
Chega a ser dif�cil acreditar no ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, que fez quest�o de afirmar ontem que existe, de fato, a possibilidade de o Brasil firmar um acordo militar bilion�rio com os Estados Unidos. Melhor ele mesmo detalhar: “o acordo nos abriria a possibilidade de participar de fundos de investimento, muito vultosos nessa parte de tecnologia militar, que chegam a US$ 100 bilh�es”.
Basta um dado de dois anos atr�s, antes de tecer maiores coment�rios sobre Ernesto Ara�jo. “A viol�ncia no Brasil � um problema persistente que atinge direta ou indiretamente a popula��o. O pa�s tem n�veis acima da m�dia mundial no que se refere a crimes violentos, com n�veis particularmente altos no tocante a viol�ncia armada e homic�dios”.
H� praticamente tr�s anos, uma pesquisa do Instituto Datafolha detalhou alguns dados: quase um em cada tr�s brasileiros j� teve um parente ou amigo que foi assassinado. Outra pesquisa do instituto registrou tamb�m que tr�s em cada quatro brasileiros afirmam ter medo de serem assassinados. Em tradu��o simult�nea, a guerra � aqui.
De volta ao ministro Ernesto Ara�jo, vale mais um trecho das declara��es dele na Comiss�o de Rela��es Exteriores e Defesa Nacional do Senado: “acreditamos que ser� poss�vel concluir com os EUA, mas n�o quero antecipar. Mas � uma perspectiva muito animadora para n�s”. Tomara que a negocia��o n�o d� certo, mesmo com toda a anima��o do ministro. S� uma pergunta: US$ 100 bilh�es em Bolsa-Fam�lia, quantos brasileiros pobres a mais conseguiriam ter?
Resposta r�pida: “Parece que o governo federal est� perseguindo o povo nordestino e da Regi�o Norte. Tem mais de um milh�o de fam�lias esperando para receber o benef�cio. Ent�o queremos saber o que est� acontecendo”, atacou, em suas redes sociais, o l�der do PT no Senado, Rog�rio Carvalho (SE). No meio do caminho, o pedido da bancada petista de auditoria na concess�o do Bolsa-Fam�lia no Nordeste.
O melhor a fazer ent�o � esperar e trazer um pouco da hist�ria diplom�tica brasileira. Ela se pautava, nas palavras de Afonso Arinos, Ara�jo Castro e San Tiago e este �ltimo ressaltava: “estamos cada vez mais conscientes da nossa responsabilidade como protagonistas da vida internacional e sabemos que temos nossa contribui��o a levar � causa da paz, a essa grande causa”.
Diante de tudo isso, o jeito � esperar que a pol�tica nacional consiga ser pacificada. Anda dif�cil, mas quem sabe seus principais atores sejam capazes, com um pouco de humildade, encontrar de a fato a paz.
Uma justa...
… homenagem �s mulheres que se destacam ou se destacaram na �rea de Seguran�a P�blica de Minas Gerais, lembrando o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de Mar�o. Entre elas, est� a major Karla Lessa, a piloto do helic�ptero do Corpo de Bombeiros e que atuou nos resgates de corpos em meio a lama do rompimento da barragem em Brumadinho. Foi ela quem deixou a aeronave quase parada no ar para resgatar um corpo na lama. “Foi um dos dias mais dif�ceis de minha vida”, disse na �poca.
Mais uma...
… outra mulher em destaque � a sargento Marcilaine Rodrigues da Silva, do 49º Batalh�o da Pol�cia Militar de Belo Horizonte, que retirou dos bra�os da m�e v�tima de agress�o dom�stica o seu beb� que n�o parava de chorar, por fome. Marcilaine abriu sua farda e amamentou o beb� sempre sorridente. O fato ocorreu na Delegacia de Mulheres em Belo Horizonte. As justas homenagens ser�o prestadas, a pedido do deputado Sargento Rodrigues (PTB), em10 de mar�o na Comiss�o de Seguran�a P�blica.
450 dias
A proposta de emenda � Constitui��o (PEC) que acaba com o foro privilegiado de pol�ticos e autoridades completou ontem 450 dias parada na C�mara dos Deputados. Os l�deres do Podemos, o deputado federal L�o Moraes (RO) e o senador �lvaro Dias (PR), argumentam que o fim do foro faz parte do combate � corrup��o e � impunidade, “mas parece que esta agenda n�o faz parte do Congresso”, ressalta L�o Moraes. Desde o ano passado, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) j� tinha confessado que a PEC j� deveria ter sido pautada. “J� deveria ter ido a voto, n�?”, admitiu. Resposta r�pida: �.
A v� pernada
O deputado Jos� Guimar�es (PT-CE) at� que tentou assumir a lideran�a da Minoria, leia-se, a oposi��o. S� que foi tudo em v�o. Devidamente acionado, o presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), destituiu o petista do cargo at� que seja feito um entendimento capaz de dar tempo para um acordo. Afinal, o pr�prio Maia havia acertado que a Minoria seria comandada por um deputado do PDT. O segundo-secret�rio da C�mara dos Deputados, M�rio Heringer (PDT-MG) ressaltou: “os petistas tentaram dar uma pernada, s� que foi em v�o. O PT insiste em ser PT. N�o aprendeu nada”.
Perdeu o sono
“Estou muito preocupado, n�o durmo tranquilo, n�o � normal um pa�s como o Brasil crescer 1% ao ano. Claramente, isso causa frustra��o em v�rios segmentos da sociedade”. A declara��o cabe direitinho aos ouvidos da maioria dos brasileiros, dos desempregados aos subempregados e por a� vai. S� que tem car�ter oficial. O autor da frase � o secret�rio do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Vale registar: a miss�o da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) � gerir as contas p�blicas de forma eficiente e transparente, zelando pelo equil�brio fiscal e qualidade do gasto p�blico e a vis�o da STN trata da defesa da avalia��o do gasto p�blico e transpar�ncia fiscal.
Pinga-fogo
O l�der do Democratas no Senado, Rodrigo Pacheco (MG), avisou ontem que vai solicitar, ao Instituto de Criminal�stica da Pol�cia Federal (PF), uma per�cia para apurar sobre o baixo n�vel da Represa de Furnas, no Sul e Sudoeste de Minas Gerais.
Pretende saber se h� um desvio da �gua do lago para ser usada no abastecimento da hidrovia Paran�-Tiet�, em S�o Paulo. A decis�o foi tomada pelo senador, que presidiu ontem audi�ncia p�blica, diante da falta de respostas conclusivas dos representantes do setor el�trico sobre o tema.
A semana que n�o acabou. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), convocou mais uma sess�o do Congresso para ter�a-feira que vem. Na pauta, 10 vetos do presidente Jair Bolsonaro e tr�s projetos enviados pelo governo para mudar as regras da execu��o or�ament�ria deste ano.
� voc� que paga a conta, Os dados s�o do Impost�metro da Associa��o Comercial de S�o Paulo (ACSP). A arrecada��o com taxas, impostos, contribui��es e multas atingir� R$ 500 bilh�es assim que os rel�gios marcarem 8h20 de hoje.
Mas tem, se servir de consolo, um aspecto positivo. � que o d�ficit p�blico vem caindo. Est� agora, em janeiro, em 0,7% do PIB. Em janeiro do ano passado estava em 1,2%.