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S�ndrome do Bafo Lingu�stico est� atacando por a�

Nestes tempos de pandemia, a comunica��o virtual deixa em apuros quem tem o h�bito de falar e escrever erradamente


10/08/2020 04:00


 
Na semana passada, dei uma entrevista para a talentos�ssima jornalista Leda Nagle, que, em 2017, concedeu-me a honra de ser uma das comentaristas do meu primeiro livro. Quando ela me fez o convite para esse bate-papo, achei curioso o tema sugerido: “O interesse pela l�ngua portuguesa aumentou neste per�odo de pandemia?”.
 
Eu, que n�o havia refletido sobre o assunto at� ent�o, coloquei-me a pensar e entendi que sim, o brasileiro tem prestado mais aten��o � escrita e � fala. A prova disso eu vivo na pele: o aumento consider�vel de interessados pelos meus cursos de gram�tica e de reda��o. Fora a quantidade de d�vidas que tenho recebido por direct, o que me rendeu n�o somente uma dolorosa tendinite no polegar da m�o direita, mas tamb�m a salvadora cria��o de um canal de d�vidas no Telegram, em que utilizo apenas �udios para dar as respostas e, dessa forma, judio menos das minhas saturadas articula��es.
 
Esse repentino interesse pelo portugu�s, leitor, adv�m, sobretudo, de um fen�meno que nomeei como S�ndrome do Bafo Lingu�stico. Causado pela exposi��o p�blica, ele pode ter consequ�ncias desastrosas para a autoestima do falante ou do escrevente. Voc� j� reparou que toda pessoa que tem mau h�lito n�o se considera possuidor deste? E que todos os que convivem com ela comentam entre si, mas n�o t�m coragem de contar � pobre coitada? Esse mesmo processo ocorre com quem fala ou escreve mal. O cidad�o nem imagina, mas, depois das conversas virtuais faladas ou escritas, ele rapidamente se transforma no assunto.
 
Pois �... Foi necess�ria uma pandemia para que os brasileiros cuidassem melhor daquilo que, segundo o respeitado gram�tico Evanildo Bechara, configura um dos maiores – qui�� o maior – meios de ascens�o social, o dom�nio da norma culta da l�ngua portuguesa. Agrade�amos, ent�o, �s lives e aos grupos de ferramentas como o Zoom e o WhatsApp. Paradoxalmente, a internet, que tanto nos afastou dos livros, constitui-se, hoje, na fomentadora de um interesse esquecido h� tempos. Afinal de contas, ningu�m quer ter bafo, nem mesmo o lingu�stico.

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