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Estado de Minas

Setembro Amarelo

"Eu precisava acabar com o que estava me matando. Arquivei o grupo que tinha 10 mil m�es participando"


11/09/2022 04:00

ILustração
(foto: setembroamarelo.com/Reprodu��o)

 
Precisei de dois anos para entender o que aconteceu comigo em 2020. Eu estava vivendo um relacionamento abusivo, t�xico. N�o em casa, mas nas m�dias sociais.
 
No ano anterior, 2019, descobri um c�ncer de mama e  iniciei o tratamento sem nenhum sofrimento. Fiz quadrantectomia, depois de radioterapia, e, ap�s  iniciar o bloqueio hormonal, veio a depress�o. Quando estamos no olho do furac�o, ficamos um pouco anestesiados. Depois vem o estresse p�s-traum�tico. 
 
Meu psiquiatra me receitou medicamentos que j� havia usado em outra �poca e melhorei.
Em 2020, veio a pandemia, o isolamento social,  a sobrecarga materna.  O medo.  As discuss�es improdutivas. Cloroquina, ivermectina, tratamento precoce,  e nada de vacina.  Nessa briga de torcidas, todos fomos prejudicados.
 
Esgotada com tantas brigas e  tantas discuss�es improdutivas, especialmente dentro do grupo de m�es que eu criei. O Padecendo no Para�so deveria ser um espa�o saud�vel, de acolhimento, mas se tornou um ambiente extremamente t�xico onde, todo o tempo, eu tinha que ficar atenta moderando brigas.
 
Um dia, enquanto meu filho estava assistindo � aula on-line, eu desabei.  Me deitei no sof� e n�o conseguia parar de chorar. Estava perdendo minhas for�as,  perdendo minha vontade de viver.  Aquela dor era t�o grande que eu mal podia respirar. 
 
E foi l� no grupo mesmo que eu pedi um socorro discreto. Recebi o telefonema de uma amiga,  depois de j� ter ligado para o CVV.  Foi ouvindo a voz da Bruna que consegui me acalmar e pensar no que fazer.
 
Eu precisava acabar com o que estava me matando.  Arquivei o grupo que tinha 10 mil m�es participando. Naquele momento, a decis�o era definitiva.  Eu gostava muito daquelas pessoas para deixar que elas me magoassem,  e se magoassem. Eu gostava daquelas que tinham uma opini�o bem diferente da minha,  elas me faziam olhar as coisas por um outro �ngulo. Mas uma coisa � ter outra perspectiva, outra coisa � aceitar as ofensas. Mesmo quando n�o era direcionada a mim, me machucava.
 
O arquivamento do grupo foi not�cia, recebi telefonemas de ve�culos de imprensa de Belo Horizonte querendo saber o motivo. Preferi n�o ficar falando. Tinha chegado ao meu limite. Foi pol�tica? N�o, foi intoler�ncia. O arquivamento foi a melhor decis�o que j� tomei em rela��o ao grupo. Arquivei e exclu� todos os membros. Uma decis�o extrema, bloqueei quem estava destruindo minha sa�de mental.
 
Como � dif�cil sair de um relacionamento t�xico, a gente sempre fica com aquela esperan�a de que vai melhorar, que as coisas v�o mudar. Se foi assim para mim, num ambiente virtual, imagina o que � para uma mulher viver isso em casa?
 
Alguns meses depois, j� me sentindo melhor, reativei o grupo atendendo aos pedidos de m�es que se sentiam �rf�s no meio da pandemia. O grupo agora � pequeno, menos de mil membros. Tamanho inversamente proporcional � minha paz.
 
Troquei a terapia pela an�lise em 2022, continuo medicada e n�o tive mais nenhuma crise forte de depress�o. H� males que devemos cortar pela raiz. H� pessoas que podem ser �timas, mas que n�o nos fazem bem, e tudo bem. Ningu�m agrada a todo mundo.
 
Estamos no Setembro Amarelo (campanha de preven��o ao suic�dio). O lema deste ano � “A vida � a melhor escolha!”.
 
Os �nimos est�o exaltados, estamos �s v�speras de uma elei��o tensa. Vamos cuidar da nossa sa�de mental. Ficar atentos aos sinais. Nos afastar do que nos faz mal. Cuidar de quem est� perto da gente.  Nem sempre a pessoa que n�o est� bem deixa transparecer a dor que est� sentindo. A gente acha que vai superar sem ajuda, n�o quer preocupar a fam�lia. Vai segurando, at� que uma hora explode. 
 
Busque ajuda! Na p�gina https://www.setembroamarelo.com/ voc�  encontra v�rias informa��es, inclusive com psiquiatras associados.
 
� dif�cil mesmo, d�i mesmo, essa dor � leg�tima, mas lembre-se de que existem muitos recursos para que a gente fique bem!

#oamor�oquenosune 

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