Veja bem se tem cabimento. ''Se n�o for crime eleitoral, eu respondo: pretendo disputar. A chance de um golpe � zero.'' Come�ou assim o presidente da Rep�blica Federativa do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, que nem partido ainda tem. Foi em entrevista presencial, quinta-feira, no Pal�cio da Alvorada, e durou cerca de duas horas.
Apesar do contato com a equipe de reportagem da revista Veja, Bolsonaro cumpre isolamento sanit�rio de 14 dias depois de ter comparecido � abertura da Assembleia-Geral da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) junto com o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, que tamb�m testou positivo para a COVID-19. Nada saud�vel, n�o � mesmo?
J� ontem, o presidente, em sua agenda oficial, nada trazia. O registro era ''sem compromissos oficiais''. A revista, no entanto, mostrou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vacinou nesta semana nos Estados Unidos da Am�rica (EUA).
A rea��o veio com rapidez: ''Absurdo e desprezo''. A refer�ncia vem dos defensores do Sistema �nico de Sa�de (SUS) e do Programa Nacional de Imuniza��es (PNI). Faz sentido. O Brasil faz com muito zelo e eficaz a vacina��o. Serve at� de exemplo para outros pa�ses.
A prop�sito, a edi��o de setembro do boletim da pandemia da COVID-19, divulgado pela Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS) com dados atualizados at� agosto deste ano, ressalta que houve queda de 2 pontos percentuais na ocupa��o de leitos de UTI para atendimento � COVID-19. Ela passou de 61% em julho para 59% em agosto.
J� para os leitos comuns o aumento foi de 6 pontos percentuais (de 51% para 57%). Ainda de acordo com a ANS, a propor��o de leitos destinados exclusivamente para atendimento � COVID-19 dos hospitais da amostra alcan�ou 18%, depois de ter atingido os �ndices mais altos desde o in�cio desse monitoramento entre os meses de mar�o e abril deste ano de 2021, que tinham atingido 49%.
“Sabemos que as vacinas foram feitas mais r�pidas do que o padr�o. Tomei a 1ª dose da Pfizer e contra� COVID. Isso significa que a vacina � in�til? N�o creio. Mas � mais um argumento contra o passaporte sanit�rio. Estudos sobre efeitos colaterais e efic�cia est�o ocorrendo agora.”
E teve mais da publica��o: em um print que acompanhou a publica��o, o filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro, afirmou que est� se sentindo bem e fez quest�o de deixar claro ter iniciado o tratamento imediatamente.
S� que tem um por�m. Ele n�o deixou claro e evidente quais foram as subst�ncias que utilizou. � o suficiente por hoje.
Primeiro, a aula
Os Correios entregam os livros did�ticos �s escolas p�blicas, distribuem as provas do Enem, transportam as urnas eletr�nicas das elei��es, levam rem�dios e vacinas a todos os cantos do pa�s, atuam como correspondentes banc�rios. Tudo isso acabaria sendo afetado. Mesmo os servi�os postais passariam por mudan�as negativas. O valor que o cidad�o desembolsa para enviar uma carta ou um pacote seguramente ficar� mais alto. Quem diz � o senador Paulo Paim (PT-RS).
Dez a zero
''Primeiro, ela est� de parab�ns por ter se vacinado. A vacina salva. Fez a coisa correta. Isso � nota 10.'' Quem diz � o presidente da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da COVID, o senador Omar Aziz (PSD-AM). S� que teve o outro lado. ''Nota zero, porque a vacina que � aplicada nos Estados Unidos � a mesma que � aplicada aqui no Brasil. Ent�o, ela poderia aqui ter se vacinado, mostrado aos brasileiros ela se vacinando, para dar um bom exemplo aos brasileiros, e a� sim ver�amos o patriotismo de verdade, n�o patriotismo da boca pra fora”, ainda de Omar Aziz.
Agora o erro
O senador petista Paulo Paim faz quest�o de ressaltar que � muito estranho o fato de o governo n�o ter divulgado o valor que espera arrecadar com a venda dos Correios e muito menos o destino que pretende dar ao dinheiro: ''O governo est� de olho no processo eleitoral do ano que vem. Tudo que arrecadar vai ser investido em algum programa eleitoreiro. Isso � lament�vel. N�o se pode liquidar um patrim�nio do povo brasileiro a troco de nada''. Poucas ag�ncias dos Correios, em torno de 300, d�o lucro, alerta o parlamentar ga�cho.
Avant-premi�re
Jovens de todo o mundo voltaram �s ruas, ontem, para exigir a��es urgentes para evitar uma mudan�a clim�tica desastrosa, no maior protesto do movimento global desde o in�cio da pandemia da COVID-19. O ato acontece cinco semanas antes da Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Mudan�as Clim�ticas de 2021 (COP26), que almeja obter a��es clim�ticas mais ambiciosas dos l�deres mundiais para reduzir drasticamente as emiss�es de gases de efeito estufa que aquecem o planeta. ''Queremos o trabalho, n�o s� as promessas'', ressaltavam os participantes do evento.
F�rias-pr�mio
O governo de Minas informou que come�ar a quitar nesta segunda-feira as f�rias-pr�mio dos servidores. O primeiro pagamento, de cerca de R$ 210 milh�es, ser� em parcela �nica a 12.837 servidores, aproximadamente 50% dos que t�m valores a receber referentes �s aposentadorias publicadas com data de vig�ncia at� fevereiro de 2016. O crit�rio para o pagamento � a ordem cronol�gica de vig�ncia das aposentadorias. No total, ser�o R$ 701 milh�es do passivo apurado at� a folha de julho de 2021 para o pagamento do benef�cio a cerca de 25 mil servidores. O contracheque com os nomes dos servidores beneficiados pode ser consultado no Portal do Servidor (https://www.portaldoservidor.mg.gov.br/).
Pinga-fogo
Em tempo, sobre a nota Avant-premi�re: ''Todos est�o falando em fazer promessas, mas ningu�m mant�m as promessas. Queremos mais a��o'', cobrou Farzana Faruk Jhumu, uma ativista do clima de 22 anos, de Daca, em Bangladesh.
Mudando de assunto, chama que a pol�cia vem a�. Ihh! Precisa n�o, ela j� veio. A Pol�cia Federal afirmou � Justi�a Federal ter reunido elementos que indicam ter havido press�o de integrantes do Minist�rio da Sa�de durante a gest�o do deputado Ricardo Barros (PP-PR).
� mais um epis�dio envolvendo o parlamentar bolsonarista. No meio do caminho, quase R$ 20 milh�es � empresa Global Sa�de pela compra de rem�dios para doen�as raras que nunca foram entregues. Barros � o l�der do governo de Bolsonaro.
A sess�o do plen�rio da C�mara dos Deputados de ontem foi aberta e encerrada em seguida, sem vota��es, por falta de acordo entre os partidos. Foi lida a convoca��o do Congresso Nacional para a pr�xima segunda-feira.
Melhor ent�o aproveitar a deixa e seguir o exemplo. Basta por hoje. Sendo assim, o jeito � decretar o j� tradicional sem maiores delongas. FIM!