurar nas redes sociais. Espero muito que as pr�ximas gera��es n�o passem o que n�s passamos na inf�ncia por conta do racismo e que tamb�m elas possam ter acesso a mais recursos para resguardar a autoestima e suas identidades.